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Surto Entrevista: Phelipe Rodrigues, multimedalhista paralímpico

Phelipe Rodrigues segura a touca que é branca apoiado na raia. Ele é branco e moreno
Foto:Alexandre Schneider/CPB

 

Depois de cinco edições de Jogos Paralímpicos, sendo uma em casa, Phellipe Rodrigues anunciou que não pretende ir a Los Angeles 2028 e deve parar aos poucos. 

Medalhista em todos os Jogos que disputou, o nadador brasileiro só deve se orgulhar do que fez no maior evento do esporte paralímpico, sendo um dos maiores medalhistas da história da modalidade. Ele nunca levou o ouro em Paralimpíadas, mas isso não o torna um atleta frustrado. 

Porém, sua não ida para os próximos Jogos não quer dizer que ele não terá mais contato com a natação, muito pelo contrário, pretende continuar trabalhando com o esporte. 

Phelipe falou sobre tudo isso e mais um pouco em entrevista exclusiva ao Surto Olímpico. Confira a entrevista completa abaixo: 

Surto: Como você vê toda a sua carreira?

Phellipe: Eu vejo minha carreira como uma vida de conquistas e desafios, desafios que eu me propus a enfrentar e conquistas que foram aquelas que eu alcancei degrau a degrau durante minha vida de atleta. A única coisa que faltou em minha vida de atleta foi ser campeão paralímpico, mas nem por isso eu sou um atleta frustrado, pelo contrário, eu sou um atleta realizado.

Em cinco Paralimpíadas eu consegui medalhar em todas e em todas as minhas competições internacionais eu nunca fiquei fora de um pódio!

S:Pretende continuar trabalhando com a natação?

P: Sim, pretendo estar envolvido com a natação, agora que estou começando outra parte da minha vida em que quero dedicar essa parte dela ao esporte e mais ainda à natação. Penso em devolver para a natação e para o paradesporto o que eles me proporcionaram. Então sim quero me manter trabalhando na natação, não de uma forma direta como treinador, mas tenho certeza que posso contribuir com o esporte e a natação. 

S: Acha que há chance de repensar e participar de Los Angeles 2028?

P: Hoje eu não penso em Los Angeles 2028 como foco principal como foi nos últimos 16 anos. Mas, muita gente ao meu redor fica tentando plantar a semente da possibilidade na minha cabeça, mas isso só o tempo irá dizer. Não vou parar de nadar de uma vez. Afinal de contas ainda preciso fazer um destreinamento e cumprir com meus deveres pessoais e com meus patrocinadores. Independente de LA, pretendo levar a natação para o resto da minha vida em forma de qualidade de vida!

S:  Qual momento você considera inesquecível para você em Jogos Paralímpicos?

P: O momento mais inesquecível da minha vida em jogos paralímpicos foi sem dúvida quando eu ganhei a medalha do revezamento 4x100m medley34 pontos nos Jogos Rio 2016. Era a última prova da natação e nós não tínhamos chance alguma de medalha e eu fui o último atleta do Brasil a pular na água. A atmosfera do estádio e a torcida foram uma coisa surreal e inesquecível de arrepiar, eu sentia vibração da arquibancada de dentro da água.

S: O que você acha que é o diferencial da natação paralímpica brasileira para ela ser tão vitoriosa?

P: Acredito que o investimento proporcionado pelo governo (diversas esferas) e pelo CPB tem muito peso nesse quesito, mas acredito que a natação paralímpica brasileira, independente de quanto de dinheiro, não se importa com a vaidade dos pódios e tem como foco principal o resultado e não se acomoda. Somos um grupo que queremos sempre mais e para isso acontecer não se mede esforços para ultrapassar os obstáculos. Os resultados dos nadadores paralímpicos são fruto do processo e, por isso, nos vejo como referências no esporte.





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