Ainda sem conquistar medalhas, delegação brasileira alcança boas marcas na estreia do Mundial de halterofilismo
A Seleção Brasileira de halterofilismo paralímpico estreou neste sábado, 11, no Campeonato Mundial da modalidade, que acontece no Cairo, no Egito, com a melhor marca pessoal do paraibano Ailton Andrade de Souza na categoria até 80kg. O país ainda contou com a mineira Caroline Fernandes Alves, entre as mulheres até 79kg, e a potiguar Maria Rizonaide da Silva, até 50kg, no quinto e sexto lugares, respectivamente.
Este é o primeiro Mundial de halterofilismo após os Jogos Paralímpicos de Paris 2024, quando o Brasil encerrou a participação na modalidade com quatro medalhas, sendo duas de ouro e duas de bronze. No país árabe, o Brasil tem a maior delegação brasileira entre todos os Mundiais, com 16 atletas mulheres e nove halterofilistas homens.
Ailton terminou na nona colocação da categoria até 80kg, a mesma na qual foi campeão parapan-americano em Santiago 2023, com o seu melhor levantamento sendo de 199kg em três tentativas. O vencedor da prova foi o chinês Xiaofei Gu, com 223kg.Foi a melhor marca pessoal do halterofilista paraibano na sua carreira, que até então tinha 196kg como recorde brasileiro e o seu principal resultado, feito na Segunda fase do Circuito Loterias Caixa da modalidade, em junho deste ano, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
“Pela estratégia que tínhamos elaborado com o nosso treinador, tudo deu certo. A nossa meta era ficar no top 10 e conseguimos. Era esperado que a gente conseguisse essa marca, novo recorde brasileiro. Eram alguns adversários diferentes em relação aos Jogos de Paris, mas a disputa foi boa. Agora o foco é aumentar essa marca nas próximas competições”, afirmou Ailton, que sofreu de paralisia infantil no momento de seu nascimento após um erro médico e a aplicação de benzetacil no nervo ciático, que atrofiou sua perna esquerda.
Já a mineira Caroline Fernandes Alves buscou, até a sua última tentativa, um lugar no pódio na categoria até 79kg, mas teve dois dos seus três levantamentos invalidados pela arbitragem. Conseguiu validar somente 127kg na segunda tentativa e acabou na quinta colocação da disputa.
No último levantamento, Caroline ainda tentou erguer 136kg, mesma marca da medalhista de bronze da disputa, a jordaniana Asma Issa, mas não conseguiu a validação da arbitragem. A nigeriana Rita Ferdinand foi a medalhista de ouro na categoria, com 148kg.
“Olhando para a minha primeira participação em Dubai 2023, essa segunda, com certeza, foi muito melhor. Não saio daqui 100% feliz, mas com a certeza que tentei. Antes de competir, falei para o meu técnico que não queria saber de colocação, eu quero tentar [o pódio]. Nos treinos, eu estava conseguindo 134kg. Infelizmente, não deu certo. Mas sei que estou no caminho certo”, disse a halterofilista, que foi submetida à amputação na perna direita devido a um acidente automobilístico.
Outra brasileira a competir no dia foi a potiguar Maria Rizonaide da Silva na categoria até 50kg. A atleta, que tem nanismo, teve as duas primeiras tentativas invalidadas e conseguiu ter a aprovação da arbitragem somente no terceiro levantamento, quando fez 106kg.
Com isso, Maria Rizonaide terminou na sexta colocação e viu a venezuelana Clara Sarahy Monasterio ficar com a medalha de ouro, com 121kg. A Nigéria completou o pódio com a prata e bronze, com Esther Nworgu (120kg) e Rukayat Ajiboye (116kg), respectivamente.A potiguar, 43, é a atual recordista brasileira da categoria, com 109kg, e participou pela terceira vez de um Mundial de halterofilismo.
* com informações da Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro











