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Guia Paralimpíada Paris 2024: REMO

 

Marco Antonio Teixeira/CPB

O remo é um esporte recente nos Jogos Paralímpicos, fazendo sua estreia apenas nos Jogos de Pequim 2008. Porém, há registro de pessoas com deficiência praticando a modalidade há mais de um século. Em 1913, o professor George Clifford Brown criou uma equipe de remo no Colégio de Worcester para Cegos, no Reino Unido. E nos anos seguintes, surgiram outras instituições na Grã-Bretanha que ofereciam o remo como atividade de reabilitação para ex-soldados que perderam a visão na I Guerra Mundial. Nessa época, era comum que barcos com remadores com deficiências visuais competissem contra pessoas sem deficiências em algumas regatas, com auxílio de um timoneiro que enxergasse.

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Anos depois, o primeiro registro de pessoas com deficiência competindo no remo fora do Reino Unido veio em outubro de 1945, quando alguns veteranos da II Guerra Mundial participaram da Regata Anual da Marinha dos Estados Unidos. 

A partir da década de 1970, programas de remo adaptado começaram a ser desenvolvidos em outros países como Austrália, França e Alemanha. Já no Brasil, a prática do remo paralímpico começou na década de 1980, através de um projeto da Superintendência  de Desportos  do  Rio  de  Janeiro  (SUDERJ). O programa “Remo Adaptado” foi criado com foco na reabilitação e no lazer de pessoas com deficiência física, intelectual e auditiva. 

As provas de remo para pessoas com deficiências foram incluídas no Campeonato Mundial da modalidade em 2002, após a FISA criar um sistema de classificação dos atletas, visando uma futura inclusão nos Jogos Paralímpicos, que ocorreu em 2008. 

No Brasil, com a inclusão do remo no programa dos Jogos Paralímpicos, a Confederação Brasileira de Remo (CBR) reativou seu departamento de remo adaptável em 2005 e nos anos seguintes, o Brasil conseguiu suas primeiras medalhas internacionais no mundial de 2007 - até o momento são nove medalhas em mundiais de remo paralímpico.

A Grã-Bretanha é a principal potência da modalidade, tendo conquistado oito das 16 medalhas de ouro distribuídas nos Jogos Paralímpicos. O Brasil tem dois bronzes paralímpicos, com Josiane Lima e Elton Santana no skiff duplo misto na antiga classe TA. em Tóquio 2020, o país voltou a subir no pódio em uma edição de Jogos com o bronze do baiano Renê Pereira no single skiff masculino. 

CLASSIFICAÇÃO


O remo paralímpico consiste na prática do remo por pessoas com deficiência ou limitação física, visual ou déficit intelectual, que tenham mobilidade mínima de braços. As categorias da modalidade separam os atletas pelo seu tipo de deficiência física.

PR1 - Remadores com função mínima ou nenhuma função de tronco que impulsionam o barco, principalmente, por meio da função de braço e ombro. Esses remadores têm um equilíbrio insuficiente ao sentar, o que exige que sejam amarrados ao barco/assento
PR2 - Remadores que possuem uso funcional dos braços e tronco, mas apresentam fraqueza/ausência da função das pernas para deslizar o assento.
PR3 - Remadores com função residual nas pernas que lhes permite deslizar no assento. Esta classe também inclui atletas com deficiência visual. 

Josiane Lima e Elton Santana bronze no remo nos Jogos Paralímpicos Pequim 2008
Josiane Lima e Elton Santana, medalhistas de bronze em Pequim-2008 - Foto: CPB

VOCÊ SABIA?


- Antes, o remo paralímpico era disputado em regatas de 1000m. A partir de 2017, as provas são disputadas em uma distância de 2000m, como as provas do remo olímpico.

- Os barcos usados ​​no remo paralímpico são os mesmos do remo olímpico, exceto por algumas modificações feitas para segurança. Para competidores individuais, todos os barcos devem ter boias de flutuação ou pontões em ambos os lados para manter o equilíbrio. Os remadores são amarrados em seus assentos e os assentos não se movem.

BRASILEIROS EM PARIS-2024


PR1 - Cláudia Santos (Single Sculls)

PR3 - Diana Barcelos e Jairo Klug (Double Sculls misto) e Alina Dumas, Priscila Barreto, Gabriel Mendes, Erik Lima e Jucelino Silva (timoneiro) (quatro com misto)

Programação

30/8 - Eliminatórias
31/8 - Repescagem
1º/9 - Finais B e A

Diana Barcelos e Jairo Klug foram campeões mundiais em 2018 e podem brigar pelo pódio em Paris (Foto: Divulgação/World Rowing)


Análise (Por Marcos Antonio)


A maior chance de medalhas do Brasil no remo paralímpico é no Double Sculls misto PR3. Diana Barcelos foi vice mundial em 2022, mas agora tem um novo 'velho' parceiro Jairo Klug, com quem foi campeã mundial em 2018, para quem sabe brigar pelo ouro. Mas o pódio é uma boa possibilidade para a dupla.

Cláudia Santos é um dos grandes nomes da história do remo paralímpico brasileiro que ainda busca uma medalha nos Jogos paralímpicos, mas as chances são remotas. O quatro com misto é uma incógnita e pode surpreender se estiver bem fisicamente
 



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