Brasil fecha em Tóquio a melhor campanha no Mundial de Atletismo

Foram três medalhas conquistadas (uma de ouro e duas de prata), em um total de 19 pódios em 20 edições; Caio Bonfim, com dois pódios, tornou-se o maior medalhista individual do Brasil em Mundiais, com quatro medalhas

Foto: Fernanda Paradizo/CBAt
Foto: Fernanda Paradizo/CBAt

O Atletismo Brasil fez sua melhor campanha em Campeonatos Mundiais de Atletismo – na 20ª edição, encerrada neste domingo (21/9), em Tóquio (Japão), foram conquistadas três medalhas: uma de ouro, com Caio Bonfim (CASO-DF) nos 20 km da marcha atlética, e duas de pratas, novamente com Caio Bonfim, mas nos 35 km, e com Alison dos Santos (Pinheiros-SP), nos 400 metros com barreiras.

O Brasil tem, agora, um total de 19 medalhas conquistadas em Mundiais ao ar livre. São três ouros (com Caio Bonfim, em Tóquio; Alison dos Santos, nos 400 metros com barreiras em Eugene-2022; e Fabiana Murer, no salto com vara em Daegu-2011), oito pratas e oito bronzes. E Caio Bonfim se isolou como o atleta brasileiro mais premiado em Mundiais – o ouro e a prata no Japão juntam-se aos dois bronzes dos 20 km conquistados em Londres-2017 e Budapeste-2023.

“O Mundial foi muito bom, estou muito feliz de termos feito a melhor campanha da história, desses 20 Campeonatos Mundiais”, destacou Wlamir Motta Campos, presidente do Conselho de Administração da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e Chefe de Equipe da seleção brasileira em Tóquio.

“A gente precisa de ídolos que inspiram, que são referências e o Caio Bonfim tem sido fantástico”, acrescentou Wlamir, lembrando que o Mundial de Tóquio mostrou a decisão acertada da CBAt de apresentar a candidatura e conquistar o direito de Brasília, no Distrito Federal, ser a sede do Mundial de Marcha Atlética por Equipes, em 2026. Caio Bonfim vive em Sobradinho-DF.

O Brasil já havia conquistado três medalhas em um Mundial, na edição de Sevilha (Espanha), em 1999. Na ocasião, foram duas pratas, com Claudinei Quirino (200 m) e Sanderlei Parrela (400 m), e um bronze, com o revezamento 4×100 m. Até antes de Tóquio, o ex-velocista Claudinei Quirino era o maior medalhista individual do Brasil em Mundiais – além das medalhas em Sevilha-1999, também foi bronze nos 200 metros em Atenas-1997.

A delegação brasileira em Tóquio foi composta de 67 integrantes: 47 atletas (20 mulheres e 27 homens), 10 treinadores (com Gianetti Sena Bonfim e Sanderlei Parrela como treinadores-chefe), cinco integrantes da Comissão Multidisciplinar e cinco oficiais. Mais de 2.000 atletas de cerca de 200 países participaram da edição japonesa do Mundial.

No Medal Table, o Brasil terminou o Mundial na 13ª posição, a partir da contagem de ouros e total de medalhas – Estados Unidos foi o 1º, com 26 medalhas (16 ouros), Quênia ficou em 2º, com 11 medalhas (sete ouros) e o Canadá foi 3º, com cinco medalhas (três ouros), em um total de 53 países que medalharam no Mundial.

Já no Placing Table (que contabiliza, em pontos, os resultados de primeiro a oitavo lugares), o Brasil ficou na 22ª posição, com 22 pontos – Estados Unidos (308 pontos), Quênia (118) e Jamaica (98) foram os três primeiros, e 74 países pontuaram em Tóquio.

Além dos atletas medalhistas, o Brasil participou de duas finais, com atletas estreantes na disputa por medalhas em Mundiais. Izabela Rodrigues da Silva (IEMA-SP) terminou a final do lançamento do disco na 9ª posição (63,22 m). E Juliana de Menis Campos (Praia Clube-Exército-CEMIG-Futel-MG) recolocou o Brasil em uma final do salto com vara feminino após dez anos – na final, ela não teve saltos válidos.

“Estou muito feliz também porque a margem de crescimento do Brasil é gigante”, avaliou Wlamir Motta Campos. “Além da Juliana e da Izabela, temos, por exemplo, o Luiz Maurício (do lançamento do dardo) e vários outros atletas que irão performar. É questão de ajuste, de sintonia fina”. 

Outros quatro atletas, três estreantes em Mundiais, foram semifinalistas. Nos 400 metros com barreiras, Matheus Lima (Pinheiros-SP) e Guilherme Viana (Orcampi-SP) foram 10º (48.16) e 17º (49.01) do mundo, respectivamente. Guilherme ainda conquistou seu recorde pessoal na eliminatória (48.69), melhorando sua marca pela quinta vez no ano.

Nos 110 metros com barreiras, Thiago Ornelas (AE Taubaté-SP) terminou seu primeiro Mundial em 19º (13.58), e Eduardo de Deus (Praia Clube-Exército-CEMIG-Futel-MG), em sua quarta participação, foi o 21º, com 13.91.

Balotelli melhora resultado no decatlo

Nas últimas participações do Brasil em Tóquio, destaque para o decatlo, com José Fernando Ferreira, o Balotelli (Praia Clube-Exército-CEMIG-Futel-MG), que finalizou a prova combinada na 13ª posição.

O decatleta, treinado por Neilton Moura, fez sua segunda participação em Mundiais, e melhorou uma posição em relação a Budapeste-2023, quando foi 14º. Em Tóquio, o brasileiro somou 7.927 pontos, o melhor resultado de 2025. Entre as dez provas, fez seu recorde pessoal nos 110 metros com barreiras – 13.85 (1.1) – e melhor tempo do ano nos 400 metros (49.78) e nos 1.500 m (4:59.87).

Estados Unidos domina revezamentos

Os Estados Unidos dominaram o último dia de prova em Tóquio, que teve as finais dos revezamentos. Das quatro finais, os estadunidenses ganharam três: os dois 4x100m e os 4x400m feminino.

O único que escapou foram os 4x400m masculino, que teve a vitória de Botsuana.

Nas outras finais deste domingo, o estadunidense Cole Hocker ganhou os 5000m masculino, a queniana Lilian Odira levou os 800m feminino e a australiana Nicola Olyslagers venceu o salto em altura feminino.

O sueco Daniel Stahl levou o ouro no lançamento de disco masculino e o alemão Leo Neugebauer venceu o decatlo.

Regys Silva

Regys Silva

O surtado original. Criador do site em 2011 e louco pelas disputas da final olímpica do badminton até a final C do skiff simples do remo.Cearense e você pode me achar em Regys_Silva
Keep in touch with our news & offers

Inscreva-se em nossa Newsletter

Enjoy Unlimited Digital Access

Read trusted, award-winning journalism. Just $2 for 6 months.
Already a subscriber?
Compartilhe este post:

Comments

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *