Miriam Jeske/CPB |
O tênis em cadeira de rodas surgiu nos Estados Unidos em 1976, depois que o ex-esquiador acrobático Brad Parks ficou paralisado em um acidente de esqui. Parks começou a experimentar bater bolas de tênis em sua cadeira de rodas enquanto estava em reabilitação e juntou forças com o fisioterapeuta Jeff Minnebraker para desenvolver e promover o esporte nos EUA antes de seu rápido crescimento internacional.
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O tênis em CR é um esporte paralímpico desde Barcelona 1992, sendo que em Seul 1988 foi um evento de demonstração. Assim como no tênis sem adaptações, a modalidade é regida pela Federação Internacional de Tênis (ITF), que também comanda o circuito mundial, mas sem as participações de ATP e WTA.
Existem apenas duas grandes diferenças entre o tênis em sua forma convencional e o formato com adaptações. Neste caso, os tenistas utilizam uma cadeira de rodas especial para a prática do esporte, que proporciona excelente movimentação em quadra. Além disso, a regra permite que a bola possa quicar até duas vezes, mesmo que o segundo toque no chão seja já no lado de fora da quadra.
Fora essas duas observações, tudo é igual ao tênis sem adaptações. Raquetes, bolas e até mesmo as quadras são as mesmas do torneios organizados pela ITF. Os tenistas disputam até mesmo os torneios Grand Slam, o conjunto dos quatro principais eventos deste esporte (Australian Open desde 2002, Roland Garros desde 2007, Wimbledon desde 2016 e US Open desde 2005 ).
A modalidade conta com seis eventos paralímpicos, sendo dois para homens, dois para mulheres e dois mistos, divididos em duas categorias: open e quad. O formato de disputa é o mesmo para todos, uma partida em melhor de três sets, com disputa de tiebreak no caso de empate em 6-6.
A estreia do Brasil no tênis em cadeira de rodas em Jogos Paralímpicos ocorreu em Atlanta 1996. José Carlos Morais e Francisco Reis Júnior, da categoria Open, foram os nossos primeiros representantes. Apesar de conseguir levar dois tenistas logo na primeira participação, nosso país sofreu com um hiato e não classificou ninguém para Sydney 2000.
Em Atenas 2004, Carlos Santos e Mauricio Pomme colocaram a bandeira do Brasil de volta na chave de Open masculino e desde então, o Brasil esteve presente em todos os torneios olímpicos do tênis em CR. No feminino, o Brasil só estreou em Londres-2012, com Natalia Mayara.
Os Países Baixos são os maiores vencedores da modalidade com 53 medalhas, sendo 21 de ouro. Estados Unidos e França completam o 'pódio' do quadro de medalhas paralímpico. O Brasil ainda busca sua primeira medalha paralímpica no tênis.
CLASSIFICAÇÃO
O único requisito para que uma pessoa possa competir em cadeira de rodas é ter sido medicamente diagnosticada com uma deficiência relacionada à locomoção, ou seja, deve ter total ou substancial perda funcional de uma ou mais partes extremas do corpo.
Se como resultado dessa limitação funcional a pessoa for incapaz de participar de competições de tênis convencionais (para pessoas sem deficiência física), deslocando-se na quadra com velocidade adequada, estará credenciada para participar dos torneios de tênis para cadeirantes.
OPEN - Atletas diagnosticados obrigatoriamente com alguma deficiência nos membros inferiores
QUAD OU TETRA - Atletas com deficiência em três ou mais extremidades do corpo
VOCÊ SABIA?
- O ITF's Wheelchair Tennis Tour começou em 1992 com apenas 11 torneios internacionais. Hoje, ele cresceu para apresentar mais de 160 torneios em mais de 40 países.
- Esther Vergeer (NED) é considerada a maior tenista cadeirante de todos os tempos. Ela ficou 14 anos como número 1 do mundo (1999 a 2013), ficando 10 anos sem perder uma partida entre 2003 e 2013, terminando a carreira com 21 grand slams conquistados e um tetra paralímpico entre Sydney-2000 e Londres-2012.
- Entre os homens, Shingo Kuneida (JPN) é o maior. Ele venceu 28 grands slams na sua carreira, além de ter um tri paralímpico em Pequim-2008, Londres-2012 e Tóquio-2020
BRASILEIROS EM PARIS-2024
Open: Daniel Rodrigues e Gustavo Carneiro (M)
Quad: Leandro Pena e Ymanitu Silva (M)
Programação
30/8 a 4/9 - Quad duplas (M)
31/8 a 5/9 - Quad simples (M)
30/8 a 7/9 - Open Simples (M)
31/8 a 6/9 - Open duplas (M)
Análise (Por Marcos Antonio)
Analisando os resultados, é na categoria quad é que as chances são maiores de uma disputa por pódio. Ymanitu Silva é atualmente o número 11 do mundo e Leandro Pena, o número 13 e podem surpreender e chegar em uma semifinal se estiverem em um bom dia nas disputas no saibro de Roland Garros. Na Open, Daniel Carneiro é o atual top20 do ranking mundial e é outro que pode surpreender se estiver inspirado.
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