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Guia Paris 2024 - TIRO COM ARCO



*Por Carlo Saleme

Local de disputa: Hôtel des Invalides

Período: 25/07 a 04/08

Número de países participantes: 53

Total de atletas: 128

Brasil: Marcus Vinicius D'Almeida e Ana Luiza Caetano


HISTÓRICO

Apesar do tiro com arco ser um dos esportes mais antigos que se tem conhecimento, sua história em Jogos Olímpicos não é tão extensa. A modalidade esteve inserida nos programas de 1900 a 1908 e 1920, mas ficou ausente por 52 anos, só voltando a aparecer em 1972, na edição de Munique, permanecendo regularmente até os tempos atuais. 

Há grandes diferenças entre os dois períodos do tiro com arco olímpico. No primeiro, entre 1900 e 1920, eram realizadas diversas provas que variavam a cada edição, envolvendo distâncias e objetivos distintos. A partir de 1972, surgiu uma padronização das disputas, que passaram a ter uma distância fixa de 70 metros.

Desde 2004, as competições de arco e flecha nos Jogos Olímpicos são frequentemente realizadas em locais icônicos como o Estádio Panathinaikos (2004), o Lord's Cricket Ground (2012) e o Sambódromo (2016). Nos jogos de Paris de 2024 , ocorrerá do lado de fora do Hôtel des Invalides, na Esplanada.

Os países com mais medalhas no geral, considerando masculino e feminino, são: Coreia do Sul (43), Estados Unidos (34), França (24) e Bélgica (20). Quando se trata de medalhas de ouro, o ranking fica: Coreia do Sul (27), Estados Unidos (14), Bélgica (11) e França (6).


BRASIL

 

De amarelo, Marcus D'Almeida está no centro da foto e acabou de dar uma flechada. Ele é moreno e tem bigode
Foto: Divulgação/ World Archery

O Brasil nunca conquistou uma medalha no tiro com arco e tem como melhor resultado as oitavas de final de Ane Marcelle dos Santos na Rio-2016 e as oitavas do Marcus Vinícius D'Almeida em Tóquio-2020. O país fez sua primeira aparição olímpica na modalidade em Moscou-1980, com Emilio Dutra e Mello e Arci Kempner, que terminaram em 26º e 27º, respectivamente. Renato Emillio foi o atleta que mais representou o Brasil na modalidade em Olimpíadas, com três ao todo, sempre ficando no top-50, de 1984 a 1992. O país participou da disputa por equipes apenas na Rio-2016, por ter sido país-sede. Em ambos os naipes, foi eliminado na primeira rodada.

Teremos dois atletas brasileiros em Paris: Marcus Vinicius D'Almeida, no masculino, e Ana Luiza Caetano, no feminino. Além de disputarem os torneios individuais, eles também poderão competir na chave das equipes mistas. Marcus foi bronze no individual no último Mundial, bronze por equipes masculino e prata nas mistas - ao lado da Ana - no Pan de Santiago.


FORMATO DE DISPUTA

O tiro com arco em Paris terá cinco disputas: individual masculino e feminino, equipe masculina, feminina e mista. Em todas elas, as disputas acontecerão no formato de combate, em mata-mata. Os torneios individuais contarão com 64 atletas cada, as competições por equipes masculina e feminina terão 12 países participando e as equipes mistas possuirão 16 duplas.

Há uma etapa preliminar antes do mata-mata, em que cada um dos atletas dispara 72 flechas. Esta fase serve apenas para definir o chaveamento do torneio e ninguém é eliminado. A partir da pontuação total obtida com os disparos, os atiradores/equipes são classificados em um ranking, que definirá a ordem dos combates. No caso do individual, o primeiro colocado dessa lista enfrenta o 64º na primeira rodada, o segundo encara o 63º e assim sucessivamente até chegar no duelo entre o 32º e o 33º.

(Foto: Clodagh Kilcoyne/Reuters)

Os combates são disputados em formato de melhor de cinco sets. Em cada set, os atiradores disparam três flechas. Quem obtiver a maior pontuação, vence o set. Cada set dá 2 pontos ao vencedor. Em caso de empate, ambos os atletas ganham 1 ponto. Vence o combate quem triunfar em três sets ou chegar a 6 pontos primeiro. Há a possibilidade de haver empate na partida ao final dos cinco sets. Caso isso ocorra, os atiradores ganham uma flecha extra e aquele que atingir mais próximo o centro do alvo avança de fase.

