Em jogo tenso e truncado, o Timão manteve o controle emocional na disputa de pênaltis e confirmou sua hegemonia continental
O Corinthians consolidou mais uma vez o seu domínio no futebol sul-americano. Em uma final equilibrada e de poucas brechas, o time brasileiro venceu o Deportivo Cali por 5 a 3 nos pênaltis, após empate sem gols no tempo normal, e conquistou o sexto título da Libertadores Feminina neste sábado (18), em Buenos Aires.
O jogo foi um retrato de duas propostas que se anularam. O Corinthians tentou impor o ritmo, trocando passes e buscando o protagonismo habitual, mas encontrou um Cali bem estruturado, disciplinado e confortável em jogar por uma bola. As colombianas apostaram em transições rápidas e contra-ataques, explorando as costas da defesa alvinegra, principalmente na segunda etapa.
Apesar da posse de bola, o Timão teve dificuldades para transformar o controle em profundidade. As melhores oportunidades vieram em lances pontuais — uma cabeçada de Érika logo no início e o chute de Duda Sampaio de fora da área, ambos defendidos pela goleira Agudelo. Quando o Corinthians finalmente balançou a rede, o VAR interveio: o gol de Érika foi anulado por impedimento de Vic Albuquerque na origem da jogada.
O segundo tempo manteve o mesmo tom. As substituições tentaram destravar o jogo, mas o nervosismo foi crescendo à medida que o relógio avançava. O Cali mostrou personalidade, chegou a ameaçar em cobranças de escanteio e finalizações desviadas, enquanto o Corinthians esbarrava no bloqueio colombiano e na própria ansiedade. A decisão por pênaltis, inevitável, coroou o que foi um duelo mais estratégico do que técnico.
Na marca da cal, prevaleceu a experiência. O Corinthians foi perfeito: cinco cobranças, cinco acertos, com Gabi Zanotti, Vic Albuquerque, Thaís Ferreira, Mariza e Jhonson convertendo. O Cali errou uma, com Ibargüen, e viu escapar o sonho inédito do título.

Com o triunfo, o Corinthians reafirma o que já parecia incontestável: é uma das principais forças do futebol feminino sul-americano. Mais do que a conquista, o hexa simboliza a manutenção de um projeto consolidado, que resiste ao tempo e às mudanças, e que segue definindo o padrão de competitividade na América do Sul.











