Brasileiro conquistou a terceira medalha em Mundiais, em prova que não é sua especialidade
O Mundial de Atletismo de Tóquio, no Japão, começou prateado para o Brasil. Na noite desta sexta-feira (12), Caio Bonfim ficou em 2º lugar na prova dos 35 km da marcha atlética, após terminar a prova em 2h28min55s – a melhor marca da temporada. A marca foi apenas 33 segundos acima do canadense Evan Dunfee, que conquistou o ouro com 2h28min33s.
Caio Bonfim, atleta do CASO-DF e medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de 2024, esteve no top-10 durante toda prova. Na reta final, o brasileiro assumiu a segunda posição após os líderes diminuirem o ritmo forte. Na última volta, o canadense sentiu cãimbras e chegou a aumentar a expectativa pelo ouro, mas Dunfee se recuperou e terminou em primeiro. O japonês Hayato Katsuki ficou com o bronze, com tempo de 2h29min16s.
– Eu lutei muito. A gente sabe o quanto é difícil chegar, e o quanto é difícil se manter entre os melhores do mundo. Depois de uma prata olímpica, como manter? Em 2022, em 2023, em 2024 eu ganhei medalhas. E hoje, além de ser uma medalha inédita, foi em uma prova inédita – disse Caio, exausto e emocionado, em entrevista ao sportv.
Mesmo sem ser sua especialidade, Caio Bonfim conseguiu chegar ao pódio e conquistar a terceira medalha em Mundiais (ele foi bronze nos 20km em Londres 2017 e Budapeste 2023). O brasileiro ainda vai disputar a prova dos 20km, em que foi medalhista de prata em Paris e bronze no Mundial de 2023. Ele é vice-líder do ranking mundial e não apareceu no pódio em apenas três provas de 20km que participou desde 2023.
– Eu sofri muito. No km 28, 29, eu já não tinha mais o que dar. Eu só pensar em manter e terminar. Mas entrar no estádio… foi um sonho. A gente começa, lá atrás, sonhando com esse dia. Esse é o meu oitavo Mundial, e eu sou três vezes medalhista – disse Caio, ressaltando a dificuldade do percurso, em uma manhã de muito calor, tempo nublado e umidade altíssima em Tóquio.
O equatoriano Davi Hurtado liderava a prova quando somou três punições e tomou suspensão por três minutos. O japonês Masatora Kawano assumiu a liderança, mas começou a sofrer com cansaço na reta final. Assim, o canadense Evan Dunfee assumiu a liderança e não perdeu mais.
O Brasil esteve representado por outros dois atletas na prova masculina: Matheus Correa ficou em 15º, com 2h36min35s – melhor marca pessoal do atleta; e Max Batista Gonçalves fez 2h41min04s, terminando na 27ª posição.
Viviane Lyra é a melhor brasileira na prova feminina
Apesar do início forte nos 10km iniciais, entre as 10 primeiras colocadas, Viviane Lyra terminou na 13ª posição, com 2h51min16s. A atleta do Praia Clube também vai disputar a prova dos 20km, que é sua especialidade. A também brasileira Mayara Vicentainer (IABC-SC) ficou 26ª posição (3h8min54s), enquanto Elianay Barbosa (CASO-DF) terminou em 36º lugar (3h20min32s).
A espanhola e recordista mundial Maria Pérez conquistou o bicampeonato na prova feminina dos 35km, com tempo de 2h39min01s. O tempo foi três minutos melhor que o tempo da italiana Antonella Palmisano, segunda colocada com 2h42min24s. Paula Torres, do Equador, completou o pódio com 2h42min44s, batendo o recorde nacional.
