Foto: Alessandra Cabral/CPB |
Além de atletas, técnicos e outros profissionais que atuarão nas arenas das 20 modalidades em que o Brasil será representado nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) convocou integrantes do departamento de saúde para o evento, que começará daqui a 10 dias, 28 de agosto, em uma cerimônia de abertura inédita.
A equipe é composta por 19 profissionais, sendo um chefe-médico, outros cinco médicos, uma assistente de saúde, uma enfermeira, duas técnicas de enfermagem, quatro fisioterapeutas, três psicólogos e dois nutricionistas. Além deles, também há os profissionais convocados para atuar em modalidades específicas – totalizando 59 pessoas.
A atuação da equipe já começou na última terça-feira, 13, em Troyes, cidade a cerca de 160km de Paris e onde parte da delegação brasileira está na aclimatação para os Jogos Paralímpicos. O município, até o momento, recebe as seleções de atletismo, badminton, goalball, natação, remo, taekwondo, tênis de mesa e vôlei sentado. Neste domingo à tarde (horário de Paris), 18, chegaram os atletas do tênis em cadeira de rodas.
O chefe-médico Hesojy Gley Pereira Vital da Silva explicou que o CPB se preocupou em preparar os esportistas da melhor maneira possível para evitar atendimentos em Troyes e Paris. No entanto, toda a equipe está preparada para dar o suporte aos atletas, caso haja necessidade – seja por meio de medicamentos, insumos ou equipamentos. A delegação tem à disposição mais de 100 tipos de remédios, 40 utensílios próprios para atendimentos (agulhas, atadura, gaze, protetor ocular, luvas, etc) e 35 aparelhos (maca, ultrassom portátil, aferidor de pressão, banheira recovey, oxímetro, etc).
“Tudo o que a gente fez em São Paulo reflete nas condições em que os atletas chegam à França. Ou seja, quanto menos atendimentos realizarmos agora significa que o trabalho foi bem realizado no Brasil”, disse Hesojy. “Em Troyes, temos feito um acompanhamento preventivo, principalmente no que diz respeito à fisioterapia. Além disso, também atuamos para que lesões já existentes não se agravem aqui”, continuou.
Hesojy ainda destacou que, até o momento, foram atendidos pequenos casos inerentes a longas viagens, como insônia, diarréia e problemas respiratórios. Segundo ele, essas são as queixas mais comuns durante o período de adaptação a um novo lugar. “Isso acontece com diversas pessoas, mas, no caso dos atletas, precisamos atacar os sintomas mais cedo para não deixá-los piorar e não atrapalhar na competição”, continuou o chefe-médico da missão brasileira para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024.
“Também estamos preparados para as grandes emergências. Inclusive, contratamos uma ambulância e fizemos uma visita prévia a Troyes para conhecer a estrutura hospitalar da cidade e ficamos satisfeitos com o que observamos”, finalizou.
A alimentação também é um ponto de atenção durante a aclimatação. O CPB se preocupou em garantir diariamente a preparação de comida brasileira para os atletas. Eles têm à disposição para o período de aclimatação: meia tonelada de feijão, uma tonelada de arroz, duas toneladas de carne branca e vermelha, além de 100kg de folhas, entre outros alimentos. As verduras são entregues a cada dois dias no refeitório localizado no Centro Esportivo de l’Aube, em Troyes. A padaria e o hortifruti também são reabastecidos diariamente.
“É uma operação complexa e grande. Mas só de os atletas estarem aqui e receberem uma alimentação do nosso país já traz um pouco de conforto para eles. Os esportistas se sentem abraçados e isso minimiza o estresse. O que a gente puder fazer para ajudá-los, não mediremos esforços”, concluiu a nutricionista do CPB, Monique Moreira.
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