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Escola pública de surf é reconhecida como Patrimônio Cultural e Imaterial de Santos

Escola Pública de Surf de Santos é agora um Patrimônio Cultural e Imaterial (Foto: Francisco Arrais)
Escola Pública de Surf de Santos é agora um Patrimônio Cultural e Imaterial (Foto: Francisco Arrais)

A Escola Pública de Surf de Santos, localizada no icônico Posto 2, atingiu um marco histórico ao ser oficialmente reconhecida como Patrimônio Cultural e Imaterial do Município. Com mais de três décadas de atividades, a iniciativa já transformou a vida de mais de 40 mil pessoas, consolidando-se como um símbolo de inclusão e promoção do esporte.

Atualmente, cerca de 400 alunos, com idades entre 8 e 78 anos, participam de aulas de surfe e bodyboarding oferecidas pela escola, que é vinculada à Secretaria Municipal de Esportes (Semes) e conta com a parceria da Blue Med Saúde.

O título, sancionado em forma de lei, foi publicado no Diário Oficial na última terça-feira (7), celebrando um projeto pioneiro que combina esporte, bem-estar e cultura na cidade de Santos. Além de ensinar as técnicas do surfe, a escola também reforça valores como respeito à natureza, disciplina e trabalho em equipe, elementos fundamentais para os alunos que passam por suas aulas.

Surfe como agente de transformação

Escola Pública de Surf de Santos atende 400 alunos (Foto: Francisco Arrais)
                 Escola Pública de Surf de Santos atende 400 alunos (Foto: Francisco Arrais)

Segundo o prefeito Rogério Santos, que sancionou o título, o impacto do surfe vai muito além da prática esportiva. Ele destacou a importância da escola para o desenvolvimento físico, mental e social dos alunos:

O surf é mais que um esporte. Proporciona o contato com a natureza, saúde física e mental, amizades. A nossa escola de surfe é pioneira em aproximar as pessoas dessa atmosfera que faz tão bem para o corpo e para a alma, com atenção profissional e o espírito de aloha tão bem representado na figura do educador Cisco Araña, um entusiasta da inclusão e do bem-estar. É o merecido reconhecimento a uma escola que é referência para o Brasil e para o mundo.

O prefeito ainda reforçou que a iniciativa representa a essência da cidade de Santos, um polo esportivo reconhecido internacionalmente.

Reconhecimento unânime

O reconhecimento da escola como Patrimônio Cultural e Imaterial é resultado de um projeto de lei idealizado por Audrey Kleys, atual vice-prefeita e secretária de Educação. A proposta foi apresentada em junho do ano passado e contou com o apoio do Executivo e da Câmara Municipal, que aprovou a iniciativa por unanimidade.

Para Audrey, o surfe é mais do que uma prática esportiva: é parte integrante da cultura e identidade de Santos. Ela ressaltou que o título assegura a continuidade do projeto e reforça sua relevância no cenário nacional e internacional.

Um legado para as próximas gerações

Cisco Araña foi o idealizador do projeto (Foto: Francisco Arrais)
                             Cisco Araña foi o idealizador do projeto (Foto: Francisco Arrais)

Cisco Araña, coordenador da escola desde sua fundação, celebrou o reconhecimento com emoção. Ele destacou o impacto transformador da escola ao longo de 33 anos de atividades:

É algo inédito que faz parte de um trabalho incrível de muito tempo, de tantas pessoas que já atendemos aqui e que vai continuar para sempre. É um legado. A transformação em patrimônio assegura a continuidade do projeto, garante sua relevância e impacto social por muitos anos. Há todo um esforço coletivo para a preservação de um equipamento que transforma vidas, especialmente em uma Cidade com cidadãos apaixonados e comprometidos com o esporte.

Cisco também enfatizou o caráter coletivo do projeto, que conta com a dedicação de profissionais, voluntários e alunos comprometidos com a preservação da cultura do surfe e o desenvolvimento da comunidade local.

Dia histórico para alunos e famílias

Alunos celebram o marco (Foto: Francisco Arrais)
             Alunos celebram o marco (Foto: Francisco Arrais)

A celebração do título foi marcada por momentos especiais. O comerciante João Marcelo Casarin, aluno da escola há seis meses, levou sua sobrinha Valentina, de apenas 5 anos, para sua primeira aula de surfe justamente no dia da homenagem. Para ele, o surfe é uma oportunidade única de conexão com a natureza e de desconexão do mundo digital:
Quis que ela tivesse mais contato com o mar, com a natureza, com atividade física, pra dar uma desligada de celular, de dentro de casa e aproveitar as férias, mas começar a aula em um dia histórico é fantástico. Isso significa que a escola vai continuar e que esse projeto não vai acabar nunca. Muito legal.

Contribuição para o desenvolvimento sustentável

A Escola Pública de Surf de Santos também se alinha aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, em especial ao item 3, que trata de Saúde e Bem-Estar. A iniciativa não só promove qualidade de vida, como também incentiva a preservação ambiental e o desenvolvimento social, contribuindo para um futuro mais sustentável.

O futuro do surfe em Santos

Com o reconhecimento como Patrimônio Cultural e Imaterial, a escola consolida sua posição como referência global. O título garante que o projeto continue a receber suporte para crescer e impactar ainda mais pessoas. Em uma cidade onde o mar é parte essencial da identidade, a Escola Pública de Surf de Santos é um verdadeiro exemplo de como o esporte pode transformar vidas, construir legados e fortalecer laços culturais.

Agora, com a segurança de que sua missão será preservada, a escola segue inspirando novas gerações de surfistas e apaixonados pelo esporte, reforçando o papel de Santos como berço do surfe no Brasil.

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