Marcos Antonio

Marcos Antonio

Pai, Carioca, 40 anos, profissional de TI e cursando jornalismo. Um Fã de basquete e de todos os esportes olímpicos (e alguns não olímpicos também) que faz um trabalho de formiguinha para que todos eles tenham seu espaço. No Surto Olímpico desde 2012.

Coluna Buzzer Beater: Sonhando com os pés no chão

Seleção feminina de basquete fez uma boa Americup, mas derrota na final mostrou falhas que precisam ser corrigidas para duelos contra seleções de mais alto nível

Em sua primeira competição no novo ciclo, o Brasil ficou o vice da Americup de basquete feminino. Uma competição que nos deixa com sentimentos mistos, afinal foi um bom resultado, Pokey Chatman mostrou ter um bom plano de jogo, mas a empolgação foi freada com a derrota, que mostrou que tem coisas que ainda precisam melhorar na seleção.

Vamos começar falando bem: A seleção fez jogos muito bons até a final. Boa consciência defensiva, bom trabalho de bola no ataque e na maioria das partidas o Brasil teve total domínio da partida. Damiris e Kamilla Cardoso fizeram um garrafão de muito respeito, com a primeira sendo uma scorer nata – algo que sempre se pediu na seleção e finalmente Damiris mostrou seu talento nessa função – Kamilla sendo impactante na defesa e no ataque, deixando as adversárias sem respostas de como pará-la (até a final). A maioria das equipes não sabiam lidar com as duas.

Sem contar que achamos uma ótima jogadora chamada Bella Nascimento. Apesar da baixa estatutura, apenas 1,64m, ela tem muita habilidade, visão de jogo e uma ótima mira nas bolas de 3 – foram 24 acertos em 50 tentativas, ótimos 48% de aproveitamento – fazendo uma opção na armação que fez um verdadeiro big three com Damiris e Kamilla. Hoje para mim, são elas três e mais duas em quadra.

Mas nem tudo foram flores e na decisão contra a equipe universitária dos Estados Unidos vimos as nossas falhas. A principal foi o sumiço da variação ofensiva, no jogo foi bola na Damiris e na Bella e Deus nos ajude. O trio Bella-Kamilla- Damiris fizeram 74 dos 82 pontos do Brasil na Final, o que é inadmissível ao meu ver concentrar os pontos em apenas três jogadores em uma decisão, deixando o caminho fácil para defesa adversária saber quem marcar. Nomes como Manu e Victoria Marcelino, tão decisivas na LBF não podiam se omitir tanto do jogo. o que meio que facilitou o trabalho da boa defesa estadunidense.

(Aliás, me preocupa a queda de rendimento da Manu com a camisa da seleção. Em 2023, ela foi fundamental para a seleção no título da Americup e nesse ano foi apenas uma coadjuvante mais discreta. Na teoria, era para ela fazer parte de um big 4, faltando apenas uma combo guard pra fecharmos um time titular de muito respeito. Espero que Pokey a recupere e ela volte a ser decisiva na ala como foi antes)

Outra crítica que eu posso fazer é sobre Kamilla Cardoso. Sim, ela é a maior expoente do basquete feminino brasileiro, joga abusrdamente no ataque e na defesa, mas tem que saber jogar com mais inteligência. Aconteceu isso no Pré-olímpico e agora na final da Americup, de uma seleção forçar infiltrações em cima dela, sabendo que ela vai tentar um bloqueio, buscando carregá-las de faltas. Contra os Estados Unidos, apesar do seu impacto em quadra, ela jogou bem menos do que o esperado por ter ficado carregada de faltas cedo, o que mudou o ritmo do jogo. Muitos acham que se ela tivesse jogado mais minutos não teríamos perdido, mas admito que não sei se resolveria. Ela teria que fazer mais de 30 pontos assim como a Damiris para a gente conseguir o título.

Mas apesar das falhas, o saldo ao meu ver é positivo. Claro que precisamos continuar a renovar nossa seleção, buscar jovens talentos principalmente na NCAA, talvez até naturalizar alguém como foi feito com Larry Taylor em 2012, mas o início de Pokey Chatman foi bom, com a seleção mostrando coisas muito boas, dominando seleções inferiores ao invés de sofrer com elas. Agora é ver como será o pré-mundial, um outro desafio com seleções europeias e asiáticas. Não será um caminho fácil, mas se tivermos força máxima e alguns ajustes forem forem feitos, o basquete feminino não terá tantas pedras para tropeçar até Los Angeles 2028.

Marcos Antonio

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Pai, Carioca, 40 anos, profissional de TI e cursando jornalismo. Um Fã de basquete e de todos os esportes olímpicos (e alguns não olímpicos também) que faz um trabalho de formiguinha para que todos eles tenham seu espaço. No Surto Olímpico desde 2012.
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