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Guia Paris 2024 - RUGBY SEVENS



*Por Marcos Antônio

FICHA TÉCNICA

Local de disputa: Stade de France

Período: 24/07 a 30/07

Número de países participantes: 16

Total de atletas: 288 

Brasil: participa apenas do feminino


HISTÓRICO

O rugby sevens - uma versão mais rápida  e tão antiga quanto o rugby ‘original’, já que foi criado na Escócia em 1880 - foi incluído no programa olímpico em 2009 para entrar em na edição do Rio de Janeiro em 2016. O esporte brigava com mais seis modalidades para ocupar as vagas do beisebol e softbol, que saíram após 2008, e acabou por ser um dos escolhidos, ao lado do golfe.

Com a escolha do sevens, o rugby retornou aos Jogos Olímpicos após 92 anos ausente. A modalidade, na sua versão mais conhecida mundialmente, a union ou o XV (com 15 jogadores em cada time), esteve no programa  nas olimpíadas de 1900, 1908, 1920 e 1924 e depois saiu do programa olímpico se tornando inviável por conta dos seus longos intervalos necessários para o descanso dos jogadores em uma competição que só dura no máximo 18 dias.

Nova Zelândia levou o ouro no feminino na última olimpíada, em Tóquio (foto: World Rugby)

A modalidade Sevens, foi a escolhida por ser uma versão mais rápida do rugby union e porque podendo ser disputada em poucos dias, fez a sua estreia nos Jogos em 2016 no Rio de Janeiro e rapidamente conquistou adeptos pela velocidade dos jogos e rápida conclusão dos torneios. Na estreia olímpica, tivemos a vitória de Fiji no masculino e da Austrália no feminino. Já em Tóquio-2020, Fiji conquistou o bicampeonato olímpico e a Nova Zelândia levou o ouro no feminino.


BRASIL

Um anos após a confirmação do rugby sevens na olimpíada, o Brasil criou a sucessora da Associação Brasileira de Rugby (ABR), a Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) que ficou responsável por desenvolver as duas vertentes do rugby. O Brasil disputou os Jogos Olímpicos de 2016 com as duas seleções, direito adquirido por ser país sede do evento. Na disputa feminina, a equipe emplacou o nono lugar, enquanto entre os homens, terminou em 12º e último lugar após perder todos os jogos.

Para Tóquio 2020, o feminino classificou-se pelo Sul-Americano da modalidade, e as Yaras ficaram na décima primeira colocação, enquanto o masculino acabou abdicando do pré-olímpico mundial por decisão da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) que decidiu focar seus esforços na disputa das Eliminatórias da Copa do Mundo de Rugby XV de 2023.

Em Paris- 2024, a Seleção feminina repetiu o feito de Tóquio, se classificando por conta do título sul-americano em 2023. Já o masculino ficou no pré-olímpico mundial e dessa vez os Tupis disputaram o qualificatório, mas foram eliminados e ficaram de fora de mais uma olimpíada.


FORMATO DE DISPUTA

Desde sua estreia olímpica, o Rugby não teve mudanças em seu formato. Estão presentes 12 equipes no masculino e 12 no feminino e as seleções são divididas em três grupos de quatro na primeira fase. Todos jogam contra todos dentro do grupo e, após as três rodadas, os dois primeiros colocados de cada grupo e os dois melhores terceiros colocados gerais avançam para a fase eliminatória. As demais disputam o torneio de 9º a 12º, assim como os eliminados nas quartas de final competem de 5º a 8º lugares.

Excetuando a final, cada jogo é dividido por dois tempos de 7 minutos. Na final, são dois tempos de 10 minutos. Assim como no Rugby union, um try vale 5 pontos e uma conversão (chute no gol) vale 2 pontos.

