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Guia Paris 2024 - VÔLEI



*Por Mateus Felipe

Local de disputa: Paris Expo Porte de Versailles

Período: 27/07 a 11/08

Número de Países: 17 

Atletas: 288 atletas (144 homens e 144 mulheres)

Brasil: Classificado no masculino e feminino


HISTÓRICO

O vôlei, é uma das modalidades mais populares no Brasil e no mundo. Sua origem remonta ao ano de 1895, quando o americano William G. Morgan, então diretor de educação física da Associação Cristã de Moços (ACM) na cidade de Holyoke, em Massachusetts, nos Estados Unidos, resolveu idealizar a prática de um jogo menos desgastante que o basquete para os associados mais velhos da ACM. Foi assim que ele colocou uma rede semelhante a do tênis a uma altura de 1,98 metros sobre a qual uma bola (inicialmente de basquete) era rebatida de um lado a outro com o objetivo de tocar o solo do adversário para marcar um ponto. 

Após isso, o vôlei foi se expandindo pelos Estados Unidos e em 1900 chegou ao Canadá e, posteriormente, a outros países, como China, Japão, Filipinas e México. Na América do Sul, o vôlei chegou em 1910 inicialmente no Peru. 

Nos Jogos Olímpicos, o voleibol foi jogado pela primeira vez em 1924, como parte de um evento especial onde foram apresentados esportes criados nos Estados Unidos. No entanto, somente em 1964 nas Olimpíadas de Tóquio, 40 anos depois, foi introduzido como esporte oficial do torneio olímpico. No início, as competições masculinas e femininas usaram o formato único, em que as seleções jogam entre si uma vez. Esse formato permaneceu até os Jogos Olímpicos de Munique em 1972, quando o sistema foi dividido em fase de grupos e mata-mata com quartas de final, semifinal e final.

A extinta União Soviética é a maior vencedora no vôlei olímpico, com sete ouros. O Brasil vem logo atrás com 5 ouros e os Estados Unidos, tem 4. Os três países, além do Japão, são as únicas equipes que conquistaram o ouro tanto no masculino quanto no feminino.


BRASIL

Foto: Reuters

Tratando-se de Brasil, o primeiro registro de uma partida de vôlei foi em 1915, no Colégio Marista do Recife, em Pernambuco. Nos anos seguintes, por meio da Associação Cristã de Moços (ACM) de São Paulo, o esporte passou a se difundir e se popularizar no país.

A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) foi fundada em 1954. Anteriormente ligada à Confederação Brasileira de Desportos, a entidade conta atualmente com 27 federações filiadas e mais de 130 mil atletas registrados nas modalidades vôlei de quadra e de praia.

Nas Olimpíadas, o Brasil se tornou uma potência não só na competição, mas mundialmente. No retrospecto dos Jogos Olímpicos, o país já conquistou 11 medalhas, sendo 5 de ouro (3 no masculino e 2 no feminino), 4 de prata  (3 no masculino e 1 no feminino) e 2 de bronze (feminino).  Além de ser uma referência no esporte, o Brasil revelou grandes talentos para o voleibol mundial, como Fabi, Paula Pequeno, Sheila, Serginho, Giovane e Giba. A modalidade é considerada a segunda preferida dos brasileiros, perdendo apenas para o futebol.

Para as Olimpíadas de Paris-2024, o Brasil está classificado para o torneio feminino e masculino e vai em busca de manter a tradição que vem desde os Jogos de Barcelona-92 de estar sempre no pódio olímpico.


FORMATO DE DISPUTA

O Torneio de vôlei tem um formato bastante estável:

Doze times participam em cada evento e o país sede está sempre automaticamente pré-qualificado.

A competição possui duas fases: Para a primeira fase, os times são organizados em três grupos de quatro times de acordo com o ranking mundial da FIVB. O país sede ocupa sempre a primeira posição do ranking, enquanto o atual campeão olímpico recebe a segunda posição se estiver classificado. Cada time realiza, então, uma partida contra todos os outros times em sua chave. Caso o atual campeão olímpico seja o país sede, o outro cabeça de chave será o atual campeão mundial. Se este não estiver classificado, o melhor classificado do ranking da FIVB assume a posição. Avançam os primeiros de cada grupo, mais os dois melhores terceiros colocados.

Na segunda fase, os times disputam quartas de final, semifinais e finais. As partidas são organizadas de acordo com os resultados obtidos na fase anterior. A melhor campanha enfrenta o oitavo melhor classificado e assim, por diante, com o quarto enfrentando o quinto. 

Os vencedores das quartas de final disputam do seguinte modo as semifinais: (1º x 8º) x (4º x 5º); (3 x 6º) x (2º x 7º).

Nas finais, os vencedores das semifinais disputam o ouro, e os perdedores, o bronze.

As regras para a convocação de atletas são bastante rígidas. Cada time só pode indicar doze atletas. No entanto, para Paris-2024 será possível a convocação de um suplente para a substituição por lesão.


CURIOSIDADES

- O primeiro nome deste esporte que viria se tornar um dos maiores do mundo foi mintonette

-  A palavra inglesa “volley” quer dizer "rebater no ar"; 

- Dois brasileiros entraram para a história ao criarem dois tipos de saque que transformaram o jogo: Bernard Rajzman inventou o “Jornada nas estrelas” e Renan Dal Zotto criou o “Viagem ao fundo do mar”. Ambos foram medalhistas de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984.