Em relação às equipes, compostas por três atletas, as quatro mais bem ranqueadas na fase eliminatória avançam direto às quartas de final, enquanto as outras oito disputam a primeira rodada. O formato da disputa mata-mata também é em sets, com a mesma lógica dos torneios individuais. A diferença é que cada equipe faz seis disparos em um set, dois por atleta, e quem chegar a 5 pontos primeiro, vence. No evento de equipes mistas, as 16 primeiras equipes classificadas na rodada de classificação competirão em uma chave de eliminação única. Semelhante aos eventos de equipes masculinas e femininas, o sistema de sets usa duas flechas por membro da equipe e quatro sets.


ANÁLISE

INDIVIDUAL MASCULINO

Ranqueamento: 25/07, às 09h15

Primeira rodada: 30/07 e 31/07 com sessões às 07h e 12h45, e 01/07 com sessões às 04h30 e 10h30

Oitavas de final até a disputa por medalhas: 04/08, a partir de 04h30 até 10h20

Favoritos ao ouro: Marcus Vinícius (BRA), Mete Gazoz (TUR) e Kim Woo-Jin (KOR)

Candidatos à medalha: Mauro Nespoli (ITA) 

Podem surpreender: Eric Peters (CAN) e Lee Woo-Seok (KOR)

Brasil: Marcus Vinícius D’Almeida

Mete Gazoz é um dos rivais de Marcus D'Almeida pelo pódio olímpico (foto: world Archery)

Marcus D'Almeida é disparado um dos favoritos ao ouro olímpico, consolidado no pelotão de cima do ranking mundial, inclusive como nº 1 há algum tempo. Não foi tão bem no Pan de Santiago como se esperava dele, mas no Mundial de 2023 conquistou o bronze. Fica a dúvida de como ele vai se portar na competição sendo o nº 1 e com os holofotes em cima dele, sobretudo sendo brasileiro num esporte com pouca tradição no país.

O turco Mete Gazoz, de 25 anos, é um dos grandes nomes do esporte atual. No ranking, ele aparece na quarta colocação, mas é o tipo de atleta que quando chega em uma competição grande, cresce muito. Foi assim que conquistou a medalha de ouro em Tóquio-2020 e no último Mundial da modalidade, mostrando que vai brigar muito forte pela medalha de ouro.

O sul coreano Kim Woo-Jin é o segundo colocado no ranking e segue em busca de medalha no Recurvo individual, já tendo dois ouros olímpicos por equipes e um ouro no último Mundial por equipes mistas. Outro sul coreano bem ranqueado é Lee Woo-Seok, de 26 anos, que coleciona muitas medalhas em competições de nível menor e também possui medalha de ouro por equipes masculinas no último Mundial. É um arqueiro que pode surpreender.

Outro arqueiro que figura como candidato à medalha é o veterano Mauro Nespoli que tem uma prata em Tóquio-2020 no Recurvo individual, além de uma prata (Pequim-2008) e ouro (Londres-2012), ambas por equipes. Atualmente ele se encontra na quinta colocação do ranking mundial, e é o arqueiro mais velho do top 10, com 36 anos.

Assim como Lee Woo-Seok, outro arqueiro que pode surpreender é o canadense Eric Peters, que foi prata no Mundial de Berlim em 2023. Ele se encontra na 6ª colocação no ranking mundial.


INDIVIDUAL FEMININO

Ranqueamento: 25/07, às 04h30

Primeira rodada: 30/07 e 31/07 com sessões às 07h e 12h45, e 01/07 com sessões às 04h30 e 10h30

Oitavas de final até a disputa por medalhas: 03/08, a partir de 04h30 até 10h20

Favoritas ao ouro: Maria Horackova (CZE) e Alejandra Valencia (MEX)

Candidatas à medalha: Casey Kaufhold (USA) e Lim Sihyeon (KOR)

Podem surpreender: Elia Canales (ESP)  e Katharina Bauer (GER)

Brasil: Ana Luiza Caetano


Ana Luiza chega leve para a competição e sem responsabilidade de medalha. Aos 22 anos, é a atual 63ª colocada do ranking e fará a sua estreia em Jogos Olímpicos.

A tcheca Maria Horackova, ouro no Mundial de 2023, desponta como uma das favoritas ao título olímpico, ao lado da mexicana Alejandra Valencia, prata na mesma edição, ela ainda liderou a equipe feminina para conquistar o bronze mundial em Berlim, e pelas equipes mistas conquistou o bronze em Tóquio-2020.

