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Guia Paris 2024 - TIRO ESPORTIVO



* Por Hugo Magliano 

FICHA TÉCNICA 

Local de competição: Centro Nacional de Tiro de Châteauroux

Data dos eventos: 27/07 a 05/08

Número de países participantes: 80

Atletas participantes: 340 (sendo 170 homens e 170 mulheres)

Brasil: Philipe Chateaubrian (masculino) e Georgia Furquim e Geovana Meyer (feminino)


HISTÓRICO

As primeiras competições de tiro ao alvo surgiram no século XVII, com o início da fabricação de armamento pessoal. Com o tempo, a tecnologia usada para aprimorar armas que seriam usadas em guerras também chegou aos equipamentos esportivos. Além da contribuição dos militares, o desenvolvimento da modalidade também passou pelos clubes de caça, que inspiraram, por exemplo, as provas de skeet e fossa olímpica.

Nos Jogos Olímpicos, três tipos de armas são utilizadas: pistola, carabina e espingarda. No entanto, há diferentes tipos de provas, distâncias e objetivos. Em Paris-2024 serão 15 provas de tiro esportivo e 45 medalhas distribuídas. A maior potência olímpica na histórica são os Estados Unidos, com 116 pódios e 57 títulos. Antes o país rivalizava com a União Soviética (URSS) até a sua dissolução. Depois disso, a China e países europeus surgiram com um pouco mais de força no cenário internacional. Em anos recentes, a Índia também tem crescido nas competições, embora ainda possua poucas conquistas em Olimpíadas.

O esporte é conhecido por possuir atletas longevos. Nesta edição, por exemplo, a georgiana Nino Salukvadze, que compete ininterruptamente desde a olimpíada de 1988, vai para sua décima edição consecutiva, igualando o recorde de atleta com mais participações olímpicas do cavaleiro canadense Ian Millar. Ela, que em Paris disputará a pistola 25m feminina, tem totais condições de ultrapassar o recorde do canadense em 2028, pois na ocasião terá 59 anos.


BRASIL


Equipe Brasileira de tiro em Antuerpia-1920 (foto:COB)

As primeiras medalhas olímpicas conquistadas pelo Brasil vieram exatamente no tiro esportivo. Foram três pódios nos Jogos da Antuérpia, em 1920. O ouro veio com Guilherme Paraense, na prova de tiro de 30m com pistola militar. A pontuação máxima da competição era 300, e o brasileiro conseguiu chegar na marca de 274 pontos, dois a mais do que o medalhista de prata, o estadunidense Raymond Bracken.

A prata foi conquistada por Afrânio da Costa, na pistola masculina de 50 metros, após marcar 489 pontos de 600 possíveis, ficando atrás apenas do estadunidense Karl Frederick, que fez 496 pontos. Esta foi a primeira medalha olímpica da história do Brasil, conquistada um dia antes do ouro de Guilherme Paraense. 

Já o bronze foi obtido na prova de pistola 50 metros por equipes, em que o time brasileiro formado por Guilherme Paraense, Afrânio da Costa, Sebastião Wolff, Dario Barbosa e Fernando Soledade ficou atrás apenas dos Estados Unidos e da Suécia.

O Brasil só voltou ao pódio olímpico no tiro esportivo 96 anos após os grandes feitos alcançados na Bélgica. E foi em casa e em grande estilo. Com o apoio do público nos Jogos Rio 2016, Felipe Wu conquistou a prata na prova de pistola de ar 10m. 

Em Paris-2024, o Brasil terá três representantes no tiro esportivo: Philipe Chateaubrian na pistola de ar 10m masculina, Georgia Furquim no skeet feminino e Geovana Meyer na carabina 50m três posições feminina e na carabina de ar 10m feminina. Destaque para as duas mulheres que fizeram história ao serem as primeiras brasileiras a se classificarem para suas respectivas provas (em 2016 o Brasil competiu com a vaga de país sede).


FORMATO DE DISPUTA

Todas as provas de tiro esportivo em ambiente fechado (pistola de ar 10m, pistola 25m, carabina de ar 10m e carabina de ar 50m três posições) serão feitas em duas etapas: qualificação e finais. Os oito melhores atiradores no qualificatório avançam à final. Na decisão eles enfrentarão cortes (a cada uma ou duas rodadas, varia de acordo com a prova) fazendo que no último alvo reste apenas dois competidores disputando o ouro.

