Foto: Alê Cabral/CPB |
O pernambucano José Antônio Ferreira Freire, 60, foi eleito presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para o ciclo 2025-2029, em Assembleia Geral Ordinária de Eleição realizada no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, nesta quarta-feira, 2. O ex-atleta do atletismo Yohansson Nascimento, 37, foi reeleito vice-presidente e continuará na nova diretoria executiva da entidade.
Ele substituirá a partir do dia 1º de janeiro de 2025 o atual presidente Mizael Conrado, eleito em 2017 e reeleito em 2020. Sob seu comando, o CPB mudou a sede de Brasília (DF) para a cidade de São Paulo (SP), no Centro de Treinamento Paralímpico, na zona sul da capital paulista. Durante seus dois mandatos, o Brasil conseguiu bater recorde de medalhas em Jogos Paralímpicos, como em Tóquio 2020 e Paris 2024, em Jogos Parapan-Americanos, como Lima 2019 e Santiago 2023, assim como campanhas históricas em Mundiais de atletismo e natação.
Também houve o lançamento do projeto Centro de Formação Esportiva, com a participação de mais de 500 crianças com idade escolar por ano, além do surgimento do Festival Paralímpico em 2018, que já movimentou mais de 100 mil pessoas com deficiência em 120 núcleos do país. Ainda sob seu mandato, foi realizado o lançamento do curso EaD Movimento Paralímpico: fundamentos básicos do esporte, que forma mais de 7 mil professores por ano, além das qualificações online e gratuitas de arbitragem e habilitação técnica.
“Depois da quinta colocação histórica nos Jogos de Paris 2024, com recorde de medalhas e campanha extraordinária, o CPB tem um futuro brilhante pela frente, como muitos projetos, programas, uma realidade que nos faz crer que o Brasil vai continuar avançando. E, na eleição de hoje, foi eleito alguém com muita vivência no esporte. Teve trabalhos vitoriosos por onde passou, sendo uma referência não somente para a Paraíba, mas para todo território nacional. Desejo a ele parabéns pela eleição e muita sorte nesta jornada”, afirmou Mizael Conrado, que completará o seu segundo mandato na presidência do CPB até 31 de dezembro deste ano.
Com mais de 40 anos de atuação no Movimento Paralímpico, divididos entre atleta e dirigente, José Antônio era presidente da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) por duas gestões recentes, quando foi eleito em 2017 e reeleito em 2021.
Nascido na cidade de Carpina (PE), José Antônio é cego devido a um descolamento de retina causado por uma cabeçada acidental durante um jogo de futebol convencional aos 15 anos. Aos 18, começou sua militância no Movimento Paralímpico ao ser um dos fundadores da Associação Pernambucana de Cegos (APEC), em fevereiro de 1983.
“Vamos dar continuidade a este trabalho maravilhoso realizado pelo presidente Mizael Conrado, com todos os projetos e programas por todo o país. Agradeço a ele pela parceria de longa data. É uma honra poder substituí-lo no CPB. Será um grande desafio mantermos e até ampliarmos tudo o que foi feito até agora pelas pessoas com deficiência. Mas tenho a certeza de que, com o esforço de todos nós, vamos fazer o CPB cada dia maior”, discursou José Antônio.
Já em 1987, mudou-se para João Pessoa (PB), onde contribuiu com o desenvolvimento do Movimento Paralímpico e da modalidade de futebol de cegos na região durante sua atuação à frente da Associação Paraibana de Cegos (APACE). Neste período, foi tesoureiro, vice-presidente e presidente da entidade entre 1991 a 2005.
Concomitantemente, iniciou a carreira esportiva na mesma Associação, pela qual consagrou-se tricampeão brasileiro (1998/99/2000) no futebol de cegos. Após a aposentadoria das quadras, em 2002, contribuiu como dirigente para várias conquistas que a Seleção Brasileira da modalidade alcançou, como o ouro nos Jogos Paralímpicos em Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020, os títulos dos Mundiais de 2014 e 2018, além de mais quatro medalhas de ouro nos Jogos Parapan-Americanos (Guadalajara 2011, Toronto 2015, Lima 2019 e Santiago 2023) e a Copa América em 2013 e 2019.
Antes de ser eleito pela primeira vez na CBDV, foi coordenador de futebol de cegos da mesma Confederação até 2016. Na carreira executiva, atuou ainda como coordenador na Associação Brasileira de Deficientes Visuais no Nordeste, como vice-presidente da Confederação Brasileira de Desportos para Cegos (CBDC) entre 2005 e 2008, e foi presidente da Federação Brasileira de Entidades de e para Cegos (FEBEC) entre 2007-2008.
A partir de 2009, atuou ainda como vice e presidente do Instituto dos Cegos da Paraíba Adalgisa Cunha (ICPAC), considerada a primeira escola para pessoas com deficiência visual criada no Estado da Paraíba. Sua gestão foi marcada pela construção de ginásio de esportes, auditórios e a implantação do Centro de Referência do CPB no local. Nesse período, também participou da fundação da Organização Nacional de Cegos do Brasil (ONCB).
O atleta Edson Cavalcante, do atletismo, foi eleito presidente do conselho fiscal do CPB. Ao lado dele, foram também eleitos o ex-superintendente do CPB Nelson Hervey e o professor e executivo Carlos Ferrari. A Assembleia Geral Ordinária de Eleição foi presidida por Alaor Gaspar de Azevedo, presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM).
Para a eleição da diretoria executiva do CPB, votaram entidades esportivas com representação no esporte paralímpico e membros do conselho de atletas. Ao todo, foram 20 votos contabilizados no pleito.
A cerimônia contou com a presença de integrantes do conselho de atletas, membros de confederações e do presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês), Andrew Parsons, que também presidiu o CPB de 2009 a 2017. Além dele, estiveram presentes na solenidade os outros ex-presidentes da entidade: João Batista Carvalho Silva, primeiro presidente do CPB na gestão 1995-2001 e atual presidente do Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos (CBCP), e Vital Severino Neto, que exerceu a gestão de 2001-2009
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