Foto: Reuters/Claudia Greco |
Menos de um ano antes de Milano Cortina 2026, a Federação Internacional de Bobsleigh e Skeleton está avaliando a possibilidade de permitir que atletas russos retornem às competições internacionais sob um status neutro, de acordo com um comunicado desta semana da organização à agência de notícias TASS.
O Congresso da IBSF concordou no final de março, por meio de seus delegados, em uma reunião extraordinária, em adiar qualquer decisão sobre o assunto até a próxima reunião, marcada para os dias 11 e 12 de setembro deste ano em Cortina d'Ampezzo, Itália. Inicialmente, espera-se que qualquer notícia sobre a admissão de atletas seja tornada pública então.
No entanto, a possibilidade de um retorno russo ao cenário competitivo do Bobsleigh e do Skeleton parece estar se aproximando. Pelo menos este é o tom da declaração que o órgão regulador enviou à TASS, onde explica que "As etapas necessárias para a implementação prática do retorno dos atletas russos como atletas neutros aos eventos da IBSF estão sendo desenvolvidas e serão submetidas ao Congresso".
Parece que a ideia é seguir a fórmula das últimas Olimpíadas, onde 32 atletas competiram como neutros. "Pode-se esperar que isso seja baseado em um processo semelhante ao que os esportes de verão aplicaram na preparação e durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024", diz o comunicado. Cabe ressaltar que a decisão final cabe às federações internacionais, que devem primeiro permitir a qualificação desses atletas.
A sanção aos atletas remonta a dezembro de 2014, após os Jogos de Sochi, quando foi revelado um esquema sistemático de doping no esporte russo, apoiado pelo Estado e envolvendo vários atletas e autoridades. Desde 2016, os atletas russos são forçados a competir sob uma bandeira neutra, privados do direito de representar oficialmente seu país.
A guerra na Ucrânia piorou ainda mais a situação e, em 2022, o COI exigiu que os atletas russos assinassem publicamente um contrato renunciando à sua nacionalidade esportiva. A organização também instou as federações internacionais a banir a Rússia das competições, embora no ano seguinte tenha suavizado sua posição com algumas condições significativas: o retorno dos atletas à competição foi recomendado, mas como neutros, sem símbolos nacionais, hinos ou bandeiras, e sem mostrar apoio ativo à ofensiva militar russa na Ucrânia.
Com esses precedentes, o novo cenário proposto pelo Comitê Olímpico se concentra na readmissão de atletas russos. "Os atletas não devem ser responsabilizados pelas ações de seus governos. Estamos explicando isso às federações de inverno e fazendo referência à experiência das federações de verão", disse o diretor de esportes do COI, Kit McConnell, à TASS. "Uma vez que as decisões são tomadas, o processo de retorno tem sido tranquilo e sem complicações."
Por sua vez, o presidente do Comitê Olímpico Russo, Mikhail Degtyarev, espera que a situação de veto mude para Milano Cortina 2026 e que seus atletas possam exibir a bandeira nacional na competição. "Temos uma situação complicada em relação ao Milan e temos apenas um ano restante. As portas para os torneios de qualificação se abrem, deixando alguns deles entreabertos", disse Degtyarev à TASS. "É altamente improvável que possamos competir como uma seleção nacional. No entanto, ainda estamos esperando."
A chegada de Kirsty Coventry à presidência do COI pode ser a chave para acelerar o retorno da Rússia. "Nosso dever como COI é garantir que todos os atletas possam participar dos Jogos. Não se trata apenas das grandes guerras e conflitos que acontecem na Europa e no Oriente Médio: também há guerras e conflitos na África. Como vamos proteger e apoiar esses atletas?" Coventry declarou. Os próximos Jogos Olímpicos de Inverno serão realizados na Itália, nas cidades de Milão e Cortina d'Ampezzo, de 6 a 22 de fevereiro de 2026.
0 Comentários