Após um primeiro tempo com atuação abaixo do esperado, a equipe de Arthur Elias melhorou o desempenho no fim da segunda etapa e estreou somando três pontos no torneio
A caminhada rumo ao nono título da Copa América feminina de futebol iniciou de forma positiva para a seleção brasileira, que venceu a Venezuela por 2 a 0 pela estreia da competição, sediada no Equador. Amanda Gutierres e Duda Sampaio marcaram os gols da partida disputada neste domingo (13) no Estádio Gonzalo Pozo Ripalda, em Quito, a uma altitude de 2.850 metros acima do nível do mar.
O jogo confirma uma marca histórica do torneio: Brasil e Chile são as únicas seleções que participaram das dez edições realizadas desde 1991. Além disso, o triunfo colocou a equipe canarinho na vice-liderança do grupo B devido ao saldo de gols, inferior ao do Paraguai, que goleou a Bolívia por 4 a 0.
Este embate também marcou o reencontro entre Arthur Elias e Ricardo Belli, brasileiro que comanda a Venezuela. Os técnicos protagonizaram grandes duelos pelo dérbi paulista entre Corinthians e Palmeiras de 2020 a 2023, com direito a decisões de Copa Libertadores e Campeonato Brasileiro, conquistados pelo alvinegro dirigido por Elias.
Próximos jogos
A seleção brasileira tem mais três compromissos agendados para a fase de grupos.
Na quarta-feira (16), encara a Bolívia, às 18h; volta a campo na próxima semana, diante do Paraguai, às 21h da terça-feira (22); e encerra esta primeira fase na sexta-feira (25), às 21h.
Primeiro tempo
Os 15 minutos mostraram equilíbrio na posse de bola, porém com muitos erros de passes e sem inspiração de ambos os lados. Fora o cruzamento de Marta, que pegou efeito e quase encobriu a goleira Cáceres, não houve lances de perigo. Passado o início moroso, a Venezuela foi ao ataque e emendou duas boas chegadas com Dayana Rodríguez, jogadora do Corinthians. Primeiro, a meia desferiu um chute de fora da área, buscando o ângulo, e a bola passou rente ao travessão. Logo em seguida, disparou para receber um lançamento longo de Cáceres, encobriu a Lorena, mas errou o alvo por pouco.
A equipe vinotinto vinha em seu melhor momento no primeiro tempo e parecia mais próxima do gol. No entanto, como diz o ditado do futebol, “quem não faz, toma”… a zagueira Isa Haas, avançada no meio de campo, demonstrou boa visão de jogo e lançou Gio Garbelini, que recebeu em profundidade pela ponta direita e cruzou na área. Amanda Gutierres atacou o espaço entre as zagueiras, invadiu a pequena área e apenas empurrou para a rede, abrindo o placar aos 31.
A exemplo do começo do jogo, os minutos finais foram de pouca criatividade, mas o Brasil conseguiu reter a posse de bola e controlou o adversário, que diminuiu a intensidade após o gol sofrido.
Segundo tempo
Arthur Elias e Ricardo Belli retornaram do intervalo com os mesmos times em campo. Já no quinto minuto, Duda Sampaio cobrou falta pela intermediária direita, a bola viajou pela área e Isa Haas cabeceou no contrapé de Cáceres, mas a bola saiu pela linha de fundo. Aos 14, o técnico brasileiro promoveu três alterações simultâneas: saíram Fê palermo, Yasmin e Gabi Portilho para as entradas de Tarciane, Fátima Dutra e Luane, respectivamente.
As venezuelanas, que não conseguiam repetir o desempenho da metade da etapa anterior, passaram a tentar truncar o jogo cometendo mais faltas — algumas não marcadas pela arbitragem. Os times tentaram acrescentar velocidade com passes longos, mas as defesas se sobressaíram e deixavam as adversárias em impedimento. Na única vez em que o lance deu certo, Amanda Gutierres recebeu em boa condição, com o caminho aberto para avançar à grande área, mas acabou perdendo o tempo do domínio e desperdiçou a chance.
Mesmo a frente do marcador, o Brasil passou a frequentar o setor ofensivo nos últimos dez minutos. A equipe produziu mais um ataque perigoso, quando Angelina fez um belo passe para Amanda Gutierres, que acionou Dudinha próxima à pequena área. A atacante finalizou prensada pela goleira, ficou com o rebote e passou para o centro, mas Luany também foi travada pelas defensoras.
Com 42 no cronômetro, enfim o alívio veio. Angelina tentou a finalização, foi bloqueada e a bola sobrou alta na entrada da área. Gio Garbelini cabeceou para dentro da área e a bola encontrou Duda Sampaio, que bateu cruzado e sacramentou a vitória brasileira por 2 a 0.
Escalações
Brasil (4-3-3): Lorena; Antônia, Fê Palermo (Tarciane), Isa Haas e Yasmin (Fátima Dutra); Duda Sampaio, Angelina e Marta (Dudinha); Gio Garbelini (Ary Borges), Amanda Gutierres e Gabi Portilho (Luany). Técnico: Arthur Elias.
Venezuela (4-4-2): Cáceres; Romero, Verónica Herrera, Yenifer Giménez e Carrasco; Daniuska Rodríguez (Viso), Dayana Rodríguez, Gaby Garcia e Speckmaier (Guarecuco); Castellanos (Altuve) e Olivieri (Moreno). Técnico: Ricardo Belli.
Thiago Chaguri
Apaixonado pelas emoções, histórias e diversidades estratégicas que os esportes proporcionam. Cursa jornalismo. Teve passagem pelo veículo Torcedores e está no Surto Olímpico desde março de 2025.
