Atualmente em segundo lugar no ranking da WSL, surfista tenta título mundial de 2025 enquanto se imagina nos Jogos Olímpicos em Los Angeles
A duas etapas do Finals da WSL, quando os mais bem colocados no ranking competem pelo título do Circuito Mundial de Surfe em 2025, Yago Dora parece tranquilo. O que não significa que esteja relaxado. O surfista brasileiro, atualmente segundo colocado no geral, sabe que está em boa posição para a competição que começa nesta sexta-feira, 11 de julho, em Jeffreys Bay, na África do Sul.
“Quem sabe não consigo subir um pouco mais. Quanto mais em cima você chega lá, é uma vantagem para a final. Quero estar bem, continuar nesse ritmo que eu estou e ganhar a vaga para Fiji (onde ocorrem as finais)”, diz Yago.
Os resultados de 2025, que o colocam em evidência na elite do surfe mundial, são fruto de uma construção que vem de longe. “É um trabalho de muito tempo. Não é algo que só virou assim (estala os dedos). Eu venho há alguns anos subindo posições, ganhando meu espaço dentro do circuito e eu sinto que este ano as coisas estão se encaixando e dando certo”, defende. Na cabeça de Yago, as coisas têm o seu devido tempo. E ainda que o histórico recente o credencie já no início do ciclo a pensar em Los Angeles, ele mantém a calma. “Me perguntam coisas do futuro e eu só consigo pensar no que eu estou fazendo agora, na próxima bateria. Isso me coloca num estado mental bom para eu ser a minha melhor versão”, garante. A próxima etapa, a bateria seguinte e a onda que está chegando são o caminho que podem levar Yago a chegar a um lugar que sequer imaginava quando começou a surfar, ainda criança, em Florianópolis. “Virou um sonho novo, é doido. Porque eu cresci sonhando só com o Circuito Mundial, o título mundial da WSL. Inserir esse novo sonho na minha carreira é mais uma motivação, mais um objetivo para buscar e isso faz trabalhar mais, querer evoluir mais. É muito legal”, conta.
Esta nova meta são os Jogos Olímpicos. “Quando veio a primeira notícia que o surfe ia participar das Olimpíadas, para mim ainda era distante. Eu estava no meu segundo ano do circuito, tentando achar meu espaço, encontrar equilíbrio. Já para a de Paris eu cheguei muito perto de conseguir a vaga. Deu para sentir um pouco do gosto. E agora é foco total nessa próxima. E quem sabe mais uma para frente ainda”, adianta. Um fator que anima para Los Angeles 2028 é a sede do surfe. Trestles, lendária onda californiana, que voltou este ano ao circuito numa etapa que foi vencida por Yago. “Vencer a etapa lá me deu uma confiança muito boa. Sempre sonhei em competir em Trestles, essa foi a minha primeira oportunidade lá e consegui vencer o evento. Acho que é o tipo de onda que encaixa muito com o meu surfe, onda de high performance. Dá para ser bastante progressivo, criativo nas ondas. Trestles é uma onda muito boa para mim”, constata.
E neste caminho ele comemora a base de que dispõe para o ciclo até 2028. “O suporte que a gente tem do COB é um diferencial muito grande. Poder contar com esta estrutura, com um fisioterapeuta que viaja o circuito inteiro atendendo a gente. Porque o surfe exige muito do físico, então a saúde tem que estar sempre em dia, tem que estar tudo alinhado”, acredita.É o que ele sente que precisa para se manter em boa fase pelos próximos anos. Tudo isso, como de costume, com tranquilidade e paciência.
“Ainda tem bastante tempo. Claro que é um sonho, mas por enquanto ele fica ali meio que congelado até chegar o momento em que vai valer a classificação. Mas mantenho ele na mente e esperar a hora certa de chegar”. Como alguém que cresceu no mar, Yago sente que a onda certa sempre vem. O negócio é estar pronto para dropar.
