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Guia Paralimpíada Paris 2024: HIPISMO

Marco Antonio Teixeira/CPB


O hipismo é a única modalidade do programa olímpico/paralímpico que conta com a presença de animais em sua realização. O esporte é praticado por homens e mulheres que tenham deficiência físico-motora ou visual, sendo também o único no qual os dois gêneros competem no mesmo evento em pé de igualdade.

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A primeira aparição foi em Jogos Paralímpicos foi em Nova York/Stoke Mandeville-1984 com o primeiro mundial sendo disputado três anos depois. Depois de um período de ausência, o esporte retornou ao programa em Sidney-2000 e segue sendo disputado até os dias atuais.

Ao contrário dos Jogos Olímpicos, que também contam com as disputas do Conjunto Completo de Equitação e de Saltos, as Paralimpíadas incluem apenas a prova de adestramento no hipismo com as seguintes provas: individual, estilo livre individual e por equipes. Com isso, o hipismo acaba sendo a única modalidade artística do programa paralímpico.

Nesse tipo de evento, os conjuntos cavaleiro/amazona e cavalo devem realizar exercícios de técnica de forma precisa e suave, respeitando o ritmo de uma música-padrão. Um corpo de juízes avalia os movimentos realizados em um picadeiro de 20x40m ou 20x60m e dá notas. A delicadeza desse evento faz com que ele, por vezes, seja chamado de "balé equestre".

Depois da competição individual, os oito melhores conjuntos avançam para a final do adestramento estilo livre, na qual cada atleta pode escolher a própria música que irá apresentar e definir seus movimentos. Da mesma forma, um corpo de juízes avalia a apresentação, e a nota mais alta de cada grau garante a medalha de ouro.

A Grã Bretanha é a maior potência no hipismo paralímpico, com 64 medalhas, sendo 34 de ouro. Estados Unidos e Dinamarca vem em seguida com 20 e 25 medalhas, respectivamente. 

Os Jogos Paralímpicos de Atenas 2004 foram os primeiros com um cavaleiro brasileiro. Marcos Alves, conhecido como Joca, participou das disputas do Grau I e teve como melhor resultado o 9º lugar no adestramento estilo livre.

Quatro anos depois, Joca voltaria à cena paralímpica em grande estilo. Montado em Luthenay De Vernay, o brasileiro conquistou as duas primeiras medalhas do hipismo brasileiro em Paralimpíadas: bronze no adestramento individual e no estilo livre de sua categoria.

Nos Jogos do Rio 2016, Sérgio Oliva conquistou dois bronzes pelo grau I: um no Adestramento Individual e outro no estilo livre. Já em Tóquio 2020, o país conquistou uma medalha de prata com o paulista Rodolpho Riskalla, na disputa individual grau IV.

Nacionalmente, a modalidade hipismo é administrada pela CBH (Confederação Brasileira de Hipismo) e, internacionalmente, pela FEI (Federação Equestre Internacional)

Sérgio Oliva comemora bronze na Rio-2016 (Foto: Marco Antonio Teixeira/MPIX/CPB)

CLASSIFICAÇÃO

Os cavaleiros são classificados de acordo com a sua deficiência e julgados pela sua capacidade ou habilidade equestre.

GRAU I - Atletas com comprometimento severo nos quatro membros
GRAU II - Para cadeirantes ou andantes com boa funcionalidade dos braços. Atletas com comprometimentos unilaterais severos ou com deficiência visual
GRAU III - Atletas andantes com comprometimento unilateral, moderado nos quatro membros ou severo nos braços. Atletas com deficiência visual severa
GRAU IV - Comprometimento leve em um ou dois membros. Atletas com deficiência visual moderada
GRAU V - Comprometimento leve em um ou dois membros; atletas com deficiência visual leve

VOCÊ SABIA?


- Uma das adaptações feitas nas selas para para-equestres é o acolchoamento extra. Muitos chegam a usar um cobertor de lã na sela para ela ficar mais confortável

- Somente em Atenas 2004 é que alguns cavaleiros e amazonas usaram seus próprios cavalos. Em Atlanta e Sydney, foram usados cavalos e éguas emprestados

- Os graus I a III cavalgam na arena de adestramento menor (20m x 40m), enquanto os graus IV e V cavalgam na maior (20m x 60m), que corresponde à usada no adestramento olímpico

BRASILEIROS EM PARIS 2024


Grau I - Sérgio Oliva
Grau V - Rodolpho Riskalla

Programação
3/9, 8:45 - disputa individual grau I
4/9, 7:55 - disputa individual grau V
7/9, 6:00 - disputa estilo livre grau V
7/9, 7:40 - disputa estilo livre, grau I 

Rodolpho Riskalla comemora a prata conquistada em Tóquio-2020 (foto: Wander Roberto/CPB)


Análise (Por Marcos Antonio)

Medalha de prata em Tóquio e dono de dois bronzes no último mundial, Rodolpho Riskalla é a maior esperança de pódio em Paris. Após cumprir uma suspensão por doping em 2023, ele está em uma nova categoria - a de grau V - e a expectativa é que ele consiga manter o bom nível apresentado no grau IV e ir ao pódio, assim como Sérgio, que foi medalhista na Rio 2016 e passou em branco em Tóquio.

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