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Guia Paralimpíada Paris 2024: JUDÔ

(Miriam Jeske/CPB)


O judô é uma das modalidades paralímpicas disputadas apenas por atletas com deficiência visual. As lutas acontecem sob as mesmas regras utilizadas pela Federação Internacional de Judô (IJF), tendo poucas modificações em relação ao judô convencional.

No judô paralímpico, o combate já é iniciado com os atletas em contato com o quimono do adversário e a luta é interrompida sempre que os lutadores perdem a pegada. Além disso, não há punições para quem sai da área de combate.

Assim como no judô convencional, o objetivo do judô paralímpico é derrubar o adversário com as costas voltadas para o chão, imobilizá-lo no solo por 20 segundos ou forçá-lo a desistir (estrangulamento). A pontuação também consiste em waza-ari e ippon. 

A modalidade é praticada por homens e mulheres em Paralimpíadas. O tempo regulamentar de combate nas lutas masculinas é de cinco minutos, enquanto que no feminino é de quatro minutos. Em caso de empate, a decisão vai para o golden score (ponto de ouro, em inglês), uma espécie de prorrogação, com o vencedor sendo aquele que pontuar primeiro. A área de competição é igual para ambos os gêneros: entre 14m² e 16m².

O judô entrou no programa paralímpico nos Jogos de Seul, em 1988, somente com categorias masculinas. A estreia feminina aconteceu 16 anos depois, em Atenas-2004. Até Tóquio-2020, as categorias eram divididas como B1, B2 e B3, com cegos totais, parciais e baixa visão competindo juntos. Para o ciclo de Paris, a modalidade foi dividida em J1 e J2 para trazer mais justiça, mas as categorias foram diminuídas de sete para quatro.

No Brasil, a modalidade começou a ser praticada no início da década de 80. E a primeira participação internacional foi em 1987, no torneio de Paris. No ano seguinte, nos Jogos Paralímpicos de Seul, o país conseguiu as suas três primeiras medalhas na história da competição, com os bronzes de Leonel Filho, Júlio Silva e Jaime de Oliveira.

Já o responsável pela primeira medalha de ouro do Brasil em Jogos foi o multicampeão Antônio Tenório, em Atlanta-1996. O judô é a terceira modalidade que mais trouxe medalhas para o Brasil na história dos Jogos Paralímpicos, atrás somente de atletismo e natação. Ao todo, foram 25 pódios, sendo cinco ouros (quatro conquistados por Tenório e um por Alana Maldonado), nove pratas e onze bronzes.

No geral, o Japão é a nação com mais medalhas paralímpicas, com 32 (sendo 12 de ouro). Azerbaijão e China completam o pódio, com Cuba e Brasil fechando o top5. No Brasil, a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV).


CLASSIFICAÇÃO

Tanto a categoria feminina quanto a masculina contam com quatro divisões por peso cada:

Masculino: 60kg, 73kg, 90kg e acima de 90kg

Feminino: 48kg, 57kg e 70kg e acima de 70kg

Além das categorias por peso, os judocas são divididos em duas classes, de acordo com o grau da deficiência visual:

J1 - Cegos totais ou com percepção de luz, mas sem reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância.

J2 - Atletas que conseguem definir imagens.



Antônio Tenório medalhas paralímpicas
Antônio Tenório foi ao pódio pela sexta vez em sua carreira na Rio-2016. Ninguém no judô tem mais medalhas do que ele. (Foto: Cléber Mendes/MPIX/CPB)

VOCÊ SABIA?

- Antônio Tenório é o atleta mais condecorado da história do judô paralímpico, com quatro ouros consecutivos conquistados entre Atlanta-1996 e Pequim-2008 na categoria acima de 100kg. Tenório adicionou um bronze e uma prata à sua coleção em Londres-2012 e Rio-2016, respectivamente.

- No judô paralímpico, não há penalidades para judocas que abandonem o tatame, a menos que seja intencional. O árbitro ajuda a guiar os atletas dizendo "jogai" quando eles se aproximam da borda do tatame.


BRASILEIROS EM PARIS-2024

J1: Elielton Oliveira (M, 60kg), Harlley Arruda (M, 73kg), Arthur Silva (M, 90kg), Willians Araújo (M, +90kg), Rosi Andrade (F, 48kg), Larissa Oliveira (F, 57kg), Brenda Freitas (F, 70kg) e Erica Cheres (F, 70kg).

J2: Thiego Marques (M, 60kg), Marcelo Casanova (M, 90kg), Sérgio Júnior (M, +90kg), Lúcia Teixeira (F, 57kg), Alana Maldonado (F, 70kg), Kelly Kethyllin (F, 70kg) e Rebeca Silva (F, +70kg).


Programação

05/09: 

J1: 48kg (F), 57kg (F) e 60kg (M)

J2: 60kg (M)

06/09

J1: 70kg (F) e 73kg (M)

J2: 57kg (F) e 70kg (M)

07/09

J1: 90kg (M) e +90kg (M) 

J2: +70kg (F), 90kg (M) e +90kg (M) 

Alan Maldonado vai em busca do bi paralímpico (Alessandra Cabral/CPB)


Análise (Por Marcos Antonio)

Esporte paralímpico brasileiro mais vitorioso depois da natação e do atletismo, o judô tem muitas promessas de medalhas. Desde Alana Maldonado e Willians Araújo, com chances de ouro, passando por Erica Cheres, Marcelo Casanova, Rebeca Silva, Rosi Andrade e Thiego Marques, que tem chances de pódio, assim os veteranos Lucia Teixeira e Harlley Arruda, que não podem ser descartados. 

O certo é que o judô é uma modalidade que vai trazer medalhas em Paris porque somos uma das potencias da modalidade. Agora resta saber quantas láureas conquistaremos.

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