Bia tem estreia e caminho até a terceira rodada mais favorável, enquanto João tem estreia dura contra tenista local.
Wimbledon é o terceiro Grand Slam do ano, disputado na tradicional grama de Londres, é o torneio de tênis mais antigo do mundo, criado em 1877. O Brasil teve o maior destaque na grama sagrada com a bailarina do tênis, Maria Esther Bueno, ela foi tricampeã em simples (1959, 1960 e 1964) e pentacampeã nas duplas femininas (1958, 1960, 1963, 1965 e 1966). Na era aberta, o único título profissional do Brasil foi conquistado nas duplas masculinas por Marcelo Melo em 2017. Na chave juvenil de duplas masculinas em 2014, Orlando Luz e Marcelo Zormann venceram juntos o título.
Bia Haddad Maia
A brasileira vem de uma temporada oscilante com 7 vitórias e 18 derrotas no ano, seu único título no ano foi nas duplas femininas com Laura Siegemund no 250 de Nottingham. Na atual temporada de grama ela soma 3-3, mas tem um estilo de jogo que casa com o piso, gosta de jogar nele e já teve bons resultados, entre títulos em 2022 a quartas de final em Wimbledon 2023.
Bia vai estrear contra a eslovaca Rebecca Sramkova de 28 anos e 36ª no ranking da WTA. É uma estreia difícil, como toda estreia de Grand Slam. Para efeito de comparação, Sramkova no ranking deste ano ocupa a 33ª colocação, enquanto a brasileira está em 66ª. Elas já se enfrentaram 6 vezes, com 4 vitórias para a brasileira, todavia nunca se enfrentaram na grama. Em Nottingham, seu penúltimo torneio na grama, a eslovaca chegou até a semifinal, ela computa 5 vitórias e 3 derrotas no piso neste ano. É uma adversária perigosa e que ambas se conhecem bem, Bia sabe o que precisará fazer para vencer a partida, ser agressiva, usar bem o seu saque e não dar ritmo para a adversária.
Segunda rodada:
Harriet Dart #124 ou Dalma Galfi #112: das 3 rodadas iniciais, aqui está a maior facilidade para a Bia. Dart, apesar de ser gramista por nascença não vem colhendo bons resultados neste ano, embora em 2024 tenha eliminado a sua compatriota e mais bem ranqueada Katie Boulter na 2ª rodada, e tendo chegado até a 3R. Porém, em 2025 ela fez 4 jogos no piso com 3 derrotas. A húngara Galfi fez 3 jogos e perdeu duas vezes, todas as partidas foram em etapas qualificatórias. Contudo, vale o alerta, Bia tem 3 derrotas e nenhuma vitória sobre a britânica, tendo perdido em Wimbledon em 2019 na 2ª rodada. Contra Galfi seria confronto inédito.
Dart não é uma grande sacadora, nem gera tanta potência nos seus golpes de esquerda e direita, costuma jogar com margem, o jogo passaria muito pela agressividade ou não de Bia Haddad. Galfi é uma tenista que apesar de forte, se movimenta bem e gosta de jogar no contra-ataque.
Terceira rodada:
Yanina Wickmayer #762 / Renata Zarazua #71 / Yulia Putintseva #34 / Amanda Anisimova #13: a adversária mais provável na 3ª rodada é a estadunidense Anisimova que vem de um vice campeonato no seu penúltimo torneio na grama e soma 6 vitórias e 2 derrotas no piso. É uma tenista jovem e que neste ano venceu o seu primeiro título a nível WTA, e logo um 1000 em Doha. É uma tenista bem completa, boa sacadora e devolvedora, muda com facilidade a direção da bola e está com muita confiança em 2025, é a 10ª melhor tenista no ano. Elas já se enfrentaram 3 vezes e está 2-1 para a adversária, contudo a última partida teve vitória da brasileira, seria um confronto inédito na grama.
