Alison dos Santos, Matheus Lima e Guilherme Viana, nos 400 m, e Thiago Resende e Eduardo de Deus, nos 110 m se classificaram nas suas provas
Juliana de Menis Campos (Praia Clube-Exército-CEMIG-Futel-MG) recolocou o Brasil em um final do salto com vara feminino após dez anos. A saltadora de 28 anos anos disputou a qualificação do Mundial de Tóquio, na noite de domingo (14/9), e avançou para a decisão com a marca de 4,60 m. A disputa por medalhas será realizada na quarta-feira (17/9), às 8:10 (horário de Brasília).
A última brasileira finalista do salto com vara feminino foi Fabiana Murer, que no Mundial de Pequim, em 2015, conquistou a medalha de prata com a marca de 4,85 m – na época, recorde sul-americano (a ex-saltadora estabeleceu o atual recorde, 4,87 m, em 2016). Este é o segundo Mundial de Juliana, que disputou a edição de Budapeste, em 2023, e não passou da qualificação – com 4,50 m, ficou na 22ª posição. Beatriz Chagas (Pinheiros-SP) também disputou a qualificatória em Tóquio, mas não conseguiu nenhum salto válido.
“Eu estou muito feliz, muito emocionada, porque é o que eu sempre quis, sempre esteve nos meus objetivos chegar a uma final de Mundial. Eu estava com medo, porque no salto com vara tudo pode acontecer. Mas fiquei muito firme, em não deixar a ansiedade vencer a parte técnica. E simplesmente deu tudo certo, aconteceu o que eu treinei”, avaliou Juliana, em entrevista ao SporTV. “A final vai ser uma experiência nova. Vai ser uma altura de cada vez.”
Seguindo os passos de Fabiana, com quem treinou em São Caetano do Sul, sua cidade natal, Juliana é a segunda melhor brasileira em todos os tempos na prova. Nesta temporada, melhorou suas marcas pessoais de maneira consistente.
Ju, como é conhecida, melhorou sua marca pessoal quatro vezes no ano. Até o início desse ano, tinha 4,60 m como recorde pessoal, estabelecido em 2023. Agora treinando na Itália, a brasileira passou a ter uma grande evolução em seus resultados. Em 18 de julho, saltou 4,76 m, seu recorde pessoal, em Schlanders (ITA); em 13 de julho, saltou 4,73 m, em Portugal (ambas as marcas eram índice para o Mundial do Japão). Em 2 de junho, na Itália, fez 4,63 m. Em 24 de junho, no Golden Spike de Ostrava (República Checa), fez 4,66 m. Em 6 de julho, na Grécia, saltou 4,68 m.
“Foi importante minha ida para a Itália para renovar o meu ânimo, depois da Olimpíada. Para ficar mais quatro anos (até Los Angeles-28), eu precisaria de energia. Fui para fora, fui muito bem recebida, deu muito certo. Grande parte disso já estava dentro de mim, só tinha algumas pontas soltas que eu precisava entender. Foi o combo perfeito”, contou Juliana, que treinou no Brasil com Elson Miranda e Karla Rosa da Silva, e agora trabalha, na Itália, com Marco Chiarello, em Pádua.
A quinta etapa do Mundial teve a disputa da maratona masculina na abertura. O Brasil teve três representantes, que conseguiram terminar os 42.195 metros, apesar do forte calor e da umidade elevada na capital japonesa. Johnatas de Oliveira foi o melhor colocado, com a 38ª posição e o tempo de 2:18:22. Paulo Roberto Paula ficou na 45ª colocação (2:20:18), e Ederson Vilela Pereira terminou em 63º (2:28.40).
Nos 3.000 metros com obstáculos, Tatiane Raquel foi a 12ª na sua série eliminatória, com o tempo de 9:59.81, e não avançou para a final.
