Brasil flerta com a derrota, mas se recupera e vence a França de virada no Mundial de Vôlei feminino

Após dois sets com atuação bastante abaixo do que costuma apresentar, seleção brasileira acordou na terceira parcial e consolidou reviravolta num apertado tie-break

Brasil flerta com a derrota, mas se recupera e vence a França de virada no Mundial de vôlei feminino
Julia Bergmann, Diana e Kisy comemoram ponto durante a virada brasileira sobre as francesas (Foto: reprodução/Volleyball World)

Ao contrário da tranquila estreia contra a Grécia, a seleção brasileira enfrentou bastante dificuldade e esteve à beira de uma surpreendente derrota na segunda rodada do grupo C do Campeonato Mundial de Vôlei feminino. Neste domingo (24), em Chiang Mai, na Tailândia, as comandadas de José Roberto Guimarães perderam os dois sets iniciais para a França, mas tiveram força e resiliência para virar o placar para 3 sets a 2, com parciais de 21/25, 20/25, 25/15, 25/17 e 15/13, e venceram a segunda partida na competição.

Líder de sua chave, o Brasil volta à quadra na terça-feira (26), às 9h30 (de Brasília), para enfrentar Porto Rico, pela última rodada da fase de grupos. O jogo terá transmissão ao vivo pelo Sportv 2 e pelo streaming VBTV (da Volleyball World).

Se triunfar, consolida a primeira posição e avança para as oitavas de final para encarar o segundo colocado do grupo F, composto por China, República Dominicana, Colômbia e México.

A França, por sua vez, enfrenta a Grécia em um confronto direto que vale a vaga para a próxima fase.

Destaques

O ataque foi bem distribuído pela equipe brasileira, onde cinco atletas passaram dos dez pontos. Destaques para as ponteiras Gabi e Julia Bergmann, responsáveis por 18 e 17, respectivamente. Com boa atuação na defesa, a líbero Marcelle foi peça importante para a reação da equipe a partir do terceiro set.

Pelo lado francês, a ponteira e capitã Cazaute foi a maior pontuadora da partida, com 20, e a oposta Ndiaye anotou 18.

O jogo

1° set

Dois dos três primeiros pontos do embate saíram de longos ralis, ambos vencidos pela França. Posteriormente, as seleções passaram a trocar pontos, até que Kisy, com dois ataques potentes, colocou 12 a 9 no marcador. O adversário não esmoreceu e, não somente reequilibrou, como assumiu a dianteira da parcial em 17 a 15, muito em função da tática de forçar o saque para dificultar—com êxito— o passe brasileiro. Além disso, a solidez defensiva e a eficiência das atacantes de ponta Ndiaye, Cazaute e Rotar, que marcaram seis, cinco e quatro pontos, respectivamente, foram importantes para as europeias fecharem o primeiro set em 25 a 21.

2° set

O Brasil ainda demonstrava muitas dificuldades nos setores ofensivo e defensivo no início do segundo período, enquanto o jogo da França fluía. Zé Roberto promoveu a entrada de Macris no lugar de Roberta para tentar fornecer mais velocidade na distribuição. Lorena também foi à quadra e correspondeu. A equipe chegou a virar o placar, mas não se sustentou. Pior: cometeu erros completamente fora do habitual e de forma consecutiva, denotando alta carga de ansiedade. Com isso, a França retomou a liderança e contou com a ótima performance de Cazaute, autora de oito pontos na parcial, para abrir 2 sets a 0 ao vencer a parcial por 25 a 21.

3° set

Utilizando mais o meio de rede com Julia Kudiess e Diana, o Brasil voltou melhor para o terceiro set, mas desperdiçou novamente a vantagem (6 a 3) com erros ofensivos. Após um pequeno período de instabilidade, o bloqueio brasileiro se reorganizou e se impôs ao até então eficiente ataque francês. Dos cinco pontos seguidos do conjunto, quatro foram feitos neste fundamento, todos por jogadoras diferentes.

O time, enfim, conseguiu se soltar também no ataque e intimidou o oponente, que sentiu o baque. O técnico Cesar Hernandez, ciente que seria difícil alcançar a diferença de dez pontos no marcador (22 a 12), optou por poupar algumas titulares no restante do set para se rearrumar visando a parcial seguinte. A seleção brasileira consolidou o triunfo por expressivos 25 a 15 no set e ganhou fôlego na partida.

4° set

O time de Zé Roberto manteve o bom volume do setor defensivo, principalmente com a líbero Marcelle, que entregou o passe na mão de Macris. A levantadora distribuiu as bolas entre as pontas e o meio e as atacantes, mais confiantes após o desempenho no terceiro set, capitalizaram suas oportunidades, ajudando a construir uma distância de seis pontos (14 a 8). Assim como na parcial anterior, a França não foi nem sombra do que apresentou nos dois primeiros sets, tamanha a superioridade da atuação brasileira neste momento. Sem tirar o pé do acelerador, o empate veio com um 25 a 17 e a decisão do jogo foi para o quinto set.

Tie-break

Partindo para o tudo ou nada, a França mudou a postura passiva das parciais em que fora derrotada. Contudo, Marcelle, bem posicionada, conteve o ímpeto do ataque europeu e o Brasil abriu 9 a 6. Após um longo rali, que poderia deixar a vantagem em apenas um ponto, Rosamaria virou a bola e colocou 13 a 10 no placar. Ndiaye acertou um bonito ataque no fundo de quadra e deu sobrevida à sua seleção, que definitivamente encostou num erro de ataque brasileiro.

O Brasil, que havia desperdiçado seu primeiro set point, teve dificuldade na recepção do saque adversário, porém Macris consertou o passe e acionou Julia Bergmann, que converteu seu golpe e sacramentou a vitória no tie-break por 15 a 13 e a virada para 3 sets a 2.

Thiago Chaguri

Thiago Chaguri

Apaixonado pelas emoções, histórias e diversidades estratégicas que os esportes proporcionam. Cursa jornalismo. Teve passagem pelo veículo Torcedores e está no Surto Olímpico desde março de 2025.
Keep in touch with our news & offers

Inscreva-se em nossa Newsletter

Enjoy Unlimited Digital Access

Read trusted, award-winning journalism. Just $2 for 6 months.
Already a subscriber?
Compartilhe este post:

Comments

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *