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Guia Paris 2024 - TRIATLO




*Por Nathan Raileanu

FICHA TÉCNICA

Local de disputa: Ponte Alexandre III

Período: 30/07 (masculino), 31/07 (feminino) e 5/08 (revezamento misto)

Número de países participantes: 42

Total de atletas: 110 (55 homens e 55 mulheres)

Brasil: Manoel Messias e Miguel Hidalgo (masculino) e Djenyfer Arnold e Vittoria Lopes (feminino)


HISTÓRICO

Criado na década de 1970 como esporte de resistência que reúne nadar, pedalar e correr em grandes distâncias como prova de resistência, força e velocidade para o atleta que pratica, o triatlo estreou em Jogos Olímpicos em Sidney-2000, com ouro para o Canadá no masculino e para a Suíça no feminino, se mantendo no programa olímpico desde então. No início foram 48 mulheres e 52 homens, e em Atenas-2004, foram 50 em cada naipe. Em Pequim-2008 foi aumentado para 55 e assim ficou até hoje.


Desde Tóquio-2020 o revezamento misto entrou para o programa olímpico do triatlo, com ouro da Grã-Bretanha. Os britânicos são os maiores vencedores do triatlo, com três ouros, e também os que mais ganharam medalhas, com mais três pratas e dois bronzes na soma. Suíça e Austrália completam o 'pódio histórico' da modalidade.

Estreia do Triatlo em Sydney (Foto: Reprodução)

Nos últimos Jogos no Japão, a modalidade foi palco do primeiro ouro de Bermudas, com Flora Duffy vencendo no feminino. No masculino, a vitória foi de Kristian Blummenfelt, primeiro ouro da Noruega na modalidade

 

BRASIL 

Gaspar Nóbrega/COB

O Brasil começou bem na sua participação olímpica no triatlo com três atletas em cada naipe e com Sandra Soldan terminando na 11ª posição no feminino e Leandro Macedo em 14º no masculino, melhores resultados do país em Jogos olímpicos. O país conseguiu seis atletas novamente em Atenas-2004, mas o resultado não se repetiu. 

O triatlo brasileiro sempre marcou presença nos Jogos, mas de Atenas até Tóquio-2020 tinha dificuldade para ficar no top-20. Nos últimos Jogos, Vittoria Lopes e Luisa Baptista ficaram em 28ª e 32ª, respectivamente, e Manoel Messias foi o 28º no masculino. Além disso, o país não conseguiu vaga no revezamento misto.

Dessa vez as coisas prometem ser diferentes. O Brasil pegou a vaga no revezamento com a classificação de dois atletas em cada naipe. Manoel Messias teve um ciclo tão bom que já tinha garantido sua vaga antes mesmo da temporada 2024 começar. Miguel Hidalgo chega com top-10 em etapas do Circuito Mundial e com o ouro do Pan de Santiago-2023.

Baqueado pelo acidente de Luisa Baptista, o triatlo feminino irá com Vittoria Lopes e Djenyfer Arnold. Vittoria tem dificuldade na corrida e isso pode prejudicá-la na disputa, mas por outro lado, ela é uma atleta bem consistente. Djenyfer Arnold, por sua vez, já admitiu que gosta de competir no calor e a previsão para a prova é que a temperatura chegue perto dos 40ºC.

O revezamento misto chega em Paris-2024 com o título Pan-Americano conquistado em Santiago-2023, mas não é favorito à medalha, já que EUA, Grã-Bretanha e França estão à frente dos demais.


FORMATO DE DISPUTA

Na disputa individual, os 55 atletas de cada naipe tem que fazer  um percurso de 1.5 km de natação, 40 km de ciclismo e 10 km de corrida. São 2 voltas de natação, 8 de ciclismo e 4 de corrida. Quem chegar nas três primeiras posições, fica com as medalhas. 

O revezamento misto tem distância diferente. Os quatro atletas - dois homens e duas mulheres - disputam 300 m de natação, 8 km de ciclismo e 2 km de corrida, cada um. 

O início e a chegada serão na Ponte Alexandre III, que fica sob o rio Sena e conecta o bairro do Champs- Elyseés com os Invalides e a Torre Eiffel. Apesar da beleza do local, fica a preocupação da parte da natação no Rio Sena, que também será o local de disputa da maratona aquática, com altos níveis de poluição. Para mostrar que as águas do Sena estão aptas para a natação,  a prefeita de Paris e a Ministra dos Esportes da França já nadaram no local.


ANÁLISE

MASCULINO

Data: 30/07

Favoritos ao ouro: Leo Bergere (FRA) e Hayden Wilde (NZL)

Candidato à medalha: Alex Yee (GBR)

Pode surpreender: Miguel Hidalgo (BRA)

Brasil: Miguel Hidalgo e Manoel Messias

Competindo em casa, Bergere vai tentar impedir a hegemonia britânica em Jogos Olímpicos (foto: World Triathlon)

Apontar um favorito nas três provas do triatlo em Paris-2024 é injusto com muitos atletas, isso porque as disputas estão bastante equilibradas e permitem que vários países sonhem com medalhas na modalidade. Para complicar, o evento teste, que poderia servir para se ter uma noção de quem pode se dar melhor nas condições do percurso, teve a natação cancelada. 

Os franceses têm chance de medalha em casa e a esperança é no líder do ranking, Leo Bergere. O campeão mundial de 2022 vem com tudo para tentar o ouro em casa. Nas últimas cinco provas que disputou só ficou fora do top-5 em uma delas.

O atleta com mais chances de botar água no chope dos franceses é o neozelandês Hayden Wilde, dono de uma consistência enorme neste ciclo. Em 2022 venceu etapas do Circuito e foi terceiro no Mundial. Neste ano, competiu pouco, focando nos Jogos, mas foi segundo em todas elas.

