Surfistas falaram sobre animação para a estreia, ondas tubulares de Cloudbreak e preparação física e mental
Os dois brasileiros classificados para o WSL Finals, torneio entre os cinco melhores surfistas do Championship Tour, Yago Dora, líder e garantido direto na bateria do título, e Ítalo Ferreira, que estreia na primeira de quatro fases frente ao australiano Jack Robinson, conversaram com a imprensa sobre a ansiedade para a estreia, os principais adversários e o trabalho físico e mental para buscar o título mundial de surfe. A disputa será nas ondas de Cloudbreak, em Fiji, entre os dias 26 de agosto a 4 de setembro.
A animação pela disputa e o sonho pelo título toma conta da dupla brasileira em lados opostos no WSL Finals, enquanto Ítalo vai precisar vencer Jack, o estadunidense Griffin Colapinto e o sul-africano Jordy Smith para alcançar a decisão, Dora está a uma bateria de conquistar o primeiro título mundial de surfe, e o oitavo do Brasil em todas as versões da elite do esporte.
Yago afirmou que todos os adversários são difíceis e está animado para buscar o título como forma de concretizar a ótima temporada, “acho que o nível está cada vez mais parecido e mais disputado e esse ano não é diferente. Acho que os três competidores de fora são muito bons também, né? Principalmente nessa onda, tem o Jack que é especialista em tubos, o Griff que também venceu aqui no ano passado, o Jordy também é um cara que surfa muito bem essas ondas pesadas. Então a competição é difícil, né?”
“De qualquer maneira, eu sei que vai ser uma batalha dura, né? Não dá para achar que vai ser fácil por por não ter nenhum outro campeão mundial na disputa além do ítalo. Mas acho que todos estão muito preparados para disputar esse título, eu estou muito animado para pela primeira vez estar disputando um título. Estou com muita vontade de ganhar, acho que eu fiz um ano muito bom e quero muito concretizar isso, né? Finalizar o ano e provar que eu fui o melhor jogador da temporada”

Ítalo Ferreira, por outro lado, analisa que partir da primeira etapa é bom para ganhar ritmo e confiança, mas prega consciência para dominar as ondas paradisícas de Fiji, “é, de alguma forma, saindo de baixo, realmente você consegue manter um ritmo né? E ai, você vai ganhando confiança durante todas as baterias até chegar no final. É claro que, dependendo do lugar, realmente exige mais do seu corpo, da sua mente, do seu preparo físico, e foi o que eu fiz nos últimos dias, né?
“Eu tenho preparado fisicamente para essa competição. Porque eu sei que, vai ser num dia muito clássico, as escolhas de ondas será o diferencial nessas condições. Então isso isso realmente, te deixa um pouco mais atento nas decisões, né? Foi bem diferente das outras finais em Trestles, que você tinha opções de direita, esquerda e você voltava muito rápido para o pico, então existia uma troca de nota e uma movimentação muito intensa durante a bateria, que aqui realmente, dependendo das condições, é um pouco mais tranquilo, mais calmo na hora da escolha, né?”
Ansioso para a estreia, Yago Dora aproveitou a finalização da temporada do Championship Tour em Teahupo’o, Taiti, em que foi nono colocado, para voar direto a Fiji e iniciar a preparação para o Finals, “eu vim do Taiti direto para Fiji, né? Eu quis chegar aqui o mais cedo que eu pudesse.”
“E foi muito bom, é, encaixou que logo no dia que eu cheguei já começou a aparecer um swell aqui Fiji, a gente pegou uns três dias de boas ondas aqui, então foi super legal, deu para testar várias pranchas, é, me adaptar ali ao pico, ao line-up, é, entender bem como que a onda tá rolando, né? Acho que é uma é uma condição que vai estar parecida para os dias do campeonato, então acho que foi super importante ter vindo bem cedo cedo para cá. E é isso, a preparação tá sendo parecida com um dos outros eventos do ano, né?”
O campeão mundial em 2019 e olímpico em Tóquio-2020, Ítalo Ferreira comentou sobre o sonho do título mundial e como é estar em mais uma vez entre os melhores do mundo no Finals, “Claro que, o objetivo era no final da temporada me classificar para o finals, né? Que deu tudo certo. Né? Então assim, é, realmente eu ficaria muito triste esse ano (se não classificasse), porque eu comecei o ano muito bem. (Agora é) Concentrar toda minha minha energia para um dia de competição. São quase 8 horas ali direto, concentrado em um objetivo, né?”
“Um sonho que eu, né, desejo desde criança, é claro que eu já tenho um título, mas que isso, né, não anula minha vontade e meu desejo de eh conquistar mais títulos, né? E é por isso que eu continuo todos os anos, tô a alguns anos disputando todo mundo já, né? E algum algum desses momentos acabei batendo na trave, creio que não era o meu momento ali, mas que, né, tô tendo uma nova chance e espero que Deus tenha algo melhor para mim ali no final do dia dessa dessas competições.”
