Presente nas olimpíadas de 1952 e 1960, Wanda foi a segunda mulher negra a representar o Brasil nos Jogos Olímpicos
Morreu nesta segunda (30) Wanda Santos aos 93 anos. A ex-barreirista e saltadora foi uma das pioneiras do atletismo feminino no país nos anos 50, tendo disputado as Olimpíadas de Helsinque em 1952 – sendo a segunda mulher negra do país a disputar uma olimpíada – e Roma 1960. A causa da morte foi um grave infecção sangúinea aliada a uma desidratação severa e internada desde a última semana, não resistiu.
Wanda sempre foi adepta do esporte e na juventude se dividia entre o basquete e o atletismo. Até que em 1947 ela se juntou São Paulo Futebol Clube, fazendo parte do elenco treinado pelo famoso alemão Dietrich Gerner, que também foi técnico de Adhemar Ferreira da Silva, aos 15 anos de idade.
Wanda se manteve atuando entre os dois esportes até 1950, quando passou a se dedicar mais ao atletismo, onde competiu em diversas provas, tendo como especialidade o antigo 80m com barreiras, onde ela chegou a quebrar o recorde sul-americano na Olimpíada de 1952.
Além das participações olímpicas, ela tem quatro medalhas em Jogos Pan-americanos em Buenos Aires 1951, Cidade do México 1955 e Chicago 1959, além do bicampeonato dos Jogos Ibero-Americanos. São paulina, Wanda não deixou de representar o clube nem mesmo quando encerrou sua carreira profissional, quando passou defender o clube em competições master, e promovendo eventos sociais e esportivos para a terceira idade enquanto exercia o trabalho de professora de educação física na rede pública de São Paulo.
O São Paulo emitiu uma nota sobre o falecimento de Wanda: “O São Paulo Futebol Clube e seu Departamento de Atletismo lamentam profundamente o falecimento de Wanda dos Santos, atleta pioneira e referência do atletismo brasileiro. Símbolo de superação e inspiração, Wanda representou nosso clube e o Brasil com coragem e talento, deixando um legado eterno no esporte”, afirma o diretor de atletismo do SPFC, Gilberto Ramos.
O velório está marcado para terça-feira (1), de 10h às 14h, no Cemitério São Pedro, na Vila Alpina, em São Paulo.
Marcos Antonio
Pai, Carioca, 40 anos, profissional de TI e cursando jornalismo. Um Fã de basquete e de todos os esportes olímpicos (e alguns não olímpicos também) que faz um trabalho de formiguinha para que todos eles tenham seu espaço. No Surto Olímpico desde 2012.