Terceiro no ranking, Alex Yee foi prata no individual em Tóquio-2020 e ouro com a Grã-Bretanha no revezamento. É quem está sendo o homem a ser batido neste ano, com 100% de aproveitamento no que disputou até aqui.

Os brasileiros Miguel Hidalgo e Manoel Messias podem aparecer bem na prova. Manoel foi segundo em uma etapa da Copa do Mundo realizada no final de junho e vem com ânimo para os Jogos. Mas é Miguel quem desponta como melhor brasileiro.

Ele foi top-10 em quatro das cinco últimas provas que disputou, uma delas o ouro no Pan de Santiago-2023. Depois, ele venceu a etapa de Viña del Mar, no Chile, e ainda foi nono na única etapa do Circuito realizada em 2024. Ele é o atual nono colocado do ranking e o melhor das Américas. Sua prova na corrida, aliada a um bom ritmo no ciclismo, pode colocá-lo na disputa da medalha.


FEMININO

Data: 31/07

Favoritas ao ouro: Flora Duffy (BER) e Cassandre Breaugand (FRA)

Candidatas à medalha: Emma Lombardi (FRA), Taylor Knibb (USA), Beth Potter (GBR) e Lisa Tertsch (GER) 

Pode surpreender: Laura Lindermann (GER) 

Brasil: Vittoria Lopes e Djenyfer Arnold

Flora Duffy quer o bi olímpico em Paris (foto: Panam Sports)

No feminino, Flora Duffy chega mais uma vez como a favorita e tudo aponta que tirar o bicampeonato olímpico será uma tarefa difícil para as adversárias. Depois do título olímpico, ela foi campeã mundial em 2022. Este ano só competiu em duas etapas do Circuito e foi top-10 nas duas.

Mas a França vem forte nessa prova também. Cassandre Breaugand chega como campeã da etapa de Cagliari do Circuito Mundial, terceira colocada no Mundial do ano passado e ainda é a líder do ranking mundial. No evento teste realizado no ano passado no mesmo percurso, ela foi a segunda colocada.

Outra francesa, Emma Lombardi, também vem muito bem. Ela é a terceira do ranking mundial, primeira no Circuito e dois top-5 neste ano em provas no nível dos Jogos Olímpicos.

Prata na etapa de Yokohama do WTCS, Taylor Knibb pode jogar os Estados Unidos lá na frente. Ela foi campeã mundial em 2021 após os Jogos Olímpicos e vem acumulando pódios em algumas etapas. 

A britânica Beth Potter é outra na disputa. Campeã da etapa de Montreal e do evento teste no ano passado, ela se classificou na primeira posição do ranking olímpico, após ser campeã mundial ano passado, com uma bela atuação em Pontevedra (ESP). 

A Alemanha também quer o pódio. Com Lisa Tertsch, que bateu na trave da medalha no Mundial de 2023 e foi prata na etapa de Cagliari neste ano. Eles ainda têm Laura Lindermann, que acumula títulos na carreira e foi a oitava em Tóquio-2020.

As brasileiras Vittoria Lopes e Djenyfer Arnold não são candidatas a medalha, porém, podem ter seus momentos de brilho. Vittoria tem uma boa parte de nado, o que pode fazer diferença na saída para o ciclismo, onde ela tem um pouco mais de dificuldade. Djenyfer tem uma prova consistente e gosta de competir no calor, clima que irá predominar durante a competição.


REVEZAMENTO MISTO

Data: 05/08

Favoritos ao ouro: França, Alemanha e Grã-Bretanha

Candidatos à medalha: Brasil e Nova Zelândia

Podem surpreender: Austrália e Estados Unidos

Brasil: Manoel Messias, Miguel Hidalgo, Vittoria Lopes, Djenyfer Arnold

Brasil tem chances de subir ao pódio no revezamento misto (foto: Gaspar Nóbrega/COB)


O revezamento misto é uma prova nova que estreou em Tóquio-2020, vencida pela Grã-Bretanha. De lá pra cá, a categoria ganhou força e seu formato dinâmico prendeu a atenção dos torcedores. 

A Alemanha vem de dois títulos mundiais nessa prova e assim, chega como a favorita ao ouro na prova, mas com uma Grã-Bretanha colada logo atrás com um quarteto puxado por Alex Yee.

Em 2022, na etapa de Hamburgo do Circuito Mundial, os dois países disputaram o ouro e os britânicos levaram a melhor, com os alemães sendo ultrapassados no final pela Austrália, que ficou com a segunda colocação.

No evento-teste realizado no ano passado, a Alemanha foi quem levou a melhor, vencendo com apenas um segundo de vantagem sobre a Grã-Bretanha. 

A França tem uma vitória na etapa de Sunderland do WTCS no ano passado e tem como trunfo o desempenho individual de cada um de seus integrantes, que disputam o ouro em todas as provas que disputam, tendo os melhores do ranking.  

O Brasil é o atual campeão pan-americano da prova, vencendo em uma atuação brilhante em Santiago-2023 com a mesma formação que irá disputar os Jogos Olímpicos, superando os Estados Unidos. Nas etapas mais recentes, o país mostrou ritmo para andar na frente e foi top-10 em Hamburgo no ano passado.

A Nova Zelândia bateu na trave do pódio algumas vezes neste ciclo e com um time liderado por Hayden Wilde vai tentar entrar neste pódio. Sua vizinha Austrália também vem acumulando bons resultados, com uma vitória em prova realizada no início do ano e alguns top-10, podendo surpreender em Paris.

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