Após administrar a primeira parcial, seleção desperdiçou vantagem de quatro pontos, perdeu o segundo set, mas rapidamente se restabeleceu e afastou qualquer chance de zebra
A terceira e última semana da fase classificatória da Liga das Nações de Vôlei (VNL) feminino iniciou com um leve susto para a seleção brasileira. Em partida realizada à meia-noite (horário de Brasília) desta quarta-feira (9), em Chiba, no Japão, a equipe comandada por José Roberto Guimarães perdeu o segundo set, mas se recuperou e aplicou 3 a 1 na Bulgária, com parciais de 25/21, 27/29, 25/10 e 25/19. Esta vitória, a oitava em nove partidas, garante a passagem antecipada para as quartas de final do torneio.
Com a sexta derrota, a situação da seleção búlgara ficou ainda mais complicada. Para seguir sonhando com uma vaga para a fase decisiva, as europeias precisam vencer os três jogos restantes e ainda torcer por uma combinação de resultados favorável. Além disso, o conjunto pode sofrer uma baixa importante, pois a líbero Karabasheva virou o pé direito e deixou a quadra numa cadeira de rodas.
O duelo teve a estreia de Kisy nesta VNL e Marcelle foi relacionada pela primeira vez. A oposta vinha em processo de recuperação física, enquanto a líbero sofreu uma lesão durante os treinamentos às vésperas da primeira etapa, disputada no Rio de Janeiro.
Já a ponteira Helena e a oposta Jheovana não foram inscritas para esta partida, mas seguem à disposição da comissão técnica e podem ser utilizadas ao longo da semana.
Destaques
Rosamaria — titular pela primeira vez nesta edição — e Julia Bergmann puxaram a pontuação brasileira, com 18 e 16 pontos, respectivamente. Além da dupla, o trio Gabi, Julia Kudiess e Diana, cada uma com 11 pontos, também passou do dígito duplo. Kudiess marcou 5 em bloqueios e se isolou momentaneamente com a líder do fundamento na competição, com 38.
A ponteira búlgara Milanova, com expressivos 21 pontos, foi a principal pontuadora do embate.
1° set
Após 28 segundos de um belo rali, as brasileiras inauguraram o placar com Diana num ataque pelo meio de rede. A Bulgária, única seleção do campeonato dirigida por uma mulher, a ex-jogadora Antonina Zetova, abriu dois pontos e sustentou a vantagem até o 6 a 4. No entanto, o sistema defensivo do Brasil evoluiu, gerou maior volume de jogo e a parte ofensiva acompanhou o ritmo, anotando cinco pontos consecutivos. A partir deste momento, Gabi e Rosamaria comandaram o ataque e o set parecia estar à feição do time de Zé Roberto, à frente por 19 a 13.
Na reta final, a inversão de 5×1 teve as entradas de Roberta e Kisy nos lugares de Macris e Rosamaria. A oposta, que fez sua estreia na competição, pontuou já na primeira vez que foi acionada pela levantadora. As adversárias não se entregaram e contaram com a inspirada ponteira Milanova para ensaiarem uma reação, diminuindo a desvantagem para apenas três (23 a 20). Contudo, Julia Bergmann tratou de frear o ímpeto búlgaro e fechou o set em 25 a 21.
2° set
Após abrir 8 a 4, o Brasil enfrentou oscilações e passou a cometer erros no ataque. O time europeu se aproveitou da situação e encostou (11 a 9), mas também abusou dos desperdícios e viu sua desvantagem voltar a quatro pontos (15 a 11). Gabi, que estava zerada na parcial, fez seu primeiro ponto, porém Milanova, com dois pontos, e Stoyanova, na diagonal, contribuíram para igualar o marcador em 17.
Julia Bergmann, no bloqueio, e Diana, com um ace, deram um respiro para a equipe. Tudo encaminhava para um desfecho mais tranquilo, principalmente após Macris, de costas para a rede, tirar da cartola uma linda bola de segunda para colocar 22 a 18 no placar. Entretanto, ao contrário do período anterior, a Bulgária concretizou sua reação. Contando com um erro de Lorena e uma bola de xeque convertida por Krivoshiyska, a equipe empatou por 24 pontos, adiando a decisão do set.
Demonstrando muita concentração e consistência defensiva, o quadro europeu minou o poderio ofensivo do oponente. Com os pontos de Milanova no ataque e um bloqueio de Krivoshiyska, tomou a dianteira e surpreendeu ao vencer o set por 29 a 27.
3° set
Sem tempo para lamentações, o conjunto brasileiro rapidamente se recompôs e voltou avassalador. Logo na primeira metade abriu 13 a 6, com cinco pontos de Rosamaria, sendo um em bloqueio. Antonina Zetova solicitou tempo técnico por duas vezes, mas sua equipe não correspondeu, pois do outro lado da quadra o adversário fazia um período soberbo em todos os fundamentos.
A distância aumentou gradativamente. O ritmo foi tão forte que o Brasil emplacou nove pontos consecutivos e atropelou as europeias por incríveis 25 a 10. Além do bom aproveitamento de Rosamaria, Julia Kudiess entrou no decorrer do período e marcou três pontos de bloqueio.
4° set
Logo na disputa do primeiro ponto ocorreu o lance mais triste do jogo. Atenta à cobertura do ataque brasileiro, a líbero Karabasheva, ao se movimentar, virou o pé direito e caiu no chão. Aos prantos, a jogadora foi carregada pelas companheiras e deixou posteriormente a quadra numa cadeira de rodas.
Apesar do acontecimento, a Bulgária arranjou forças para se manter viva. Com muita coragem, a equipe partiu para cima e fazia uma equilibrada parcial, empatada por 12, até Julia Bergmann, com dois ataques e um ace, marcar três pontos seguidos e forçar a parada técnica de Zetova.
Julia Kudiess liderou a parcial e pontuou nos três fundamentos (ataque, bloqueio e saque), anotando sete no total. Com isso, a central foi fundamental para a administração da vantagem até o fim. Gabi, que não vinha bem no ataque, deu números finais ao set, em 25 a 19, e ao duelo, por 3 sets a 1, numa largadinha.
Próximas partidas
Ainda restam três compromissos para o Brasil antes do fim desta primeira fase. A seleção enfrenta a França na madrugada de quinta-feira (10), às 3h30 (de Brasília); volta à quadra na sexta-feira (11), às 7h20, contra a Polônia; e encerra a participação no domingo (13), também às 7h20, diante do Japão, país-sede da etapa.
Todos os jogos terão transmissões do Sportv 2 e da VBTV (streaming da Volleyball World).