Alejandra Valencia é uma das favoritas ao pódio ( foto:Dean Alberga/ DutchTarget) 

As líderes do ranking mundial são as naturais candidatas à medalha: a estadunidense Casey Kaufhold (1ª), de apenas 20 anos, em Tóquio-2020 chegou às quartas de final; e a sul-coreana Lim Sihyeon (2ª) de 21 anos que já foi bronze em Mundial.

Podendo surpreender aparecem a espanhola Elia Canales, que ocupa a 5ª colocação, e a alemã Katharina Bauer, de 28 anos, ouro por equipes femininas no Mundial de Berlim, e atualmente é a 10ª do ranking mundial.


EQUIPES - MASCULINO

Oitavas de final até a disputa por medalhas: 29/07, a partir de 04h30 até 12h55

Favorito ao ouro: Coreia do Sul

Candidatos à medalha: Taipé Chinês e Japão

Podem surpreender: Turquia e Índia

Brasil: não se classificou


A Coreia do Sul não deixa a medalha de ouro escapar nas equipes masculinas desde Londres-2012, quando ficaram com o bronze. Nas duas últimas edições foram ouro e também conquistaram o primeiro lugar no Mundial de 2023 em Berlim. Tem uma equipe muito forte, com ótimos arqueiros.

Taipé Chinês foi prata em Tóquio-2020 e ocupa a 3ª colocação no ranking. O Japão foi bronze nos Jogos de Tóquio e também conquistou o bronze no último Mundial. A equipe japonesa chega com moral elevada para brigar mais uma vez pelo pódio da categoria, embora no ranking já tenha ocupado melhor colocação – hoje são os sétimos colocados.

Correndo por fora, aparecem Turquia (6ª colocada) capitaneada por Mete Gazoz, que faz a pontuação subir consideravelmente bem, o que acaba alçando a Turquia a uma chance de brigar por medalha. Não obstante, foram prata no último Mundial. Já a Índia vem em uma boa crescente, sendo a atual segunda colocada no ranking mundial.


EQUIPES - FEMININO

Oitavas de final até a disputa por medalhas: 28/07, a partir de 04h30 até 12h55

Favorita ao ouro: Coreia do Sul 

Candidatas à medalha: Alemanha e França 

Podem surpreender: China e México

Brasil: não se classificou


A hegemonia das sul coreanas é uma das maiores - se não a maior - da história das Olimpíadas. Desde que a disputa por equipes foi introduzida em Seul-1988 (curiosamente em casa), elas são ouro, somando nove edições de Jogos Olímpicos no lugar mais alto do pódio. Contudo, apesar da primeira colocação no ranking mundial, o sinal de alerta fica por conta de que no Mundial de Berlim, elas ficaram de fora do pódio.

A Alemanha foi ouro no Mundial em casa em 2023 e nas Olimpíadas de Tóquio foi bronze. São as atuais quartas colocadas no ranking e chegam em Paris com a moral do ouro conquistado em Berlim. A França (3ª colocada), que antigamente já colecionou ótimos resultados na disputa por equipes, voltou a figurar entre as três primeiras colocadas com a conquista da prata no último Mundial, e como estarão em casa, podem usufruir disso.

Numa prateleira inferior, aparecem a China, que se encontra na 2ª colocação, e o México, as atuais 5ª colocadas. As mexicanas, inclusive, vem de um bronze no último Mundial disputado em Berlim.


Ana Caetano e Marcus D'Almeida (Foto:World Archery )


EQUIPES MISTAS

Oitavas de final até a disputa por medalhas: 02/08, a partir de 04h30 até 12h25

Favorito ao ouro: Coreia do Sul

Candidatos à medalha: Alemanha e Japão

Podem surpreender: México e Taipé Chinês

Brasil: Marcus Vinícius D’Almeida e Ana Luiza Caetano


A dupla brasileira foi ouro no Pan da modalidade neste ano, e esta equipe mista do Brasil ocupa a 10ª colocação do ranking. No entanto, não estão no páreo pela disputa do pódio.

A Coreia do Sul é a equipe mista mais forte e dificilmente não conquistarão o ouro na modalidade. São os atuais campeões olímpicos e mundiais, além de estarem na primeira colocação do ranking mundial.

A Alemanha conquistou a prata no Mundial em casa disputado neste ano e é a sexta colocada na classificação. A equipe do Japão é uma equipe coesa e atualmente ocupa a vice-liderança.

O México foi bronze em Tóquio-2020 além de ser o 4º colocado na classificação mundial, já Taipé Chinês aparece na quinta colocação.

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