Seleção de Futsal Down, tricampeã mundial (Foto: CBDI) |
A Síndrome de Down é uma condição genética causada pela trissomia do cromossomo 21 em todas ou na maioria das células. É uma condição que começa ainda no útero materno quando o feto se forma e tem características próprias, visuais fisicamente.
Entre elas estão raiz nasal achatada, baixa estatura, flacidez muscular e olhos com linha ascendente. A condição desta síndrome ainda tem reflexos na parte motora e intelectual. Depois de muito estudo e aceitação, os portadores desta condição estão incluídos na sociedade, tendo seus empregos e direitos garantidos.
Porém, no esporte, a Síndrome de Down ainda não conquistou o seu espaço. Nos Jogos Paralímpicos eles podem competir, mas como exemplo a natação, apenas na categoria S14, para atletas deficientes intelectuais. Mas qual a razão disso?
O Comitê Paralímpico Internacional não considera a síndrome como uma deficiência específica como os deficientes visuais e físicos, apenas a vê como uma condição relacionada a capacidade intelectual.
Por isso, existem os Jogos especialmente para atletas que possuem essa condição, o Trisome Games, sendo o último realizado na Turquia em março deste ano. Eles são realizados no mesmo ano dos Jogos Paralímpicos e os próximos serão no México, em março de 2028. A organização cabe a SUDS (União Esportiva para Atletas com Síndrome de Down) e no Brasil, quem os representa é a CBDI (Confederação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais).
A última edição teve 36 países, nove esportes e teve como um dos destaques, o brasileiro Caique Aimoré, com oito medalhas na natação, sendo quatro de ouro nas provas dos 50m, 100m, 200m nado livre e 50m peito. O Brasil também foi o campeão no Futsal e conquistou ouros no atletismo.
Caíque Aimoré na Turquia neste ano (Foto:Divulgação) |
Os esportes presentes foram: Futsal, Atletismo, Basquete, Ginástica artística, Ginástica rítmica, tênis, Tênis de mesa, judô, natação e nado artístico. A primeira edição foi em 2016 na Itália com apenas quatro modalidades.
O Comitê Paralímpico Internacional já recebeu pressão diversas vezes para que haja uma classe própria para os atletas portadores da condição em alguns esportes e eles responderam em específico sobre a natação.
"Não existe uma classificação específica na natação para atletas com síndrome de Down, assim como não existe uma classe dedicada para pessoas com paralisia cerebral ou amputações nas pernas", disse o IPC em nota ao jornal australiano ABC News.
O Parlamento Europeu também já fez esta indagação para o Comitê Paralímpico ressaltando que os portadores da síndrome não tem apenas condições intelectuais, mas também físicas. Porém, nada foi feito em relação a isso.
Em 2022, o Comitê Paralímpico da Espanha pediu ao IPC que fossem criadas categorias para atletas com síndrome de Down já para Paris 2024, só que não obteve resposta. Por enquanto, não há um movimento claro do IPC para que a condição tenha um espaço próprio no movimento paralímpico.
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