Já as provas realizadas ao ar livre (skeet e fossa olímpica) contam com uma rodada de classificação, semifinal, disputa pelo bronze e final. Tanto nas disputas ao ar livre quanto nas em ambiente fechado, o objetivo é o mesmo: marcar o maior número de pontos, seja acertando o mais próximo possível do meio dos alvos ou atingindo a maior quantidade de alvos.


ANÁLISE


MASCULINO

CARABINA 50M TRÊS POSIÇÕES

Eliminatórias: 31/07

Final: 01/08

Favoritos ao ouro: Jon-Hermann Hegg (NOR) e Petr Nymbursky (CZE)

Candidatos ao pódio: Ivan Roe (USA), Aleksi Leppa (FIN), Serhiy Kulish (UKR), Du Linshu (CHN), Liu Yukun (CHN) e Alexander Schmirl (AUT)

Podem surpreender: Christoph Duerr (SUI)

Brasil: -

Jon-Hermann Hegg (NOR) e Petr Nymbursky (CZE) foram os primeiros a se classificarem para Paris através do Campeonato Europeu de 2022. Mesmo assim continuam em ótima forma, liderando as competições e o ranking olímpico até o momento, com certa folga para os demais adversários estando ambos costumeiramente nas finais das provas que disputam.


Mais abaixo no ranking olímpico aparecem Schmirl e Kulish. O primeiro ganhou o Mundial de 2023, e o segundo, o Mundial de 2022. No Mundial vencido por Schmirl, o vice-campeão foi Leppa, vencedor também do último pré-olímpico com dois pontos de diferença. O quarto deste Mundial foi Duerr, que pode surpreender. Além disso, China e Estados Unidos sempre são fortes na modalidade, por isso seus competidores não podem ser ignorados.


CARABINA DE AR 10M

Eliminatórias: 28/07

Final: 29/07

Favoritos ao ouro: Sheng Lihao (CHN), Du Linshu (CHN) e Jiri Privratsky (CZE)

Candidatos ao pódio: Danilo Sollazzo (ITA), Istvan Peni (HUN), Martin Strempfl (AUT) e Maximilian Ulbrich (GER)

Podem surpreender: Frantisek Smetana (CZE) e Islam Satpayev (KAZ)

Brasil: - 


O jovem Sheng Lihao, de apenas 19 anos, já é uma sensação do esporte. Em junho de 2024, ele quebrou o próprio recorde mundial na categoria. Ele se tornou o medalhista olímpico mais jovem do tiro esportivo quando obteve a prata neste evento aos 16 anos em Tóquio-2020. Talvez um dos seus principais rivais seja seu compatriota Du Linshu. O tcheco Jiri Privratsky foi o 14º na olimpíada passada, mas vem evoluindo muito neste ciclo olímpico. Sendo um dos melhores atiradores da atualidade, Jiri conseguiu a vaga ao ser o 4º no Mundial de 2022.

Dos atletas que competiram em Tóquio, o húngaro Istvan Peni foi o 5º e o austríaco Martin Strempfl, o 13º, por isso podem brigar por medalhas. O italiano Sollazzo é o líder do ranking olímpico, e, apesar de ainda não possuir resultados muito relevantes, não pode ser ignorado. Outro atleta que vem em rápida ascensão é o alemão Ulbrich, 6º no ranking olímpico. Por fim, o tcheco Smetana e o cazaque Satpayev conquistaram suas vagas no Mundial de 2023, provando que podem estar entre os melhores.


PISTOLA DE TIRO RÁPIDO 25M

Eliminatórias: 04/08

Final: 05/08

Favoritos ao ouro: Clement Bessaguet (FRA) e Li Yuehong (CHN)

Candidatos ao pódio: Jean Quiquampoix (FRA), Leuris Pupo (CUB), Christian Reitz (GER) e Dai Yoshioka (JPN)

Podem surpreender: Ghulam Mustafa Bashir (PAK) e Nikita Chiryukin (KAZ)

Brasil: - 


Numa prova que promete ser muito competitiva, é realmente difícil fazer alguma previsão. O que é certeza é que Bessaguet e Quiquampoix contarão com o apoio massivo da torcida francesa. Nada mais nada menos que quatro dos seis atletas que fizeram a final em Tóquio irão novamente medir forças em Paris. Em Tóquio, o ouro foi para Quiquampoix, a prata para Leuris Pupo e o bronze para Li Yuehong. O alemão Christian Reitz foi o 5º na ocasião.

