Brasil briga por 7 medalhas em Paris. Foto: Ricardo Bufolin/CBG |
O Brasil participou da quinta e última subdivisão da Ginástica Artística na tarde deste domingo (28), na Arena Bercy, e se classificou para seis finais. Rebeca Andrade vai disputar cinco finais, enquanto Julia Soares, estreante em Jogos Olímpicos, conquistou a última vaga na trave. Flávia Saraiva fez somatório necessário para o individual geral. Jade Barbosa e Lorrane Oliveira também compõem o time na final por equipes. As finais femininas começam na terça-feira (30) e seguem até o dia 5 de agosto.
Finais das ginastas brasileiras:
Rebeca Andrade: individual geral, trave, solo e salto.
Flávia Saraiva: individual geral
Julia Soares: trave
Brasil: final por equipes
– "A gente tem o que melhorar. A gente consegue subir neste somatório. Elas sabem como se ajudar, a gente sabe como acolher e sabemos das nossas possibilidades. É ver o que cada uma precisa para estar bem para melhorar as execuções e subir as notas. A Flávia Saraiva saiu triste porque eram duas finais que ela queria muito. A gente tem uma chance que não sei se teremos novamente para disputar uma medalhas por equipes.", disse Chico Porath, técnico das ginastas brasileiras.
RESUMO DA SUBDIVISÃO
SALTO – 42.733
Lorrane Oliveira começou no aparelho da primeira rotação, com um salto de baixa dificuldade. Jade Barbosa, em seguida, apresentou um yurchenko com dupla pirueta e deu um passe final na aterrissagem. Flavia Saraiva, com salto igual ao da Jade, executou com uma postura diferente, com apenas uma leve cruzada de pernas na chegada.
Rebeca Andrade vai defender o título no salto. Foto: Ricardo Bufolin/CBG |
Rebeca Andrade, única ginasta com objetivo de final no aparelho, fez dois saltos. No primeiro, um cheng com um pequeno passo na chegada. No segundo, com um dupla pirueta, também apresentou uma plástica superior, garantiu nota para a final no aparelho. A ginasta brasileira só não ficou à frente de Simone Biles no aparelho, que teve média de 15.300.
O Brasil só não foi melhor que os Estados Unidos, que somou 44.799. O desempenho também foi superior se comparado com o Mundial do ano passado, pouco mais de um décimo.
BARRAS ASSIMÉTRICAS – 41.433
Mantendo a ordem anterior, Lorrane Oliveira, de 26 anos, começou e fez uma série limpa, apenas com alguns erros nas paradas de mão e um passo para trás na chegada. Jade Barbosa teve reduções na nota por bater o pé na barra e, na saída, dar três passos para trás, sem cravar.
Flavia Saraiva fez uma série limpa, com um leve passo com o pé direito na saída com um duplo mortal para frente – teve a maior nota de execução do Brasil. Rebeca Andrade, que também tinha o objetivo de chegar à final das assimétricas, teve pequenos erros na execução. Simone Biles era a nota de corte, com 14.433, e Rebeca não a superou.
A soma das notas garantiu a 4ª melhor nota entre as equipes. Apenas Estados Unidos, China e Itália ficaram à frente.
TRAVE – 41.433
A entrada de Julia Soares, que assumiu a rotação no aparelho, fez uma excelente entrada, com impulso característico dela. Teve um pequeno desequilíbrio durante a execução, mas a saída foi cravada e levou as arquibancadas a aplaudir a atleta. Na sequência, Jade Barbosa também fez uma boa série, com desequilíbrio no mortal esticado e saída com duplo carpado sem cravar.
Flavia Saraiva tinha tudo para chegar novamente à final do aparelho, assim como na Rio 2016 e em Tóquio 2020. Ela executou com perfeição giros e mortais, mas errou uma cortada simples e caiu sobre a trave. Rebeca Andrade, fechando a rotação, minimizou os leves desequilíbrios e fez uma série excelente.
Na estreia em Olimpíada, Júlia Soares está na final da trave. Foto: Ricardo Bufolin/CBG |
O Brasil teve a 3ª melhor performance do aparelho, atrás dos Estados Unidos e da China. Para a classificação de Júlia para a final, era necessário esperar a rotação da Austrália. Não foi suficiente para tirá-la do top-8.
– "Até agora não acredito. É uma surpresa muito grande porque é a primeira competição desse nível dela. A gente trabalhou pra ela ir atrás da perfeição e ela não conseguia fazer nos treinos. Ela chegava a apresentar, dava uns errinhos, mas hoje ela conseguiu", disse Iryna Ilyashenko, técnica da ginástica.
SOLO – 40.900
Julia Soares foi a primeira e, ao som de Raça Negra, cativou o público francês e arrancou aplausos de toda a plateia. Sem desequilíbrio nos mortais e no samba, a tradição do solo começou bem representada. Jade Barbosa apresentou-se ao som de uma versão de rock de Baby One More Time, de Britney Spears. Os giros no solo foram bem executados, com pequenos passos na chegada dos mortais.
Flavia Saraiva, após exibir com mortal, deu um salto com os dois pés para fora da área do tablado. Ainda assim, Flavia conquistou a simpatia do público, que vibrou com o mortal final da série da ginasta. E, pra fechar com chave de ouro, Rebeca Andrade ao som de Beyoncé e Anitta. O desequilíbrio no primeiro mortal foi ofuscado pelo duplo mortal cravado. A música e a desenvoltura de Rebeca cativou o público, que comemorou a vaga na final junto da ginasta.
O Brasil teve a 2ª melhor performance do aparelho, atrás apenas dos Estados Unidos.
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