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Caio Bonfim comenta sobre os critérios da arbitragem da marcha atlética: "Pra ganhar eu tenho que estar marchando mais bonito do que os outros"

Alexandre Loureiro/COB


O medalhista de Prata na marcha atlética em Paris Caio Bonfim foi o convidado do nosso podcast 'Surtocast', e foi sincero sobre a subjetividade da arbitragem na marcha atlética. Questionado sobre se os juízes privilegiam e fazem 'vista grossa' para marchadores de países tradicionais, o medalhista de prata em Paris não titubeou e disse que isso infelizmente é uma constante:

"Quero ser o mais sincero e o mais justo possível: Quando se tem uma interpretação subjetiva, alguns fatores psicológicos acontecem. Os países que tem mais tradição, eles tem uma história, um legado na profissão e enquanto no meu caso a avaliação fica mais rigorosa pro brasileiro, pro Caio. Então acho que esse é o problema. Pra eu ganhar eu tenho que estar marchando mais bonito do que os outros, não adianta eu marchar igual, tenho que marchar melhor para vencer."

Caio continuou explicando sobre as duas punições sofridas durante a prova e que o deixaram pendurado, a uma punição da desclassificação da prova:

"A gente analisou a prova, tiveram os biomecânicos do comitê olímpico (COB) que viram as filmagens... e tava tudo certo. E porque que o Caio toma duas (punições) e o espanhol e o italiano não? Tava tão diferente assim? E eu nem reclamo das faltas que tomei, nem é isso que tô dizendo. Nem tô reclamando das faltas. Mas porque os outros não tomaram nenhuma falta. Tá tão perfeito assim? Você vai analisar depois não vê diferença, a biomecânica toda e não tem diferença. Tudo bem que o árbitro não pode usar isso (biomecânica) é a olho nu, mas esse é o debate que eu trago. Por isso que talvez foi na quarta olimpíada que eu consegui a medalha"

Caio contou também um pouco da sua estratégia de deixar a prova rápida para não deixar os adversários que tem mais resistência física ficarem confortáveis na prova: "E eu queria que a prova fosse rápida justamente por conta do espanhol (bronze) e do equatoriano (ouro), são caras com muita resistência e se a prova é lenta no começo, melhor para eles que estão inteiros. Você tem que fazer a prova ficar veloz para ele. Mas aí o pelotão não comprou a minha ideia e eu tive que fazer outra estratégia ali naquele momento para brigar pelo final. Mas essas faltas acabaram atrapalhando da gente usar mais nossa parte física, no final tive que me concentrar mais na parte técnica."

Para conferir a conversa completa, ouça em nosso surtocast, disponível em todas as plataformas de áudio, ou pelo link https://open.spotify.com/show/54D3gEIeYq319jh1aIYMd8 a partir desta sexta (13)


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