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Guia Paralimpíada Paris 2024: TIRO COM ARCO

Marcelo Zambrana/CPB

Uma das seis modalidades que fazem parte do programa paralímpico desde a primeira edição dos Jogos, em Roma 1960, o tiro com arco foi uma das primeiras modalidades adaptadas para reabilitação de ex-soldados com lesões medulares. Atualmente, a modalidade pode ser disputada por pessoas com amputações, paraplégicos e tetraplégicos, paralisia cerebral, doenças disfuncionais e progressivas, como a atrofia muscular e escleroses, com disfunções nas articulações, problemas na coluna e múltiplas deficiências. 

VEJA TAMBÉM: Guia Paralimpíada Paris 2024 - TIRO ESPORTIVO

O tiro com arco passou por algumas mudanças dentro do programa esportivo dos Jogos Paralímpicos, chegando a ter 18 eventos numa única edição. Mas desde os Jogos de Pequim-2008, os organizadores limitaram a modalidade a realização de nove eventos, sendo três masculinos, três femininos e três mistos.

As regras do tiro com arco paralímpico são as mesmas do olímpico. Os atletas devem acertar a flecha o mais próximo possível do centro do alvo, que tem 1,22m de diâmetro e tem uma fase de ranqueamento para definir os confrontos eliminatórios. Porém, existem diferenças entre os arcos utilizados nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

O recurvo (único equipamento usado nos Jogos Olímpicos), tem suas cordas fixadas diretamente nas lâminas e não possui um sistema de roldanas, o que torna esse tipo de arco mais rústico e seu disparo mais difícil. Já o arco composto é mais moderno, utiliza um esquema de cabos e polias que minimizam o esforço do arqueiro e proporcionam um disparo mais preciso.

Grã Bretanha e Estados Unidos são os maiores medalhistas do tiro com arco paralímpico. A Coreia do Sul, potência olímpica da modalidade, é a terceira melhor com cinco ouros atrás dos britânicos em primeiro.

O Brasil enviou representantes para o tiro com arco logo em sua estreia nos Jogos Paralímpicos, em Heidelberg 1972, na Alemanha. Trata-se de Robson Sampaio de Almeida, que terminou a competição da categoria “Men's St. Nicholas Round Paraplegic”, com a 25ª colocação, marcando 474 pontos, 244 a menos que o terceiro colocado e último integrante do pódio. Robson é um dos pioneiros do esporte paralímpico, foi um dos fundadores do Clube do Otimismo, no Rio de Janeiro e dono da primeira medalha paralímpica do Brasil ao lado de Luis Carlos ''Curtinho'' Costa no Lawl bowls em Toronto-1976

Depois disso, nosso país contou com representantes na modalidade apenas 44 anos depois, nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Oito atletas (quatro mulheres e quatro homens) disputaram o evento e fizeram boas campanhas. O destaque foi para Luciano Rezende, que disputou a medalha de bronze, mas terminou na quarta colocação na categoria Open do arco recurvo, após perder o duelo contra o iraniano Ebrahim Ranjbarkivaj.

Em Paris 2024, será a quarta participação brasileira no tiro com arco com o Brasil sendo representado por cinco atletas. No Brasil, a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTArco) e, internacionalmente, a World Archery (Federação Mundial de Tiro com Arco). 

CLASSIFICAÇÃO


No tiro com arco, os atletas são divididos em três grupos de classes, que se diferenciam pelas capacidades do atleta de ficar em pé e/ou de locomoção nos braços e tronco: W1 e W2 e OPEN (Arco recurvo e composto)

W1 e W2 - Para atletas com deficiências graves, em três ou quatro membros (braços e nas pernas).

OPEN (Arco recurvo e composto) - Para atletas com deficiência em um membro (superior ou inferior) ou ainda em dois membros (inferiores ou superior e inferior do mesmo lado)

VOCÊ SABIA?


- O arqueiro Eugênio Franco é o integrante mais velho da delegação brasileira na paralimpíada de Paris, com 64 anos

- O tricampeão paralímpico Antonio Rebollo ficou marcado na história olímpica ao atirar uma flecha flamejante para 'acender' a pira olímpica durante a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992. Algumas semanas depois, durante as Paralimpíadas, o espanhol ganhou uma medalha de prata no evento de recurvo masculino por equipe.

- A distância e o tamanho do alvo diferem em cada categoria do evento. Em eventos W1, um alvo de 80 cm é usado a uma distância de 50 m. Eventos compostos usam um alvo de 48 cm a uma distância de 50 m. Eventos recurvos veem um alvo de 122 cm a uma distância de 70 m. 

CONVOCADOS DO BRASIL


W1 - Eugênio Franco (M), Juliana Ferreira  (Arco composto, F)

Open - Jane Karla (F), Luciano Rezende (Arco Recurvo, M) e Reinaldo Charão (Arco composto, M)


Programação

29/8 - Ranking round
31/8 - disputa do bronze e final do W1 e open composto (F)
1º/9 - disputa do bronze e final do W1 e open composto (M)
2/9 - disputa do bronze e final do W1 e open composto (misto)
3/9 - disputa do bronze e final do open Recurvo (F)
4/9 - disputa do bronze e final do open Recurvo (M)
5/9 - disputa do bronze e final do open Recurvo (misto)

Análise (Por Marcos Antônio)


O Brasil tem duas boas chances de medalha no tiro com arco paralímpico: Jane Karla e Eugenio Franco. Jane faturou duas pratas e um bronze no último mundial em 2023 e se conseguir manter o bom momento, pode sair pelo menos com um pódio em Paris (ela disputa o open individual e o misto com Reinaldo Charão). Outra boa chance de medalha é Eugenio Franco, segundo no ranking mundial e pode brigar por um pódio e faturar uma medalha inédita.

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