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Guia Paralimpíada Paris 2024: ESGRIMA EM CADEIRA DE RODAS

Marco Antonio Teixeira/MPIX/CPB

A esgrima em cadeira de rodas foi desenvolvida na década de 1950 pelo médico alemão Ludwig Guttmann, o pai do movimento paralímpico, no Hospital de Stoke Mandeville, no Reino Unido. Guttmann, um esgrimista amador, usou o esporte para ajudar na recuperação de pacientes com lesão na medula, auxiliando a desenvolver a estabilidade do tronco.

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A modalidade é disputada por pessoas com amputações, lesão medular ou paralisia cerebral. Os atletas ficam nas cadeiras de rodas que ficam fixas na área de competição. Durante uma partida, os esgrimistas não podem tirar as nádegas da cadeira e nem usar as pernas para gerar qualquer tipo de impulso.

Os duelos são similares ao da esgrima olímpica, com os atletas fazendo pontos a cada toque no adversário. As armas também são as mesmas. A espada, o florete e o sabre. No florete, os toques devem ser feitos apenas no tronco do rival e com a lateral da arma. Na espada, os golpes são feitos com a ponta da arma em qualquer ponto acima do quadril do adversário. Já no sabre, os pontos podem ser feitos com a ponta ou a lateral da arma e em qualquer parte do corpo do oponente acima do quadril.

A esgrima em cadeira de rodas é um esporte rápido e tenso, no qual os atletas devem usar sua inteligência e raciocínio estratégico para vencer seu adversário, julgando o momento e a quantidade de ataques assim como os movimentos defensivos. 

O esporte está presente nos Jogos Paralímpicos desde sua primeira edição em Roma-1960. Historicamente, França e Itália são os países que mais conquistaram medalhas paralímpicas na esgrima em cadeira de rodas. Desde a virada do século, porém, China e Hong Kong passaram a dominar a modalidade em Paralimpíadas.

O Brasil fez sua estreia na esgrima em cadeira de rodas em Jogos Paralímpicos em Atlanta-1996, com Andrea de Mello. Em Londres-2012, o Brasil teve seu principal resultado no esporte. Jovane Guissone conquistou a medalha de ouro na espada masculina - categoria B. Na decisão, o brasileiro venceu Tam Chik Sum de Hong Kong por 15 a 14. Em Tóquio, Jovane conquistou a sua segunda medalha paralímpica, uma prata.


CLASSIFICAÇÃO

Os atletas são avaliados, principalmente, de acordo com a mobilidade do tronco. Eles podem ser classificados em três categorias: A, B e C, sendo a C a mais severa, e a A, a menos comprometida.

Categoria A: Atletas com mobilidade no tronco; amputados ou com limitação de movimento.

Categoria B: Atletas com menor mobilidade no tronco e equilíbrio.

Categoria C: Atletas com tetraplegia, com comprometimento do movimento do tronco, mãos e braços.


VOCÊ SABIA?

 - Os primórdios da Esgrima em cadeira de rodas foram difíceis. Na ausência de uma maneira de manter as cadeiras no lugar durante o corte e o impulso de uma partida, os oficiais costumavam ter que segurar as rodas para que elas não tombassem. Também não havia como garantir que a distância entre os esgrimistas fosse consistente, embora o desenvolvimento de uma 'estrutura' para manter as cadeiras na posição estivesse avançando rapidamente.

- Foram os italianos que, em 1987, inventaram uma estrutura que formou a base para as várias versões que ainda são usadas hoje. Pequenos ajustes incluíram a consideração da leveza do equipamento e a facilidade de acomodar mais rapidamente esgrimistas destros e canhotos. Estruturas modernas também permitem que o espaço entre os esgrimistas seja modificado, dependendo do esgrimista com o braço mais curto ou mais longo.


Monica Santos (BRA) enfrenta Zhang Chui (CHN) na Rio-2016 - Foto: Alexandre Urch/MPIX/CPB

BRASILEIROS EM PARIS-2024

Categoria A: Carminha Oliveira, Monica Santos e Rayssa Carvalho (F) e Kevin Damasceno e Lenílson Oliveira (M)

Categoria B: Jovane Guissone e Vanderson Chaves (M)


Programação:

03/09 - Sabre categorias A e B (M/F)

04/09 - Florete categorias A e B (M/F)

05/09 - Florete por equipes (M/F)

06/09 - Espada categorias A e B (M/F)

07/09 - Espada por equipes (M/F)


Jovane Guissone é o dono das únicas medalhas do Brasil na Esgrima CR
Jovane Guissone é o dono das únicas medalhas do Brasil na Esgrima CR (foto: Takuma Matsushita/ CPB)


Análise (Por Marcos Antonio):

Dono de duas medalhas paralímpicas, Jovane Guissone é o principal nome brasileiro e melhor chance de medalhas do Brasil na Esgrima CR, principalmente na espada, sua melhor arma. Mas não podemos os outros nomes, como Kevin Damasceno, que se tornou campeão mundial sub23, e que pode ser uma grata surpresa no pódio em Paris.

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