Também competiram em Tóquio, mas não chegaram à final, o francês Bessaguet, o japonês Yoshioka e o paquistanês Bashir. Eles foram, respectivamente, o 7º, 8º e 10º colocados. O único entre os listados que não esteve em Tóquio foi o cazaque Chiryukin. Mas o debutante não deve ser subestimado: em 2024 ele venceu o Campeonato Asiático e atualmente é o 4º no ranking olímpico. 


PISTOLA DE AR 10M

Eliminatórias: 27/07

Final: 28/07

Favoritos ao ouro: Damir Mikec (SRB) e Zhang Bowen (CHN)

Candidatos ao pódio: Ruslan Lunev (AZE), Kiril Kirov (BUL), Ismail Keles (TUR) e Paolo Monna (ITA)

Pode surpreender: Gulfam Joseph (PAK)

Brasil: Philipe Chateaubrian



Phillipe Chateaubrian foi o primeiro classificado para os Jogos olímpicos de Paris (foto:CBTE)

Prata na olimpíada passada, Mikec, que também é o líder do ranking e foi o campeão europeu de 2023, chega com moral para trocar a cor de sua medalha por uma mais valiosa. No entanto, para isso ele precisará superar novamente Zhang Bowen, que foi o 6º em Tóquio e é o 5º no ranking. Zhang se classificou a Paris ganhando o Mundial de 2023.

Outros dois que estavam em Tóquio e podem brigar por uma medalha em Paris são Lunev, vice europeu de 2023, e Keles, campeão dos Jogos Europeus do mesmo ano. O paquistanês Gulfam Joseph foi 9º em Tóquio e por muito pouco não chegou à final no Japão. Se repetir o bom desempenho, pode sonhar com a final. Por fim, é bom ficar de olho em Monna, atual número 2 do ranking, e nos atiradores indianos.

Nesta prova teremos o brasileiro Philipe Chateaubrian, vencedor do Campeonato das Américas de 2022 e nenhum estadunidense, sendo a única prova do tiro esportivo individual em que os Estados Unidos não conseguiram vaga. Philipe é o 33º do ranking.


FOSSA OLÍMPICA

Eliminatórias: 29/07 e 30/07

Final: 30/07

Favoritos ao ouro: Jiri Liptak (CZE), Nathan Hales (GBR) e Giovanni Cernogoraz (CRO)

Candidato ao pódio: Giovanni Pellielo (ITA)

Pode surpreender: Khaled Al-Mudhaf (KUW)

Brasil: -

Atual campeão e recordista olímpico, Jiri Liptak chega em Paris com status de favorito ao ouro. Ele venceu o campeonato europeu de 2022 sendo o primeiro atleta a se classificar na modalidade. Nathan Hales foi o campeão mundial em 2022, enquanto que Cernogoraz foi o vencedor do ano seguinte. Cernogoraz também foi campeão olímpico em 2012.

Os experientes Pellielo e Al-Mudhaf possuem carreiras invejáveis. Em Jogos Olímpicos Pellielo foi bronze no ano de 2000 e prata nos anos de 2004, 2008 e 2016. Ele se classificou ao ser o segundo no mundial de 2023. Quanto a Al-Mudhaf, ele foi o 4º em 2000, justamente um acerto atrás de Pellielo, e foi o 6º em 2004. Ele se classificou à Paris ao ser o terceiro no mundial de 2023.


SKEET

Eliminatórias: 02/08 e 03/08

Final: 03/08

Favorito ao ouro: Vincent Hancock (USA)

Candidatos ao pódio: Azmy Mehelba (EGY), Marcus Svensson (SWE), Jesper Hansen (DEN) e Eetu Kallioinen (FIN)

Podem surpreender: Luigi Lodde (ITA), Stefan Nilsson (SWE), Erik Watndal (NOR) e Charalambos Chalkiadakis (GRE) 

Brasil: - 


Hancock vai tentar o tetra olímpico no skeet (foto: Reuters)

Tricampeão olímpico (2008, 2012 e 2020), Vincent Hancock é um dos melhores de todos os tempos. O atual recordista olímpico é também tricampeão dos Jogos Pan-Americanos (2007, 2011 e 2023) e se classificou ao vencer o mundial de 2022. Apenas um desempenho muito aquém o levaria a ficar sem uma medalha, porém, isso já aconteceu, quando em 2016 ele terminou em 15º.