ANÁLISE


FEMININO

Data: 27/07 a 11/08

Finais: 11/08

Países participantes: 12

Favoritas ao ouro: Brasil, Polônia e Turquia 

Candidatas ao pódio: Estados Unidos, China, Itália e Japão 

Podem surpreender: República Dominicana, Sérvia e França 

Brasil: Está no grupo B ao lado de Polônia, Japão e Quênia


José Roberto Guimarães define jogadoras para as quartas de final da Liga das Nações de Vôlei feminino
Foto: Divulgação/FIVB

No vôlei feminino a disputa pela medalha de ouro promete ser intensa. A seleção brasileira chega em Paris-2024 como uma das grandes favoritas para conquistar a medalha. Após ser medalha de prata em Tóquio-2020, o Brasil vem tendo excelentes resultados neste ciclo olímpico. A seleção comandada por Zé Roberto Guimarães é a atual líder do ranking mundial. Lideradas pela ponteira Gabi, uma das melhores jogadoras do mundo, e pela levantadora Macris, o Brasil chega muito forte para disputar a medalha de ouro em Paris-2024.

Outra seleção que também é candidata a medalha de ouro em Paris, é a Polônia. Atual número 3 do ranking mundial, a Polônia terminou a Liga das Nações na terceira posição, vencendo o Brasil na disputa. Lideradas pela oposta Magdalena Stysiak, a Polônia tem grandes chances de conquistar alguma medalha nesta competição e brigar pelo ouro. Além dela, a Turquia também merece destaque nesta disputa. Atual número 2 do ranking mundial, a seleção turca tem jogadoras de destaque, como a oposta Melissa Vargas, uma das melhores jogadoras do mundo, e a central Zehra Günes.

Karakurt e Vargas vão tentar levar a Turquia longe na olimpíada (Foto:FIVB)


Um pouco abaixo dessas seleções estão Estados Unidos, Itália, China e Japão, que têm grandes chances de brigar por medalhas em Paris. Os Estados Unidos conquistaram pela primeira vez a medalha de ouro no vôlei feminino em Tóquio-2020, vencendo por 3 sets a 0 a seleção brasileira naquela ocasião. No entanto, as atuais número 5 do ranking mundial chegam como uma incógnita para a disputa de Paris.

A seleção da Itália também é outra que promete brigar por medalha. Lideradas pela oposta Paola Egonu, as atuais número 4 do ranking mundial chegam confiantes para a disputa das Olimpíadas. Além delas, China e Japão também podem brigar por medalhas. As seleções asiáticas chegam com moral em Paris para a disputa da competição.

Por fim, República Dominicana, França e Sérvia podem acabar surpreendendo na competição com bons ataques, mas que acabam pecando na recepção.


MASCULINO

Datas: 27/07 a 10/08

Final: 10/08

Países Participantes: 12

Favoritos ao ouro: Polônia e Itália

Candidatos ao pódio: Estados Unidos, Brasil, França e Japão

Podem surpreender: Canadá, Alemanha e Argentina

Brasil: Está no grupo B ao lado de Polônia, Itália e Egito

A Polônia pinta como favorita a levar um ouro que não vem desde 1976 no vôlei (foto: FIVB)

Assim como na competição feminina, no vôlei masculino a disputa pela medalha de ouro promete ser intensa. A Polônia chega como uma das principais favoritas para a conquista da medalha. Atual número 1 do ranking mundial, a seleção polonesa foi vice-campeã da Liga das nações em 2021, terceiro lugar em 2022 e é a atual campeã do torneio vencido em 2023. Liderados pelo ponteiro Wilfredo Leon e pelo oposto Lukasz Kaczmarek, a Polônia tem grandes possibilidades de conquistar uma medalha que não vem desde os Jogos Olímpicos de Montreal em 1976.

Ao lado dela, outra seleção que aparece como favorita a conquistar a medalha de ouro é a Itália. Atual número 2 do ranking mundial, a seleção italiana é liderada pelo central Gianluca Galassi e pode conquistar a medalha de ouro em Paris-2024.

Um pouco abaixo dessas seleções estão Estados Unidos, Brasil, França e Japão que podem brigar por um lugar no pódio nesta competição. A anfitriã e atual campeã olímpica, França, caiu um pouco de rendimento após a conquista do ouro em Tóquio e da Liga das Nações em 2022. No entanto, o atual número 7 do ranking mundial, venceu a Liga das Nações 2024 e conta com nomes consagrados como o ponteiro Ngapeth e o levantador Toniutti para a disputa dos jogos em Paris.


Equipe brasileira posa para foto. Crédito: FIVB
Foto: FIVB

O Brasil também pode beliscar um lugar no pódio. Ainda que venha de um ciclo olímpico bastante turbulento e com resultados abaixo do esperado, a seleção brasileira conta com uma vasta tradição nos jogos olímpicos e nomes consagrados. Comandada novamente pelo técnico multicampeão Bernardinho, o Brasil tem nomes vencedores como Lucarelli, Leal e Bruninho, juntamente com jovens jogadores como Darlan e Alan para ir em busca de uma medalha nos Jogos de Paris. Além deles, Estados Unidos e Japão também possuem boas chances de medalha.

Por fim, seleções como Argentina, Canadá e Alemanha podem vir a surpreender e conquistar uma medalha.

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