Foto: Wander Roberto/COB |
Bicampeã olímpica, eternizada na história do esporte brasileiro, 37 anos
de idade, sequelas de uma série de lesões, dores diárias dentro e fora
de quadra… O que move a central Thaísa a estar nos Jogos Olímpicos Paris
2024, em sua quarta participação olímpica — após ausência em Tóquio
2020 —, é o amor pelo esporte e a vontade de retribuir tudo que o vôlei
lhe deu de bom na vida. E, claro, o sonho de colocar uma terceira
medalha no peito, de preferência mais uma dourada. A caminhada começa na
próxima segunda-feira (dia 29), quando o Brasil encara o Quênia.
"A
minha ambição é buscar mais uma medalha olímpica, com certeza o ouro. O
que me trouxe de volta é o amor a esse esporte que mudou a minha vida,
mudou a vida da minha família e me mudou como pessoa. É o amor pelo
esporte que me move na seleção brasileira e também no clube. É uma
rotina muito cansativa, mas vale cada segundo. Quando chega um fim de
carreira, no meu caso de seleção, é que a gente consegue entender a
importância e a grandeza que tem tudo isso aqui’’, afirmou Thaísa
durante treino aberto, no Gymnase Des Docks, uma das estruturas da base
do Time Brasil em Saint-Ouen.
"Quando eu era novinha, parecia
tudo muito normal. Com o tempo, eu entendo o quanto eu vou sentir falta
quando tudo isso acabar. Então, eu acho que percebi que, muitas vezes,
eu deixei passar no automático e não vivi com tanto emoção e com tanto
sentimento quanto eu tô vivendo agora. É o amor por tudo isso, pelo meu
país, pelo meu esporte”, acrescentou a jogadora de 1,96m.
Para
exercer a profissão que tanto adora, Thaísa lança mão de alguns cuidados
especiais em todos os momentos de sua rotina, incluindo a utilização de
uma proteção especial no joelho esquerdo para treinar e jogar.
"Eu sinto dor todo dia, independentemente do momento. Hoje, eu não preciso estar em quadra para estar sentindo dor. Eu já acordo sentindo dor, mas é o que eu falo. São escolhas. Eu escolhi passar por isso, eu já sabia que isso iria acontecer. Então eu preciso estar pronta. Fico na fisioterapia, me preparo na academia. Quando você está focada mentalmente, até as dores você consegue superar’’, explicou ela.
Revisitando
a sua trajetória gloriosa em Jogos Olímpicos, Thaísa se emocionou ao
contar o que diria para aquela menina de 21 anos que estreou na
principal competição multiesportiva do planeta com uma medalha de ouro.
''Eu
falaria para a Thaísa de 21 anos para ela aproveitar e viver realmente
isso. Estar nos Jogos Olímpicos não é normal, é o que todos atletas do
mundo buscam e nem todos conseguem. Eu ia muito no automático, lógico
que eu estava feliz, mas não tinha noção da grandeza. E eu falaria para
ela se cuidar, se focar, cuidar da parte física, cuidar do seu mental,
porque você vai precisar lá na frente, hoje, principalmente. Eu fico um
pouco emocionada quando eu penso nessas coisas. Estou um pouco
sentimental ultimamente. Eu não gosto de chorar não, mas me emociona,
porque vai ser a última com a seleção’’, finalizou ela, colocando as
mãos nos olhos para segurar as lágrimas.
0 Comentários