(Miriam Jeske/CPB) |
Modalidade com pouco mais de uma década de existência oficial, a paracanoagem surgiu por iniciativa da ICF, a federação internacional da modalidade olímpica. O primeiro Mundial de paracanoagem foi disputado em 2010 e a modalidade apareceu pela primeira vez em Jogos Paralímpicos na Rio-2016.
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A ICF (Federação Internacional de Canoagem) é a entidade responsável pelo esporte em âmbito mundial. No Brasil, a modalidade é coordenada pela Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa).
Podem competir na paracanoagem atletas com deficiência físico-motora. Os competidores são divididos em três grupos de classificação funcional (L1, L2 e L3), de acordo com o grau de movimentação dos membros inferiores, superiores e do tronco. As classes K são para atletas que competem utilizando o caiaque e V é a classe destinada para os atletas que usam a Va'a, uma canoa com estabilizador que tem um segundo pontão como flutuador de apoio e usa um remo de lâmina única que fez sua estreia em Tóquio.
Sinteticamente, as disputas da paracanoagem consistem em corridas de velocidade, em que os atletas remam uma distância de 200m. Vence quem cruzar a linha de chegada (imaginária) primeiro. Em Tóquio, haverá nove provas, sendo cinco masculinas (KL1, KL2, KL3, VL2 e VL3) e quatro femininas (KL1, KL2, KL3 e VL3). A única diferença entre homens e mulheres é que eles têm a presença da VL2, e elas, não.
Cada prova tem cerca dez atletas inscritos e, assim, há duas fases preliminares antes da final. Na maioria das vezes, os paracanoístas são divididos em duas baterias de cinco em que os dois melhores se garantem na decisão. O restante disputa uma espécie de repescagem (chamada de semifinal), em os quatro melhores vão para a final, totalizando oito barcos classificados.
Ao todo, o Brasil conquistou quatro medalhas na história da competição: Caio Ribeiro foi bronze na canoa KL3 no Rio 2016, Fernando Rufino ouro no 200m VL2, Giovane Vieira prata no 200m VL3 e Luis Carlos Cardoso prata no 200m KL1, as três em Tóquio 2020.
No quadro de medalhas, geral, a Grã Bretanha lidera com 12 medalhas, sendo seis de ouro. Ucrânia e Austrália vem logo atrás com seis medalhas cada.
Diferenças entre os barcos Va'a (primeiro plano) e caiaque (segundo plano) (Foto: Alê Cabral/CPB) |
CLASSIFICAÇÃO
Na Classificação Esportiva Paralímpica, os competidores são divididos em grupos de acordo com o grau de movimentação dos membros inferiores, superiores e do tronco. As classes KL são para atletas que competem utilizando o caiaque, enquanto VL é a classe destinada aos que usam a embarcação Va'a
KL1 / VL1 - Usa somente os braços na remada
KL2 / VL2 - Usa tronco e braços na remada
KL3 / VL3 - Usa braços, tronco e pernas na remada
VOCÊ SABIA?
- As embarcações Va'a são do estilo 'Deck fechado'. com uma abertura apenas onde o atleta senta. Os barcos de deck fechado são originários do Polo Norte e da Groenlândia, com o furo feito o menor possível para evitar a entrada de água fria e garantir uma recuperação rápida em caso de capotamento.
- Na Paracanoagem, os atletas podem ter certas adaptações para sentar em seus barcos. Mas nenhuma parte do corpo do atleta pode ser presa ao barco de forma alguma. Isso é especialmente importante se o barco virar.
BRASILEIROS EM PARIS-2024
KL1 - Adriana Azevedo (F) e Luis Carlos Cardoso (F)
KL2 - Débora Benevides* (F) e Fernando Rufino* (M)
KL3 - Aline Furtado e Mari Santilli* (F)
VL2 - Igor Tofalini (M)
VL3 - Miqueias Elias (M)
* Vão disputar as provas do VL também
Programação
6/9 - Eliminatórias
7/9 - Finais KL1/KL2/KL3 (M) e VL2/VL3 (F)
8/9 - Finais KL1/KL2/KL3 (F) e VL2/VL3 (M)
O 'Cowboy' Fernando Rufino é o grande nome da paracanoagem brasileira (foto: Miriam Jeske/CPB) |
Análise (Por Marcos Antonio):
O Brasil tem uma prova em que tem grandes chances de uma dobradinha, que é no VL2: Fernando Rufino e Igor Tofalini são os melhores do mundo e atuais campeão e vice mundial no prova, podem repetir a dose em Paris, mantendo a ordem ou não.
Luis Carlos Cardoso é outro nome regular no KL1 e tem chance de conseguir sua segunda medalha paralímpica. Já entre as mulheres, Mari Santili subiu no pódio no último mundial e pode ser a primeira brasileira a medalha na paracanoagem. Debora Benevides é outro nome que está na disputa pelo pódio.
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