Alexandre Camargo leva o ouro na espada
Ana Beatriz Bulcão iniciou a temporada 2025/26 da esgrima em grande estilo. A atleta do Pinheiros venceu neste domingo (5) o Torneio Satélite do Rio de Janeiro de florete feminino, garantindo pontos importantes que a colocaram entre as 50 melhores do ranking mundial da Federação Internacional de Esgrima (FIE). A brasileira, que ocupava a 55ª posição antes da competição, celebrou a conquista após derrotar a croata Dorja Blazic por 15 a 9 na final.
“Eu sabia que aqui tinha uma boa oportunidade de conquistar mais pontos. Agora entrei no Top-50 do mundo, e isso é muito legal — 50 melhores em qualquer coisa é muito legal, né?”, brincou a atleta.
O ouro internacional veio dois dias depois de Bia Bulcão vencer também o Torneio Nacional Cidade do Rio de Janeiro, completando um fim de semana perfeito nas pistas cariocas. “Eu queria muito esse título, mas estava pegando pesado na pré-temporada. Acho que consegui superar as adversidades e confiar no meu trabalho. Foi legal vencer aqui, em casa, e começar a temporada com duas vitórias”, contou.
Vitória com foco e reação
A trajetória da brasileira foi marcada por equilíbrio e maturidade emocional. O alerta veio nas poules. Logo no primeiro jogo, ela perdeu para a mexicana Ana Sofia Calderón por 5 a 4. “No primeiro combate, eu cheguei a estar 4 a 1 atrás e perdi. Foi importante pra eu lembrar que isso aqui é um campeonato internacional. Precisa jogar mais focado, entregar mais”.
Depois do susto, foram cinco vitórias seguidas nas poules que a fizeram entrar embalada no mata-mata. Duas chilenas foram as primeiras vítimas de Bia Bulcão na fase eliminatória. Nas oitavas, a brasileira fez 15 a 3 em Vitoria Evrard e depois suou para derrotar Arantxa Inostroza nas quartas por 15 a 13. Na semifinal, ela passou pela marfinense Maxine Esteban, 38ª do mundo e melhor colocada do ranking mundial entre todas as participantes. Na decisão, a brasileira não deu chances para a croata Dorja Blazic, venceu por 15 a 9 e garantiu a medalha de ouro.
“Eu sabia que eram atletas fortes, que conheço das competições internacionais. Tentei usar o que tinha ao meu favor: a motivação por estar em casa, com o meu treinador e com o público brasileiro. Isso fez diferença pra manter o foco até o fim”, explicou.
Top-50 e novos planos
Com a conquista e um lugar garantido entre as 50 melhores do mundo, Bia Bulcão segue sonhando em ir mais longe. A vitória traz confiança para novos passos na carreira. “Pra mim essa era a competição mais importante. Claro que tem o nacional, mas o Satélite era o foco. Eu espero poder voltar a treinar na Itália, que é o que tem feito diferença pra mim. Essa preparação fora do país tem me ajudado muito”, completou.
Camargo ganha o ouro na espada superando cãibras
A medalha de ouro na espada masculina de Alexandre Camargo no Torneio Nacional Cidade do Rio de Janeiro, neste sábado (4), teve muito mais do que técnica e precisão. Teve superação, dor e garra. O principal nome da arma no país venceu Pedro Petrich por 15 a 12 na final, mesmo sentindo fortes cãibras na coxa esquerda e quase desistindo do combate.
“Foi uma competição bem difícil. Infelizmente, acabei ficando doente antes da competição, alguma virose, e foi uma luta interna comigo mesmo”, contou o esgrimista do Esporte Clube Pinheiros. “Na final, meu corpo já estava esgotado. No meio do duelo, as cãibras começaram a apertar, e eu já não conseguia mais me mover direito.”
Final dramática no Velódromo
O drama começou ainda antes do duelo decisivo. Alexandre havia passado pelas fases eliminatórias com solidez, mas já demonstrava sinais de desgaste físico. Na decisão, chegou a receber atendimento médico, mas sabia que um segundo pedido encerraria o combate. “Eu pensei em desistir, sinceramente. Cheguei muito perto de não aguentar mais. Mas eu queria muito essa vitória. Era uma questão de honra, de vontade, de mostrar pra mim mesmo que eu podia seguir até o fim”, disse.
Apesar das limitações, Alexandre manteve a cabeça fria e controlou o ritmo da luta. “Foi uma guerra, mas o que importava era sair com o ouro — e eu consegui”, afirmou o campeão, que terminou o torneio tossindo e claramente debilitado.
Superação e foco internacional
A conquista no Rio de Janeiro encerra um período de dificuldades para o atleta, que vinha priorizando competições internacionais e havia ficado fora de duas etapas do circuito nacional no primeiro semestre. “Eu estava um bom tempo sem competir aqui no Brasil, porque estou focado nas provas internacionais. No começo do ano, pulei duas competições por causa dos treinamentos na Europa”, explicou. “Quando vim pro Brasileiro, não estava bem, fiquei frustrado. E aí, quando fiquei doente de novo aqui, falei: não é possível. Mas falei pra mim mesmo: vai ser do jeito que der. E fui até o fim.”
Mesmo com o corpo pedindo para parar, Alexandre manteve a concentração. “Parece que eu estava jogando com 70% do pulmão”, brincou o esgrimista, que também lida com bronquite. “A gente não pode tomar qualquer remédio por causa do doping, então foi bem difícil. Mas deu certo — e isso é o que importa.”
Pódio 100% brasileiro
Com o resultado, Alexandre Camargo levou o ouro, Pedro Petrich ficou com a prata e os bronzes foram para Matheus Brandt e Nicolas Deguchi
