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Campanha histórica do Brasil nos Jogos de Paris passa pelo Festival Paralímpico

Foto: Alessandra Cabral/CPB


O Festival Paralímpico, evento organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para apresentar o esporte paralímpico de maneira lúdica para crianças de todo o Brasil, tem entre seus objetivos disseminar o Movimento Paralímpico pelo Brasil e descobrir futuros medalhistas em Jogos Paralímpicos. 

O evento terá sua primeira edição de 2024 no dia 21 de setembro, sábado, em 120 núcleos espalhados pelas 27 Unidades Federativas do Brasil. 

Cada sede do Festival oferecerá diferentes modalidades. O Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, por exemplo, permitirá que os participantes experimentem atletismo, badminton e tênis de mesa.

O Festival Paralímpico é uma importante porta de entrada para o Movimento Paralímpico. Atletas que estiveram nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, por exemplo, estreitaram sua relação com o esporte a partir dele. Na edição deste ano do megaevento, o Brasil realizou sua melhor campanha da história e pela primeira vez chegou ao top-5 do quadro de medalhas, com 89 pódios: 25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes. 

Entre os esportistas que frequentaram o Festival quando jovens e competiram em Paris neste ano está a paraibana Laissa Guerreira, 18, atleta da bocha que chegou às quartas de final em Paris na classe BC4 (atletas com deficiência severas que não tem opção de auxílio de calheiro).. 

“Eu participo todos os anos em Campina Grande (PB). Minha primeira vez foi com 14 anos e foi uma experiência muito boa. Pude conhecer mais outras modalidades, outras pessoas com deficiência. Via o brilho nos olhos das crianças quando começaram no Festival. Eu estava apenas iniciando no esporte e o evento me deu mais gás para levar a bocha ainda mais a sério”, contou a atleta. 

Já o nadador paulista Victor Almeida, 16, atleta mais jovem da delegação brasileira a competir nos Jogos de Paris 2024, foi voluntário no Festival Paralímpico em 2019, auxiliando outras crianças com deficiências mais severas que a sua, uma má-formação no fêmur direito. “Acho o Festival Paralímpico um evento de extrema importância para divulgar o Movimento Paralímpico. Ele promove uma grande abertura de portas e leva conhecimento para muitas crianças. Ele as auxilia a seguir pelo melhor rumo da vida, que é o do esporte”, afirmou o atleta, quinto colocado na prova dos 100m costas da classe S9 (comprometimento físico-motor) nos Jogos de Paris. 

Outro atleta paralímpico envolvido com o Festival é o paulista André Rocha, medalhista de bronze em Paris no lançamento de disco da classe F52 (atletas que competem sentados), medalha de número 400 na história do Brasil nos Jogos. O lançador é também coordenador do Centro de Referência do CPB em Taubaté (SP) e atua na organização do evento em sua cidade. O atleta destacou o papel do evento no desenvolvimento de novas gerações de esportistas. 

“O Festival é fundamental para apresentarmos o esporte para a criançada que tem a gente como inspiração. A tendência é de que, com isso, cada vez mais novos atletas se interessarem por iniciar no esporte paralímpico é muito grande. Além de ser um evento festivo, uma festa muito bacana”, afirmou. 

Um medalhista paralímpico que deverá visitar o Festival em sua cidade natal é o brasiliense Leomon Moreno. Dono de quatro medalhas paralímpicas, incluindo o bronze em Paris com a Seleção Brasileira de goalball, afirmou gostar de ver a interação entre crianças com deficiência, amigos e familiares durante o evento. 

“Eu fico muito emocionado vendo ali as crianças, uma correndo sendo guiada por outra, as mães correndo com os filhos cadeirantes, toda essa integração sendo feita entre mães, pais, irmãos e colegas, ao mesmo tempo em que o esporte paralímpico é apresentado a todos e pode impactar a vida de muitos. Além disso, de um evento desses, vai sair um novo Leomon, vai sair uma nova Carol Santiago [nadadora pernambucana, dona de cinco medalhas em Paris 2024, incluindo três ouros], um novo Petrúcio Ferreira [velocista paraibano, tricampeão paralímpico na prova dos 100m da classe T47, para atletas com deficiência em membros superiores], até chegar nos palcos mais altos da vida, um pódio paralímpico”, disse. 

O Festival terá duas edições neste ano. A de setembro celebra o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência (21) e ao Dia Nacional do Atleta Paralímpico (22). Também haverá uma segunda edição em dezembro, no dia 7, sábado, em comemoração ao Dia Internacional da Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado no dia 3. 

Em 2023, o Festival Paralímpico teve seu recorde de participantes, com duas edições (em maio e setembro) reunindo 21 mil crianças e jovens em cada uma delas, somando um total de 42 mil inscrições acumuladas. 

O Festival foi realizado pela primeira vez em 2018, com 48 locais e mais de 7 mil crianças. Em 2019, o evento teve 70 sedes e recebeu mais de 10 mil inscritos. 

No ano seguinte, a ação foi cancelada devido à pandemia de Covid-19 e retornou em 2021, com 8 mil participantes em 70 núcleos. Em 2022, foram atendidas 15 mil crianças.

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