Foto: Wagner Carmo/CBAt |
Nas duas últimas edições olímpicas, o atletismo brasileiro celebrou três medalhas. Em casa, nos Jogos do Rio-2016, Thiago Braz foi o protagonista de uma das disputas mais emocionantes da competição e se tornou o 4º campeão olímpico da modalidade. Cinco anos depois, o atleta do salto com vara voltou ao pódio, com a medalha de bronze. Também em Tóquio-2020, Alison dos Santos foi um dos personagens principais da maior prova dos 400 metros com barreiras da história olímpica, com o bronze – e se prepara para dar continuidade a essa história em Paris-2024.
A noite de chuva do dia 15 de agosto de 2016 se tornou inesquecível para o torcedor brasileiro. Aos 22 anos, Thiago Braz fez um duelo de gigantes com o então campeão olímpico e recordista mundial, Renaud Lavillenie, para conquistar a medalha de ouro do salto com vara. Em casa, o Brasil celebrou a quinta vitória em Olimpíadas, o retorno ao lugar mais alto do pódio depois de oito anos.
Thiago começou a prova em 5,65 m e passou na primeira tentativa. Saltou 5,75 m na segunda e 5,85 m na primeira. Neste momento, restavam cinco atletas na prova. Em 5,93 m, passou no segundo salto – o que lhe assegurava a medalha de prata e igualava o recorde sul-americano. Na disputa, restavam apenas Thiago e o francês Lavillenie.
Para tentar passar à frente do adversário, Thiago e seu técnico, Vitaly Petrov, apostaram em uma estratégia ousada: como o francês já havia superado os 5,98 m de primeira, o brasileiro decidiu ir direto para os 6,03 m – Thiago nunca tinha superado a marca dos 6 metros.
Thiago foi muito apoiado pela torcida, e a ousadia funcionou: ele ultrapassou o sarrafo na segunda tentativa e jogou a pressão para Lavillenie, que já tinha dois erros. O rival elevou a barra a 6,08 m, mas errou. A alegria tomou conta da pista e das arquibancadas do Estádio Olímpico Nilton Santos: Thiago havia conquistado o ouro, com recorde brasileiro, sul-americano e olímpico.
O saltador não chegou como favorito ao pódio em Tóquio. Mas, assim como fez no Rio, superou seus limites e, na noite do dia 3 de agosto, conquistou sua segunda medalha na carreira, o bronze (5,87 m). O brasileiro continuou como detentor do recorde olímpico com a marca obtida no Engenhão, uma vez que o vencedor, o sueco Armand Duplantis, conquistou o primeiro lugar com o salto de 6,02 m.
Em Tóquio-2020, Alison dos Santos surge para o cenário mundial
Na manhã do mesmo dia 3, o mundo do atletismo ficou estupefato: nunca uma prova dos 400 metros com barreiras havia sido tão rápida – e um brasileiro era um dos protagonistas.
Alison dos Santos, o Piu, conquistou a medalha de bronze com a marca de 46.72, a apenas 2 centésimos do antigo recorde mundial da prova. Isso porque o então recordista, o norueguês Karsten Warholm, garantiu o ouro com o resultado de 45.94 – é o único do mundo a ter corrido abaixo de 46 segundos. O americano Rai Benjamin foi prata, com 46.17.
O barreirista brasileiro, à epoca com 21 anos, já colecionava bons resultados desde as categorias de base, e tinha excelentes resultados na temporada, em um ciclo olímpico prejudicado pela pandemia da Covid-19. Chegou em Tóquio como o terceiro melhor do ranking mundial (47.34). Com a marca que lhe garantiu o bronze, bateu o recorde sul-americano da prova pela sexta vez consecutiva.
A competitividade entre Warholm, Benjamin e Alison se manteve no ciclo para Paris. O brasileiro foi campeão do Mundial de Eugene, em 2022, onde estabeleceu seu recorde pessoal (46.29). E o trio chega na Olimpíada com os três melhores resultados do ranking em 2024 e também de todos os tempos na prova.
0 Comentários