Prognóstico do Surto Olímpico aponta para uma primeira fase tranquila para a seleção; competição deve apresentar maiores dificuldades a partir das quartas de final
O Campeonato Mundial de vôlei feminino, com sede na Tailândia, começa nesta sexta-feira (22), e o Brasil entra em quadra já no primeiro dia, às 9h30 (de Brasília). O conjunto comandado por José Roberto Guimarães integra o Grupo C, ao lado de Grécia, França e Porto Rico e atuará na cidade de Chiang Mai durante a primeira fase. A capital Bangkok receberá os jogos da fase eliminatória.
A expectativa é de uma primeira fase tranquila. Se tudo correr sem contratempos, a partir das quartas de final a equipe pode enfrentar uma seleção asiática do top 5 do ranking mundial. Caso avance, a semifinal deve colocar a melhor seleção do mundo no percurso brasileiro.
Confira a seguir a projeção do caminho do Brasil rumo ao título inédito.
Fase de Grupos
A Grécia, 31ª colocada no ranking mundial, será a adversária da estreia. Esta é apenas a segunda participação grega em mundiais. Na primeira, em 2002, a seleção terminou na 11ª posição.
No dia 24 (domingo), às 9h30, quem estará do outro lado da rede é a França. O país volta a disputar a competição após 51 anos — sua última participação ocorreu em 1974. O melhor resultado francês foi o 7º lugar logo na primeira edição, em 1952. Atualmente na 15ª posição do ranking, a equipe disputou os Jogos Olímpicos de Paris 2024 como país-sede e perdeu todas as três partidas da fase de grupos. Na recém-finalizada Liga das Nações (VNL), venceu cinco dos 12 jogos, ficando fora da fase final.
Encerrando a primeira fase, o Brasil enfrenta Porto Rico na terça-feira (26), novamente às 9h30. As caribenhas, que ocupam o 18° posto do ranking, participam de seu décimo Mundial, o quinto de maneira consecutiva. Seu melhor desempenho foi um 12º lugar, uma posição atrás da Grécia em 2002.
Oitavas e Quartas de Final
Os classificados do Grupo C enfrentarão seleções do Grupo F nas oitavas de final. O chaveamento se mantém até as quartas, permitindo também que equipes do mesmo grupo, caso vençam seus compromissos, voltem a se enfrentar nesta fase.
O grupo F é composto por China, República Dominicana, Colômbia e México.
A projeção provável é um confronto entre Brasil e China nas quartas de final, pois ambas são, de antemão, as favoritas em seus respectivos grupos e partidas das oitavas de final.
Semifinal
Quem vencer o jogo das quartas de final advindo do grupo C ou F irá encarar um oponente vindo do cruzamento de seleções integrantes dos grupos B e G, que contêm Itália, Cuba, Bélgica e Eslováquia (B) e Polônia, Alemanha, Quênia e Vietnã (G).
A Itália desponta como potencial rival para a semifinal. A equipe de Julio Velasco é a atual campeã olímpica, bicampeã da Liga das Nações, líder do ranking e apontada como a principal candidata ao título mundial.
Polônia, terceira colocada nas duas últimas edições de Liga das Nações, e Alemanha, que tem feito jogos duros contra o Brasil recentemente, também podem surgir como oponentes.
Final
Na grande decisão, os possíveis adversários são Japão, Turquia, Estados Unidos e Sérvia.
As japonesas têm protagonizado jogos equilibrados e frequentemente decididos no tie-break em fases decisivas contra o Brasil. Somente nesta década foram quatro: vitórias verde e amarela nas semifinais do Campeonato Mundial em 2022 e da Liga das Nações de 2025 e no duelo válido pelo Pré-Olímpico de 2023. O triunfo asiático ocorreu na semifinal da Liga das Nações em 2024.
A Turquia atravessa uma fase instável, mas vem construindo um histórico recente de rivalidade com a seleção brasileira, marcado por provocações de jogadoras e declarações polêmicas do técnico Daniele Santarelli. Uma das mais conhecidas aconteceu durante um tempo técnico na Liga das Nações de 2023, onde ele afirmou que “o Brasil não tem qualidade”. Mas a frase de Santarelli — que alegou ter sido tirada de contexto—foi por água abaixo após vitória do time de Zé Roberto na disputa pela medalha de bronze em Paris 2024.

Os Estados Unidos, algoz nas duas últimas edições de Jogos Olímpicos, chega para o Mundial passando por uma renovação profunda. Apenas quatro atletas da campanha da prata olímpica de 2024 permanecem no elenco. Além disso, Karch Kirally deixou o comando da seleção após 12 anos e Erik Sullivan assumiu o cargo.
Por fim, a Sérvia, atual bicampeã Mundial, vive um momento difícil. O selecionado de Zoran Terzic lutou contra o rebaixamento durante toda a primeira fase da Liga das Nações e escapou somente a duas rodadas do fim. No entanto, o elenco conta com o retorno da estrela Tijana Boskovic, que esteve um ano afastada. A oposta foi eleita MVP (Jogadora Mais Valiosa) da última edição do campeonato.
