Atletas femininas reforçam Seleção de rugby em CR na primeira Copa América disputada no Brasil

Brasil sediará a Copa América da modalidade

Foto: Alessandra Cabral/CPB
Foto: Alessandra Cabral/CPB

Duas atletas integram a equipe convocada para defender o Brasil na Copa América de rúgbi em cadeira de rodas, que será disputada entre os dias 11 e 16 de julho, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. A paranaense Cleonete Reis, da classe 3.5 (menor comprometimento de movimentos), e a carioca Hawanna Ribeiro, da classe 0.5 (maior comprometimento de movimentos), fazem parte do grupo de 12 atletas que representarão o país no torneio continental, que também serve como classificatória para o Campeonato Mundial da modalidade, previsto para 2026, também no Brasil.

O rúgbi em cadeira de rodas é uma modalidade mista, em que homens e mulheres competem juntos, sem divisão por gênero. A formação das equipes deve respeitar um limite de oito pontos que são atribuídos de acordo com a classificação funcional dos atletas, que varia de 0,5 (maior comprometimento físico) a 3,5 (menor comprometimento). Quando há mulheres em quadra, a equipe recebe um bônus na pontuação: 0,5 ponto extra para atletas classificadas entre 0,5 e 1,5 e 1,0 ponto para aquelas entre 2,0 e 3,5, o que permite maior flexibilidade tática durante as partidas.

Hawanna, 27, ou Hanna como é conhecida na equipe, uma das novatas da delegação brasileira, destaca a evolução técnica da equipe e o bom entrosamento entre os colegas. “Quando cheguei, era tudo muito novo para mim, mas fui acolhida. Hoje, a gente se entende muito bem nas jogadas, e isso faz toda a diferença”, afirmou a atleta, que atualmente defende o Santer Vikings, do Rio de Janeiro, equipe com a qual já conquistou títulos nacionais e regionais.

Sua trajetória no esporte começou após um acidente durante um episódio de sonambulismo, que causou lesões na coluna e a deixou com limitações motoras. Desde então, Hanna vem acumulando conquistas tanto pelo clube quanto pela Seleção, incluindo a conquista de duas medalhas de bronze em disputas internacionais: o Santos Wheelchair Rugby World Challenge, na Austrália, encerrado em 1º de junho; e o Qufora Egmont Open 2025, disputado na Dinamarca em abril.

Natural de Belém, Cleonete Reis, 48, teve sequelas nas mãos e nos pés em decorrência da hanseníase aos 15 anos. Começou no esporte quatro anos depois e construiu uma carreira de destaque no basquete em cadeira de rodas, com três medalhas de bronze em Jogos Parapan-Americanos (Guadalajara 2011, Lima 2019 e Santiago 2023). Há seis meses, passou a integrar a equipe de rúgbi da Seleção, e recentemente recebeu proposta para atuar ao lado de Hanna no Santer Vikings.

As duas atletas também estiveram com a equipe nas últimas competições internacionais, contribuindo com experiência e consistência. “Esses torneios ajudaram muito. A gente observou como outras equipes se posicionam e como a gente pode explorar melhor as jogadas. Isso nos deixa mais preparadas para enfrentar diferentes situações durante a Copa América”, comentou Hanna.

Cleonete reforça que a mistura entre atletas experientes e novos talentos tem sido um diferencial da Seleção neste ciclo. “O grupo está bem equilibrado, temos pessoas com bagagem em outras edições da Copa América e outras que vieram de grandes competições neste ano. Isso contribui para o amadurecimento da equipe como um todo.”

Esta será a primeira vez que o Brasil sediará a Copa América de rúgbi em cadeira de rodas, competição sancionada pela World Wheelchair Rugby (WWR), entidade internacional da modalidade.

Redação Surto Olímpico

Redação Surto Olímpico

Desde 2011, vivendo os esportes olímpicos e paralímpicos com intensidade o ano inteiro. Estamos por trás de cada matéria, cobertura e bastidor que conecta atletas e torcedores com informação acessível, atualizada e verdadeira.
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