Com promessas de legado esportivo, infraestrutura e sustentabilidade, Brasil e Paraguai seguem na corrida para ser sede do maior evento multiesportivo das Américas
A disputa para sediar os Jogos Pan-Americanos de 2031 entrou em uma nova fase nesta sexta-feira (8), com as apresentações oficiais das candidaturas de Rio-Niterói e Assunção durante a 63ª Assembleia da Panam Sports, realizada em Assunção, no Paraguai. Pela primeira vez, os dois projetos foram mostrados aos 41 Comitês Olímpicos Nacionais das Américas, responsáveis por decidir, em outubro, qual cidade receberá o evento continental daqui a seis anos.
De um lado, a dobradinha brasileira entre Rio de Janeiro e Niterói aposta na experiência olímpica, em estruturas já prontas e em um legado esportivo que começa antes mesmo de 2031. Do outro, a capital paraguaia tenta fazer história ao sediar seu primeiro Pan, com uma proposta enxuta, sustentável e inovadora. Duas estratégias diferentes, mas com o mesmo objetivo: convencer os eleitores de que são a melhor opção para as Américas.
Brasil reforça estrutura pronta e intercâmbio continental
A candidatura Rio-Niterói foi apresentada por uma comitiva de peso: além de políticos como Eduardo Paes e Rodrigo Neves, prefeitos das duas cidades, o grupo contou com medalhistas olímpicos como Isabel Swan, Yane Marques, Emanuel Rego, Hortência e Thiago Pereira. O presidente do COB, Marco La Porta, defendeu um projeto que vai além da organização dos Jogos, com foco no desenvolvimento do esporte pan-americano por meio de clínicas, seminários e intercâmbios a partir dos próximos anos.
O projeto brasileiro destaca o uso de instalações existentes, a infraestrutura urbana já testada em eventos como Rio 2007 e Rio 2016, e o compromisso com Parcerias Público-Privadas (PPPs) para viabilizar a nova Vila Pan-Americana. A vice-prefeita de Niterói, Isabel Swan, ressaltou que a maior parte das estruturas já está pronta, o que garante foco total na excelência dos serviços aos atletas e nas competições.
“Queremos Jogos que inspirem uma nova geração e deixem um legado esportivo real para todo o continente”, resumiu Marco La Porta.
Assunção aposta em praticidade e legado sustentável
Do outro lado, Assunção apresentou uma proposta moderna e enxuta, com foco em sustentabilidade, mobilidade urbana e inovação. A candidatura promete energia 100% renovável, transporte público elétrico, redução de custos operacionais e deslocamentos curtos entre as instalações — um dos maiores desafios em eventos multiesportivos.
Além disso, os representantes paraguaios destacaram a forte identidade cultural do país, o apoio do governo nacional e o papel simbólico que o Pan 2031 teria como primeiro grande evento multiesportivo internacional sediado no Paraguai, país que também será palco da abertura da Copa do Mundo FIFA 2030.
A candidatura reforçou ainda que um Pan em Assunção seria mais que viável e seria necessário para descentralizar e democratizar o esporte no continente.
Escolha da sede acontece em outubro
As duas cidades terão ainda alguns meses para refinar suas propostas e conquistar os votos necessários. A escolha final será anunciada em outubro, durante a próxima Assembleia da Panam Sports, em Santiago, no Chile. Até lá, a corrida continua, com estratégias distintas, mas igualmente ambiciosas.