Um dos poucos que podem fazer frente à Hancock é Azmy Mehelba. O egípcio é o atual líder do ranking e recordista mundial, entretanto, nas vezes que competiu em Jogos Olímpicos, Mehelba não foi tão bem. Em 2012, foi o 36º (último); em 2016, o 11º e, em 2020, o 19º. Outro que pode atrapalhar os planos de Hancock é o dinamarquês Jesper Hansen. Terceiro no ranking mundial, ele foi o medalhista de prata na edição de Tóquio, atrás apenas do estadunidense. Na final em Tóquio também estava presente o finlandês Eetu Kallioinen, que terminou em 4º. Por fim, não podemos ignorar o sueco Marcus Svensson, vice-campeão olímpico em 2016.

A disputa pela medalha contém tantos atletas bons que Luigi Lodde, 5º colocado em 2012 e campeão europeu em 2022, pode ficar feliz caso consiga medalhar. Vice mundial em 2022 e 5º colocado nas olimpíadas de 2016, Stefan Nilsson também entra como ‘azarão’. Outros que podem surpreender são Erik Watndal, 4º no mundial de 2023 e 8º nas olimpíadas de 2004, e Charalambos Chalkiadakis, campeão europeu em 2023 com direito à uma final perfeita com 60 acertos em 60 possíveis, colocando seu nome entre os recordistas mundiais.


FEMININO

CARABINA 50M TRÊS POSIÇÕES

Eliminatórias: 01/08

Final: 02/08

Favoritas ao ouro: Sagen Maddalena (USA), Jenny Stene (NOR) e Sift Kaur Samra (IND)

Candidatas ao pódio: Qiongyue Zhang (CHN), Han Jiayu (CHN) e Mary Tucker (USA)

Pode surpreender: Rikke Ibsen (DEN)

Brasil: Geovana Meyer


Quinta colocada na última Olimpíada e quarta no ranking olímpico, Sagen Maddalena foi campeã nos Jogos Pan-Americanos de 2023 na carabina de ar 10m e vice na carabina 50m em três posições. Ela terá a concorrência de Jenny Stene, que venceu o mundial de 2022 e é a segunda no ranking olímpico. Em Tóquio, Stene foi a 12ª, não se classificando às finais. A indiana Sift Kaur Samra não esteve em Tóquio, porém detém o recorde mundial da categoria estabelecido quando ela conquistou o ouro nos Jogos Asiáticos de 2022. Na galeria de feitos da indiana ainda consta o vice-campeonato mundial de 2023.

A campeã deste torneio foi a chinesa Qiongyue Zhang, em revanche após ser medalhista de prata nos Jogos Asiáticos de 2022. Atual 6ª no ranking olímpico, Zhang já provou ter condições de subir ao lugar mais alto do pódio em Paris. Sua compatriota, Han Jiayu, é outra fortíssima candidata, mas a especialidade de Jiayu é na carabina de ar 10m, prova na qual bateu o recorde mundial de qualificação este ano. Vale citar também a estadunidense Mary Tucker. Em Tóquio, ela foi a 13ª nesta prova, mas medalhista de prata na equipe mista da carabina de ar 10m. Ela venceu Sagen Maddalena na carabina 50m em três posições nos Jogos Pan-Americanos de 2023.

A prova conta com tantos nomes fortes que a vencedora do europeu de 2022 e atual número nove no ranking olímpico, Rikke Ibsen, pode ser considerada uma surpresa caso suba ao pódio. A brasileira Geovana Meyer conquistou a vaga ao ser a segunda colocada no campeonato pan-americano de 2024, cuja vencedora foi Sagen Maddalena. A atleta verde e amarela é a 42ª no ranking olímpico e já fez história ao ser a primeira mulher brasileira a se classificar na carabina.


Geovana Meyer é a representante do Brasil nas provas de Carabina (foto:CBTE)


CARABINA DE AR 10M

Eliminatórias: 28/07

Final: 29/07

Favoritas ao ouro: Han Jiayu (CHN), Huang Yuting (CHN) e Sagen Maddalena (USA)

Candidatas ao pódio: Jeanette Hegg Duestad (NOR), Océanne Muller (FRA), Nina Christen (SUI) e Mary Tucker (USA)

Pode surpreender: Eun-ji Kwon (KOR)

Brasil: Geovana Meyer

Como mencionado acima, Han Jiayu é a atual dona do recorde mundial de qualificação. Ela também é a líder do ranking olímpico e campeã do mundial de 2023. Nos Jogos Asiáticos de 2022, Jiayu conquistou dois ouros e uma prata. Esta última justamente na carabina de ar 10m. Sua compatriota, Huang Yuting, foi medalhista de ouro e da mesma forma chega como uma das postulantes ao lugar mais alto em Paris. A estadunidense Sagen Maddalena, cujas conquistas já foram citadas, é outra forte candidata ao pódio.