João Fonseca
Após ir “mal” na gira europeia de saibro, João chegou na 3ª rodada de Roland Garros e caiu para o top 5 Jack Draper. Na grama, foi eliminado na estreia do ATP 500 de Halle e no 250 de Eastbourne caiu nas oitavas de final para o cabeça de chave 1, Taylor Fritz, em jogo apertado decidido em 3 sets. Essa vai ser a sua primeira participação em chave principal de Wimbledon, no ano passado participou do qualificatório, mas foi eliminado na estreia. Se for analisar por nome, vão dizer que o João se deu bem nesse sorteio, mas eu vejo diferente, em todas as rodadas vai enfrentar jogadores perigosos, inclusive na grama, e que vem com bom ritmo de jogo no piso na atual temporada.
Na 1ª rodada vai jogar contra um dos donos da casa e que já o enfrentou duas vezes neste ano, tendo vencido as duas. Trata-se de Jacob Fearnley, de 23 anos e que ocupa a posição de nº 51 do ranking da ATP, é o segundo melhor britânico ranqueado. É um tenista perigoso, sobretudo na grama, seu piso natural, vem de duas derrotas para o brasileiro e vai entrar com muito apetite de devolver, ainda mais sendo em casa e em um torneio desta magnitude. Ele soma 3-3 na atual gira de grama, é um tenista que sabe se defender e contra-atacar, possui armas para dificultar o jogo do João, ainda mais sendo em melhor de 5 sets.
Segunda rodada:
Jenson Brooksby #149 ou Tallon Griekspoor #34: o norte-americano Brooksby, de 24 anos, depois de um longo tempo afastado por lesão, vem de uma temporada muito boa, com título e crescimento no ranking; às vésperas de Wimbledon ele foi vice-campeão do ATP 250 de Eastbourne. Griekspoor, holandês, de 28 anos também chegou em uma final na grama em um torneio que antecede o Grand Slam, trata-se do 250 de Mallorca e foi campeão. Logo, os dois jogadores vem com confiança e bom ritmo no piso, a única coisa que pode pesar contra eles é o desgaste, embora a grama não desgaste tanto, por serem partidas mais curtas e haja menos troca de bola nos pontos. Contra ambos os jogadores, serão confrontos inéditos.
Terceira rodada:
Holger Rune #8 / Nicolas Jarry #145 / Learner Tien #67 / Nishesh Basavarredy #99: nesta parte do quadrante, considero tudo bem aberto. Claro que o cabeça de chave nº 8, Holger Rune é o favorito, mas tem brechas para possíveis zebras. Tien x Basavarredy é um confronto da nova geração, inclusive os dois estiveram no Next-Gen ATP Finals que o João foi campeão em cima do Tien, tendo vencido ele duas vezes na campanha; mas são dois jogadores perigosos, embora ainda estejam aprendendo a jogar na grama. Tien tem 3-3 e Basavarredy 2-2 na grama em 2025.
O dinamarquês, Rune, jogou apenas o ATP 500 de Queens nos torneios preparatórios a Wimbledon, e parou nas quartas de final diante do veterano Roberto Batista-Agut em 3 sets, o que se pode tirar disso é que Rune não vem com tanto ritmo de jogo, mas é um jogador que quando está com a cabeça no lugar é extremamente perigoso e agressivo, tendo feito quartas de final no torneio em 2022. Nicolas Jarry, chileno, de 29 anos, desde a final do Masters 1000 de Roma do ano passado, despencou no ranking, saiu do top 100 e dificilmente ganha mais do que 3 jogos em um mesmo torneio. Precisou jogar o quali neste ano para participar da chave principal, e furou sem perder sets. Ele está com uma boa rodagem de jogos na grama nesta gira, possui 6 vitórias e 3 derrotas.
O torneio mais tradicional do tênis você acompanha ao vivo na ESPN 2 e no Disney+ Premium todos os dias a partir das 07h.
