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Foto: Pablo Vaz/STU |
Foram definidos no último domingo (8) os vencedores da etapa de Porto Seguro do STU National de Skate.
No park feminino, a paulistana Fernanda Galdino, ainda pouco conhecida na cena, de apenas 13 anos, sagrou-se campeã da modalidade. E revelou que seguiu à risca os conselhos do skatista olímpico Luiz Francisco, o Luizinho, representante do Brasil nos Jogos de Tóquio, para fazer uma volta que sequer havia treinado.
A pequena Fernanda contou que foi convidada pelo STU para disputar a etapa de São Paulo do STU National no ano passado. E já mostrava a que veio, com um surpreendente quinto lugar. Ali ingressava no circuito. Mas começou a andar de skate, mesmo, aos 8 anos de idade, incentivada pelo pai, Luís Fernando, que sempre teve o skate como um hobby. Depois disso, só tinha participado de mais uma etapa, em Porto Alegre (RS), neste ano, repetindo a quinta colocação.
“Surgiu esse convite no ano passado para participar da etapa de São Paulo, minha cidade. Fui bem e, neste ano, competi só em Porto Alegre. Agora, estou aqui, apenas na minha terceira etapa. Não estou acreditando que venci. É um sonho pra mim. Amo andar de skate e é muito louco estar aqui e ver tanta gente gritando meu nome e torcendo por mim. Isso só me motiva a continuar e acreditar no meu potencial”, disse Fernanda.
Após não completar as duas primeiras de suas seis voltas, ela acertou uma linha que havia traçado e recebeu a nota 64,98, que já a colocava no topo da final. Até que, à beira da pista, surge Luiz Francisco, praticamente como um treinador pontual, dando dicas sobre o que podia melhorar. Guardou aquelas sábias e pertinentes recomendações e, na sua quinta volta, deu um show, arrancando dos juízes uma nota ainda maior (69,99) que lhe garantiu de vez o título.
Já no masculino, Kalani Konig levou o título na modalidade Park. O jovem skatista de Florianópolis (SC), de apenas 17 anos, iguala-se a Murilo Peres no número de três etapas vencidas de forma consecutiva no STU e, agora, passa a ser o maior campeão do circuito, com cinco etapas conquistadas. O que fez até seu pai, Márcio Konig, voltar no tempo.
Quando Kalani tinha apenas 4 anos de idade, Márcio lembra que o filho, precoce no esporte, já disputava sua primeira competição, o Red River, no Rio Tavares, ali mesmo em Floripa. Depois daquele primeiro pódio, com o terceiro lugar, ele nunca mais parou. “Nasceu para isso”, comentou o pai. Realmente, a torcida que lotou a arquibancada no Complexo de Esporte e Lazer do Mamagaya foi à loucura com o que presenciava ali. Kalani continua voando.
Na final do Park, os seis melhores skatistas se apresentam em duas sessões de 20 minutos, com um intervalo de cinco, contabilizando notas em quantas voltas conseguirem, valendo a maior delas. No total, todos eles deram seis voltas, com Kalani arrancando dos juízes a nota 86,00 na sua quarta apresentação. Depois do quarto lugar na sua casa Florianópolis, na abertura do STU National, ele enfileirou títulos em Criciúma, Porto Alegre e, agora, Porto Seguro.
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Foto: Pablo Vaz/STU |
A campeã no street feminino foi Maria Almeida, de apenas 17 anos, ganhasse seu primeiro título de STU dentro de casa, na sua Bahia. Com 64.07 pontos. Além de dedicar o título a Rayssa Leal, que a inspirou para iniciar no esporte, falou sobre uma técnica para controlar a ansiedade antes de entrar na pista.
Na final, cada uma das seis skatistas tem direito a três voltas de 45 segundos, com mais 15 segundos para a execução da Bomb Trick, manobra extra que vale 20% da nota total. Apesar do seu jeito alegre, despojado e bem descontraído (“baiana arretada, como diz”), Maria Almeida entrou na pista com uma concentração acima do normal logo na sua primeira volta. Ao final de uma linha perfeita, parecia não acreditar no que acabara de fazer ali. Reconhecimento instantâneo da torcida, que explodiu aos gritos de “Maria, Maria, Maria...”
“Na terça-feira acordei um pouco assustada, parecia até um sinal, porque tive um sonho que tinha feito um pódio aqui na Bahia, um terceiro lugar. E acordei muito feliz. Aí, hoje, chego e fico em primeiro?!?! Meu Deus, que loucura! Foi uma explosão de alegria, meu primeiro título de STU. Estava muito nervosa, mas, quando a torcida começou a gritar meu nome, parei para pensar: ‘Se errar, está tudo certo, o importante é fazer meu skate’. E fiz uma baita volta logo de primeira, acertei toda minha linha e, no fim, não tive como segurar o choro”.
Entre os homens, o skatista Ivan Monteiro fez questão de bater novamente nesta tecla para mostrar que, quando se acredita nos seus sonhos e no seu potencial, tudo se torna possível. E esse foi o segredo para conquistar mais um título e aumentar a liderança no ranking do street masculino.
Depois de ser o único dos seis finalistas a praticamente não acertar nada na primeira das três voltas a que cada um tem direito, Ivan Monteiro se concentrou e disse para si mesmo que precisava cravar a linha que tinha traçado na cabeça e realizar o que mentalizou durante toda a semana. Numa volta quase perfeita, recebeu a nota 82,70, quase dez pontos a mais que o segundo lugar, e concretizou a tal convicção que faz dos grandes ainda maiores.
“Como já tinha dito, essa é a melhor pista do circuito, a que mais combinou com o meu skate. Cheguei uns dias antes e consegui pensar numa linha boa pra final. Esperei até a hora certa para executar ela e, graças a Deus, deu certo. E fiquei até mais feliz do que no título em Florianópolis, por conta da lesão que tive depois de Porto Alegre. Voltei a andar há um mês. Você tem que acreditar nos seus sonhos, acreditar que você pode. Falar que você quer ganhar não é arrogância, você tem que falar para o universo o que espera que aconteça, para que você mesmo acredite que é possível”, ensinou o campeão.
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