Canoísta criticou o clube, acusando os dirigentes de abandono com o esporte olímpico
Ana Sátila não é mais atleta do Botafogo. A canoísta, em recuperação após uma cirurgia de vesícula, afirmou em entrevista ao podcast Rumo ao pódio, do globoesporte.com que resolveu sair do clube reclamando do descaso que o clube passou a ter com a atleta no ano de 2025:
“É muito triste. Foi uma realidade que eu precisei presenciar, foi uma vontade minha estar num clube para que a gente começasse ali a desbravar algo que não havia na canoagem ainda. Essa experiência infelizmente não foi boa e hoje eu acho que tenho até a obrigação de alertar os atletas que ainda estão ali presentes para realmente falar. O atleta tem que ser valorizado, ainda mais no nosso país e ainda mais nesse momento” disse Sátila
Sátila, que revelou ter um grande carinho pelo clube, disse que os problemas começaram com a saída do presidente Durcesio Melo, que terminou o seu mandato no fim de 2024. A entrada de João Paulo Magalhães que assumiu em 2025, foi quando começou o abandono do esporte olímpico, segundo a canoísta:
“O Durcesio precisou sair do Botafogo, entrou o novo presidente. A partir de aí, o esporte olímpico foi esquecido, ele foi deixado de lado totalmente, não só a canoagem. Até o remo, que é um esporte tradicional do Botafogo. O pessoal é constantemente prejudicado, e o clube não paga um salário digno, a gente tá falando 200, 300, 500 reais para os atletas, para ter uma cobrança, sabe, absurda, algo assim passível de um uma condenação, um assédio moral, dentro do clube. Isso eu vi estando lá. Isso eu tô falando porque eu vi lá”
Ao Ge.com, o Botafogo respondeu as alegações de Ana Sátila. Vice-presidente de remo do Botafogo, João Gualberto Teixeira de Mello explica que a atleta não pertencia ao departamento que ele gerencia e a nenhum outro, pois se reportava diretamente ao ex-presidente do clube, Durcesio Mello, e “desde então, a atleta ficou “solta”, sem uma pessoa a quem se reportar”.
“Vamos começar esclarecendo: atleta amador não tem “salário ” e, sim, ajuda de custo. O Botafogo hoje não tem mais a renda proveniente do futebol, que ficou com a SAF. Vivemos hoje da contribuição mensal dos sócios (taxa de manutenção) e de algumas receitas patrimoniais que ficaram com o clube (aluguel de lojas do shopping, aluguel da churrascaria etc). Mesmo assim, o Botafogo faz um esforço no sentido de remunerar os seus atletas de ponta com valores justos, mas não podemos fazer loucuras que comprometam o equilíbrio de receita e despesa”
Segundo João, o esporte olímpico do clube não está abandonado com investimentos na base do remo e do remo costal, além do basquete: “Não podemos, é fato, querer disputar todos os esportes amadores, dada a escassez de recursos. Preferimos nos concentrar em poucos, nos quais possamos fazer boa figura – concluiu.”
Ana Sátila foi a segunda a grande atleta relevante do cenário olímpico a sair do Botafogo. O primeiro foi o remador e seu noivo Lucas Verthein, que estava há treze anos no clube e foi desligado em agosto.