A suíça Nina Christen, a norueguesa Jeanette Hegg Duestad, a francesa Océanne Muller e a estadunidense Mary Tucker, foram, respectivamente, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª colocadas nas Olimpíadas de Tóquio-2020 nesta prova. A 7ª colocada, a sul coreana Eun-ji Kwon, e a 12ª, a inglesa Seonaid McIntosh, também disputarão a prova em Paris.

Por ter se classificado na carabina 50m três posições, a brasileira Geovana Meyer pôde ser inscrita nesta prova e disputará as duas em Paris.


PISTOLA 25M

Eliminatórias: 02/08

Final: 03/08

Favoritas ao ouro: Doreen Vennekamp (GER) e Jang-mi Kim (KOR)

Candidatas ao pódio: Chia Chen Tien (TPE), Chia Ying Wu (TPE) e Nino Salukvadze (GEO)

Pode surpreender: Antoaneta Kostadinova (BUL)

Brasil: - 

Atual líder do ranking olímpico e uma das recordistas de qualificação da prova, Doreen Vennekamp foi a primeira a se classificar para Paris após vencer o campeonato europeu de 2022. Mesmo já classificada, ela venceu o mundial de 2023, igualando o recorde mundial na final. Em Tóquio, ela ficou em 7º, mas vem em boa fase e deseja subir ao lugar mais alto do pódio. Sua adversária, Jang-mi Kim, já tem o ouro olímpico, obtido em 2012. Em 2016, ela terminou em 9º, uma posição abaixo das finalistas. Kim foi também a campeã do mundial de 2022.

As taiwanesas Wu e Tien foram, respectivamente, 5ª e 8ª em 2020. Em 2016, Wu terminou em 27ª, enquanto Tien foi 16ª em 2012. Em 2020, a medalha bateu na trave para a búlgara Antoaneta Kostadinova (perdeu no desempate para a chinesa Xiao Jiaruixuan, terminando em 4º). Kostadinova foi vice no europeu de 2023.

Outra que esteve em Tóquio foi a georgiana Nino Salukvadze, terminando em 25ª. A experiente atiradora compete em Jogos Olímpicos desde 1988 e vai para sua décima olimpíada consecutiva, igualando o recorde de atleta com mais participações do cavaleiro canadense Ian Millar. Em 2016 ela competiu com seu filho, sendo a primeira vez que uma mãe e seu filho competiram na mesma olimpíada. Nino foi porta-bandeira georgiana em duas ocasiões. Campeã em 1988, ela foi top-10 outras quatro vezes na pistola 25m.


PISTOLA DE AR 10M

Eliminatórias: 27/07

Final: 28/07

Favoritas ao ouro: Anna Korakaki (GRE), Jiang Ranxin (CHN) e Olena Kostevych (UKR)

Candidata ao pódio: Zorana Arunovic (SRB)

Pode surpreender: Camille Jedrzejewski (FRA)

Brasil: -


Anna Korakaki vai consegui ro bi olímpico em Paris? (foto: European shooting federation)

Korakaki é a líder do ranking olímpico, foi campeã mundial em 2018 e vice em 2022 e 2023. Foi campeã europeia em 2023 e medalhista de bronze nas olimpíadas de 2016. Em 2020, foi a 6ª colocada; já Jiang é vice líder do ranking olímpico, campeã mundial em 2023 e bronze em Tóquio-2020. Kostevych é outra atleta muito condecorada: 4ª posição em Tóquio-2020, 28ª no Rio-2016, 3ª em Londres-2012, 31ª em Pequim-2008 e campeã em Atenas-2004.

A sérvia Arunovic foi 7ª nas olimpíadas em 2012, 11ª em 2016 e 17ª em 2020. Atual terceira do ranking, foi campeã do mundial em 2010, prata em 2018 e bronze em 2022. Vencedora europeia em 2015, 2017 e 2019, vice em 2018 e 2022 e bronze em 2016. A francesa Jedrzejewski contará com o apoio da torcida em Paris. A jovem é a 4ª do ranking olímpico e foi vice europeia em 2023, além de outras vitórias individuais em etapas de Copa do Mundo.


FOSSA OLÍMPICA

Eliminatórias: 30/07 e 31/07

Final: 31/07

Favoritas ao ouro: Zuzana Rehak-Stefecekova (SVK) e Jessica Rossi (ITA)

Candidatas ao pódio: Fatima Galvez (ESP), Laetisha Scanlan (AUS), Silvana Stanco (ITA), Catherine Skinner (AUS) e Alessandra Perilli (SMR)

Podem surpreender: Lin Yi Chun (TPE), Carole Cormenier (FRA)

Brasil: -

Zuzana empilha títulos em sua carreira. Em olimpíadas, foi campeã em 2020 - com direito a recorde olímpico na final - e prata em 2008 e 2012 (em 2016, ela se classificou, mas não competiu, devido à licença-maternidade). Em mundiais, venceu nos anos de 2010 e 2018; foi prata em 2011 e bronze em 2003, 2017 e 2022 e em europeus possui os títulos de 2015 e 2016, além de mais três pratas e três bronzes. É dela o recorde feminino de qualificação, obtido na Olimpíada de Tóquio em 2021, quando não errou um tiro sequer. No entanto, não podemos dar sua vitória como um resultado certo, pois Jessica Rossi foi campeã olímpica em 2012 e mundial em 2009, 2013 e 2017, além de prata mundial em 2023 e bronze em 2010. Curiosamente as duas foram porta-bandeiras de sua nação em Tóquio.

Outra forte concorrente na prova será a espanhola Fatima Galvez. Atual líder do ranking olímpico, Fatima foi campeã mundial em 2015, prata em 2014 e 2022 e bronze em 2019. Em Jogos Olímpicos ainda não possui medalhas, mas ficou muito próxima em 2016 quando foi 4ª, e em 2012 quando foi 5ª colocada. Quem já possui medalha olímpica é a australiana Skinner, vencedora em 2016, porém, além dessa conquista, ela possui apenas uma prata e um bronze em mundiais. Sua compatriota, Scanlan, já esteve presente em duas finais olímpicas: em 2020 foi a 4ª, e em 2016 a 5ª. Por fim, a italiana Silvana Franco ficou em 5ª em 2020 e é outra que disputará medalhas em Paris.

Vencedoras dos mundiais de 2022 e 2023, Cormenier e Lin Yi Chun, respectivamente, já provaram que podem estar entre as melhores. Bom ficar de olho também em Alessandra Perilli, atleta de San Marino. Foi dela a primeira medalha do seu pequeno país, obtida com o terceiro lugar em Tóquio.


SKEET

Eliminatórias: 03/08 e 04/08

Final: 04/08

Favoritas ao ouro: Diana Bacosi (ITA) e Wei Meng (CHN)

Candidatas ao pódio: Danka Bartekova (SVK) e Nadine Messerschmidt (GER)

Podem surpreender: Iryna Malovichko (UKR) e Austin Smith (USA)

Brasil: Georgia Furquim

Dona do ouro olímpico em 2016 e da prata em 2020, Diana Bacosi é o nome a ser batido no evento. Além dessas conquistas, a italiana venceu os mundiais de 2019 e 2022 e os europeus de 2019 e 2024, sendo prata em 2015 e 2023. Outra forte candidata é Wei Meng. Medalhista de bronze em 2020, Wei havia ficado em 4º no desempate da final olímpica de 2016. Prata no mundial de 2019, a chinesa venceu o asiático de 2017, 2019 e 2023, sendo prata em 2011 e 2018. Nas suas duas participações olímpicas, Wei liderou a fase de qualificatórias às finais.

Atual líder do ranking olímpico, Bartekova foi medalhista de bronze em 2012; 8ª em 2008; 16ª em 2016 e 13ª em 2020. Foi também campeã no mundial em 2023 e quatro vezes no europeu (2008, 2010, 2018 e 2023). Outras que estiveram em Tóquio foram a alemã Messerschmidt, terminando em 5º na final; a ucraniana Malovichko, terminando em 8º; e a estadunidense Austin Smith, em 10º.


