Com Rebeca Andrade e Rayssa Leal como destaque, Bolsa Atleta mira recorde de beneficiados em 2025

Presente em todas as medalhas brasileiras nos Jogos Olímpicos de Paris, o programa receberá R$ 176 milhões do Governo Federal

Foto: Jerome Broiullet/ AFP
Foto: Jerome Broiullet/ AFP

Durante audiência pública realizada em Brasília na última semana, o ministro do Esporte, André Fufuca, apresentou à Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados novas metas para o programa Bolsa Atleta. A principal delas é alcançar, ainda em 2025, a marca inédita de 10 mil atletas beneficiados. Para isso, o Governo Federal destinou R$176 milhões ao programa.

“O Bolsa Atleta é uma iniciativa fundamental para o desenvolvimento do esporte no Brasil. Muitas modalidades ainda carecem de recursos e investimentos. O programa permite que atletas deem continuidade às suas carreiras e abre espaço para o surgimento de novos talentos, o que contribui diretamente para o desempenho esportivo do país”, destaca Vanessa Pires, CEO e fundadora da Brada, plataforma que conecta investidores a projetos de impacto positivo.

A primeira lista de contemplados neste ano já atingiu o número histórico de quase 10 mil esportistas — um crescimento de cerca de 11% em relação a 2024, quando aproximadamente 9 mil foram atendidos. A categoria Pódio, voltada a atletas com chances reais de disputar finais e medalhas em competições olímpicas e paralímpicas, beneficiou 435 pessoas no primeiro edital de 2025, o que representa um aumento de 25% em relação ao ano anterior.

O impacto do programa é evidente nos principais nomes do esporte nacional. Rebeca Andrade, maior medalhista olímpica da história do Brasil, com seis conquistas – quatro delas em Paris – recebe o benefício há 13 anos. Rayssa Leal, vice-campeã olímpica no skate e atleta mais jovem a conquistar uma medalha pelo Brasil, integra o programa desde 2022. Isaquias Queiroz, com cinco medalhas na canoagem, é beneficiado desde 2010.

Outros destaques das Olimpíadas de Paris também participam da iniciativa, como a campeã no judô Bia Souza (desde 2017), e Caio Bonfim (desde 2007), prata na marcha atlética.

“É extremamente positivo ver tantos esportistas beneficiados pelo Bolsa Atleta. Trata-se de um programa essencial para proporcionar melhores condições de desenvolvimento. Com base nos números de medalhistas atendidos, é possível concluir que a iniciativa, aliada ao trabalho dos clubes, tem gerado resultados concretos para o esporte brasileiro”, afirma Paulo Maciel, presidente do Comitê Brasileiro de Clubes.

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, cerca de 90% dos medalhistas brasileiros contaram com apoio do programa. Já em Paris, onde o Brasil conquistou 20 medalhas – segundo melhor desempenho na história – todos os 60 atletas premiados são ou já foram beneficiados. O cenário se repete nos Jogos Paralímpicos: no Japão, o índice foi de 95% e, em Paris, que marcou a melhor campanha da seleção paralímpica, com 89 medalhas, quase 100% dos atletas receberam o auxílio.

Criado em 2004, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Bolsa Atleta tem como objetivo garantir condições adequadas para que atletas com bons resultados em competições nacionais e internacionais possam se dedicar integralmente à carreira esportiva. O benefício é voltado a esportistas olímpicos, paralímpicos e surdolímpicos a partir dos 14 anos, incluindo gestantes, puérperas, surdos e guias.

Beatriz Araujo Salazar, advogada do CCLA Advogados, destaca o valor estratégico do programa: “O Bolsa Atleta se consolidou como uma política pública essencial para o esporte brasileiro. Ele não só mantém nossos talentos em atividade como também promove inclusão e diversidade, alinhando-se a princípios fundamentais da cidadania e dos direitos humanos.”

Com metas ousadas, investimento recorde e um histórico de resultados consistentes, o Bolsa Atleta se projeta como pilar central da política esportiva brasileira para os próximos anos. A expectativa agora é que o impulso dado em 2025 ajude o Brasil a manter – e ampliar – seu protagonismo nas grandes competições internacionais que estão por vir.

Redação Surto Olímpico

Redação Surto Olímpico

Desde 2011, vivendo os esportes olímpicos e paralímpicos com intensidade o ano inteiro. Estamos por trás de cada matéria, cobertura e bastidor que conecta atletas e torcedores com informação acessível, atualizada e verdadeira.
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