Na olimpíada de Paris, o famoso Stade de France, sede das finais das Copa do Mundo de Futebol em 1998 e de Rugby Union em 2007, é a sede das competições masculina e feminina de rugby sevens


ANÁLISE


MASCULINO

Fase de grupos/mata-mata: 24/07 e 25/07

Final: 27/07

Favoritos ao ouro: Argentina (ARG), Nova Zelândia (NZL) e Fiji (FIJ) 

Candidatos à medalha: França (FRA) e Irlanda (IRL)

Podem surpreender: Austrália (AUS)

Brasil: Não participa

Fiji vai para o tri olímpico em Paris? (foto: Mike Lee/KC fotos)

Bicampeã olímpica, Fiji terá um grande desafio para conseguir o Tri consecutivo em Paris. Seleções como Argentina, Austrália - campeã da temporada 2021/22 do circuito mundial - e Nova Zelândia - campeã da temporada 2022/23- dominaram o cenário do rugby Sevens no último ciclo, com boas atuações no circuito mundial. Mas mesmo com o terceiro lugar na última edição do circuito mundial, os Fijianos continuam com favoritismo, e o título da Copa do Mundo em 2022, superando a Nova Zelândia, é a prova disso.

Correndo por fora, Austrália e Irlanda fizeram bons ciclos olímpicos e esperam surpreender arrumando lugar no pódio, com a França também querendo chegar se usando da tradição no esporte e pelo fator casa, tanto que os franceses venceram a edição 2023/24 do circuito mundial, se credenciaram de vez na briga por medalha. Por conta do equilíbrio, com muitas seleções niveladas por cima, este torneio olímpico de Rugby sevens masculino promete ser um dos mais interessantes e imprevisíveis desde sua estreia no Rio de Janeiro em 2016.


FEMININO

Fase de grupos/mata-mata: 28/07 a 29/07

Final: 30/07

Favoritas ao ouro: Nova Zelândia (NZL) e Austrália (AUS)

Candidatas ao pódio: Estados Unidos (USA) e França (FRA)

Podem surpreender: Fiji (FIJ) e Irlanda (IRL)

Brasil: está no grupo C, ao lado de França, Japão e Estados Unidos 


Após a surpresa em Tóquio, quando a França foi à decisão, o Rugby Sevens feminino teve um ciclo sem tantas surpresas e parece estar fadado a ter mais um duelo Austrália x Nova Zelândia pelo ouro olímpico, como tivemos no Rio de Janeiro em 2016. As neozelandesas dominaram o circuito mundial nos últimos anos, mas na Copa do Mundo viram as australianas ficarem com o título em duelo emocionante e o título da edição 2023/24, o que dá um leve favoritismo às australianas neste momento.

Assim como no masculino, a França corre por fora no feminino e credenciado pela prata em Tóquio e a boa atuação no último circuito mundial, quando ficou em segundo. As francesas chegam com mais chances de um um ouro olímpico usando o apoio da torcida, que pode ser um diferencial empurrando a equipe. Estados Unidos, Irlanda e Fiji também têm chances de surpreender e chegar a um pódio olímpico se estiverem um bom dia.

As Yaras vão brigar para estar na fase eliminatória pela primeira vez na olimpíada (foto: World Rugby)

Após um nono e décimo primeiro lugares no Rio de Janeiro e em Tóquio, a seleção brasileira se renovou e vem com um bom grupo para os Jogos Olímpicos de Paris. No melhor dos cenários, as Yaras vão brigar para avançar para as quartas de final com o Japão - Já que França e Estados Unidos são as seleções mais fortes do grupo - e com os terceiros lugares dos grupos A e B.

E baseado em algumas das boas atuações nas etapas da temporada 2023/24 do circuito mundial, ficar entre os oito melhores da olimpíada é um sonho possível. Manter-se na elite do circuito mundial para a temporada 2024/25 deu uma injeção de ânimo nas Yaras que pode ser fundamental para chegar as quartas de final em Paris, o que seria o melhor dos cenários para as brasileiras..


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