Georgia Furquim representa o Brasil no skeet (foto: CBTE)

Pela primeira vez, o Brasil classificou uma atleta para o evento (em 2016, Daniela Carraro representou o país, mas utilizando-se da vaga de país sede. Na ocasião, Daniela foi a última colocada) com Georgia Furquim. A gaúcha carimbou seu passaporte ao ser a 6ª no Campeonato das Américas em Santo Domingo, pois suas rivais ou já possuíam vagas ou seu respectivo país já havia estourado a cota máxima de dois atletas por evento. Georgia é a 62ª no ranking olímpico.


MISTA

EQUIPE MISTA CARABINA DE AR 10M

Eliminatórias: 27/07

Final: 27/07

Favoritos ao ouro: China (2x) e Alemanha

Candidatos ao pódio: Índia (2x), Estados Unidos e França

Pode surpreender: Polônia

Brasil: -

A China vem extremamente forte para a disputa. Com três dos quatro atletas no top-10, é muito difícil não imaginar uma dobradinha chinesa. A Alemanha também possui uma equipe forte com Maximilian Ulbrich (19º) e Anna Janssen (1ª). 

Correm por fora duas duplas indianas e a dupla estadunidense (Ivan Roe competirá ao lado de Sagen Maddalena ou de Mary Tucker, ambas estão no top-20 da categoria feminina). A francesa Oceanne Muller é a 6ª do ranking e competirá junto Romain Aufrere (41º). Por fim, a dupla polonesa formada por Maciej Kowalewicz (10º) e Julia Ewa Piotrowska (4ª) não estão entre os favoritos, mas podem surpreender.


EQUIPE MISTA DE PISTOLA DE AR 10M

Eliminatórias: 29/07

Final: 30/07

Favoritos ao ouro: Sérvia e China (2x) 

Candidatos ao pódio: Coreia do Sul, Índia (2x) e França

Pode surpreender: Paquistão

Brasil: -

Contando com o líder do ranking olímpico, Damir Mikec, e a 3ª colocada Zorana Arunovic, a Sérvia chega com favoritismo na prova. Mas a China possui três atletas entre os dez melhores e também brigará por esse ouro com duas duplas.

Não se pode ignorar a equipe sul-coreana, formada por Lee Won Ho (6º) e Kim Bo-mi (72ª) e a francesa que será formada por Camille Jedrzejewski (6ª) e Florian Fouquet (91º). Novamente a Índia classificou duas duplas e tem atiradores muito bem colocados no ranking mundial, brigam por medalha. Por sua vez, o Paquistão, com uma diminuta delegação em Paris, contará com Gulfam Joseph (27º) e Kishmala Talat (37ª) nessa prova. Será uma das poucas oportunidades do país de medalhar em Paris. A nação jamais conquistou medalhas na modalidade.


EQUIPE MISTA DE SKEET

Eliminatórias: 05/08

Final: 05/08

Favoritos ao ouro: Estados Unidos e Itália

Candidatos ao pódio: França, Alemanha, Grécia e Egito

Pode surpreender: Peru

Brasil: -

Os Estados Unidos contam com três atletas dentro do top-20 das categorias masculina e feminina. Vincent Hancock, um dos melhores de todos os tempos, é tricampeão olímpico (2008, 2012 e 2020) no individual e poderá contar com a parceria de Dania Vizzi que foi campeã pan-americana nessa prova. Por outro lado, o time italiano terá Diana Bacosi, ouro em 2016 e prata em 2020, e Luigi Lodde, 5º colocado em 2012. Todas essas conquistas individuais.

Os franceses com Lucie Anastassiou (3ª) e Eric Delaunay (4º) contarão com o maciço apoio da torcida para sonhar com medalhas nesta prova. O time alemão conseguiu se classificar bem tarde, na última competição que daria vaga olímpica, mas não podem ser negligenciados. Sven Korte é o 1º do ranking e Nadine Messerschmidt a 46ª. Outros bem ranqueados são Efthimios Mitas (62º) e Emmanouela Katzouraki (13ª), da Grécia. Por fim, não se pode esquecer que o Egito tem à sua disposição Azmy Mehelba, 15º do ranking. Ele competirá ao lado de Amira Aboushokka (65ª).

É pouco provável que o Peru consiga alguma medalha. O país não possui tradição no tiro esportivo, porém, seus dois únicos atiradores classificados para Paris foram justamente um homem e uma mulher no skeet. Dessa forma a nação ganha o direito de participar neste evento. Entretanto, a julgar pelo ranking, Nicolas Pacheco (40º) e Daniella Borda (18ª) formam uma equipe sólida.


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