Barreiristas do Brasil avançam em Tóquio
O Brasil alcançou 100% de aproveitamento e terá seus cinco barreiristas nas semifinais do Mundial de Tóquio. O campeão mundial e medalhista olímpico Alison dos Santos (Pinheiros-SP), Matheus Lima (Pinheiros-SP) e Guilherme Viana (Orcampi-SP) fizeram boas corridas e brigam por um lugar na final dos 400 metros com barreiras na manhã de quarta-feira (17/9), pelo horário de Brasília. Eduardo de Deus (Praia Clube-Exército-CEMIG-Futel-MG) e Thiago Resende (AE Taubaté-SP) também lutam por uma final nos 110 metros com barreiras, já nesta terça-feira (16/9), a partir das 8:40 (de Brasília).
Alison dos Santos, o Piu, foi o primeiro a disputar a série eliminatória no Estádio Olímpico de Tóquio, na manhã desta segunda-feira (15/9), pelo horário de Brasília. Campeão mundial em Eugene-2022, chegou à competição como terceiro do mundo (46.65). Na sua série, foi o segundo melhor, com o tempo de 48.48. “Me senti bem, preparado, e pronto para viver uma ótima experiência em Tóquio novamente”, disse Piu, que ganhou o bronze nos Jogos de 2020, em entrevista ao SporTV.
Sobre a sua corrida tranquila, disse que “estava aproveitando o estádio, o público que não teve nos Jogos Olímpicos”. O brasileiro de 25 anos, que mora e treina em Clermont, Flórida, com Felipe de Siqueira, disse estar em melhor forma do que em 2022 e 2023. “Estou muito feliz com a preparação. Isso me dá ânimo, e vou entregar o máximo possível na semi e na final também.”
Matheus Lima, de 22 anos, disputa o seu primeiro Mundial adulto. Fez o terceiro melhor tempo de todos os semifinalistas, vencendo sua série com 48.15. “Quero agradecer ao meu treinador (Sanderlei Parrela) pelo ótimo trabalho comigo. Fiz uma corrida conservadora, inteligente, não me desgastei. Mas queria chegar na frente para pegar uma boa raia na semifinal”, avaliou o cearense. “Estou inteiro. Agora, na semifinal, muda a estratégia, vamos ser agressivos, mas conscientes”, afirmou o barreirista, que foi semifinalista da prova nos Jogos de Paris-2024.
Guilherme Viana confirmou a excelente fase que vem passando em 2025. Na eliminatória, melhorou seu recorde pessoal pela quinta vez no ano: fez 48.69. Antes, sua melhor marca era 48.94, conquistada em agosto, na semifinal do Troféu Brasil. O atleta maranhense, de 25 anos, é treinado por Marcelo Lima, e disse que seguiu “exatamente o que o professor pediu”. “Ele falou para eu fazer minha corrida habitual, não me desesperar e confiar nas passadas. O objetivo era entrar na reta junto com o pessoal, para reagir melhor no final. Deu bom!”
Nos 110 metros, juventude e experiência vão à semifinal
Thiago Resende, de apenas 21 anos, fez sua estreia em um Mundial em grande estilo: com o tempo de 13.52, aproximou-se da melhor marca da temporada. Agora, na semifinal, vai em busca do recorde pessoal (13.42), objetivo traçado por seu técnico, Rodrigo Pereira, para a competição. Natural de Macaé (RJ), o barreirista estava extasiado com a experiência no Estádio Olímpico. “É sensacional, mexe lá no peito. A gente luta muito para estar em um palco desses. Meus olhos brilham! Mas eu não me contento em só chegar, vim para correr o meu melhor, ou o mais perto disso. E foi o que eu fiz”. Thiago estava muito satisfeito com a rápida saída. “Larguei muito bem!”
Mais experiente do grupo, Eduardo de Deus está em sua quarta participação em Mundiais, classificado para a semifinal – ele também chegou na etapa nas edições de Eugene-2022 e Budapeste-2023. O barreirista de 29 anos foi 5º na sua série (13.45) e precisou esperar pelo resultado de todas as etapas para garantir a classificação entre os quatro melhores tempos. “É complicado ficar esperando, mas eu fiz uma boa corrida. Faltou o final forte, que é minha marca”, disse o atleta, que é treinado por Katsuhico Nakaya. “Quero acertar o final da corrida amanhã e correr abaixo de 13.25 para ir para a final”.
