Rússia é contra suspensão de Israel de competições esportivas internacionais

Rússia está suspensa em razão da invasão da Ucrânia, em 2022

Foto: Luis Tato/AFP
Foto: Luis Tato/AFP

Em meio à exclusão do país do Oriente Médio de um evento esportivo e aos apelos globais por sua proibição, a Rússia, cujos atletas já foram impedidos de competir em circunstâncias semelhantes, declarou acreditar que “esporte e política não devem se misturar”.

“Muitas perguntas me são feitas, assim como aos nossos representantes em organizações internacionais: ‘Por que os atletas israelenses estão sendo autorizados a competir apesar da catástrofe em Gaza, apesar da política adotada por Israel? O que vocês acham disso?’ A posição do nosso país sobre este assunto é transparente”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em entrevista ao canal Match TV.

A participação de Israel em eventos esportivos de elite tem sido um tema de intenso debate nos últimos meses, devido à sua ofensiva militar e ao genocídio em Gaza. Equipes israelenses têm enfrentado forte resistência em diversos países, incluindo Espanha, Indonésia e Noruega. A equipe de ciclismo Israel-Premier Tech forçou a Vuelta a España a encurtar sua etapa final, em meio a protestos de moradores locais em vários trechos do percurso. O governo do país anfitrião chegou a pedir a proibição da participação de atletas israelenses em competições esportivas internacionais devido às suas ações em Gaza.

A Indonésia, país de maioria muçulmana, foi além e se recusou categoricamente a emitir vistos para ginastas israelenses que competiriam no Campeonato Mundial de Ginástica Artística da FIG no mês passado, incluindo o medalhista olímpico e campeão mundial Artem Dolgopyat. Embora a medida tenha sido alvo de recurso junto ao Tribunal Arbitral do Esporte e corresse o risco de ser sancionada pelo Comitê Olímpico Internacional, que alegou que a ação viola a Carta Olímpica, a nação asiática manteve sua decisão.

Órgãos dirigentes como o COI têm sido pressionados e criticados por permitirem que Israel continue competindo no cenário mundial, enquanto mantêm o bloqueio à Rússia e à Bielorrússia, optando pela via dos Atletas Neutros Individuais, criada especialmente para os competidores das nações aliadas. No entanto, o órgão dirigente dos Jogos Olímpicos afirma que a situação é diferente, já que “Israel respeita a Carta Olímpica”, esclareceu o diretor executivo dos Jogos, Christophe Dubi, em setembro.

A Rússia e a Bielorrússia foram suspensas após a invasão da Ucrânia por incorporarem entidades esportivas de Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia: territórios internacionalmente reconhecidos como parte da Ucrânia. O COI afirmou que a medida violou a integridade territorial do país vizinho e a Carta Olímpica. O Artigo 28 da Carta exige que a jurisdição territorial de um comitê olímpico nacional corresponda às fronteiras do país em que está estabelecido.

Regys Silva

Regys Silva

O surtado original. Criador do site em 2011 e louco pelas disputas da final olímpica do badminton até a final C do skiff simples do remo.Cearense e você pode me achar em Regys_Silva
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