Decisão dos paraskatistas foi a primeira disputa de título do STU RJ
A primeira final do Pro Tour STU Rio aconteceu neste sábado (15/11), mas pode-se dizer que é muito mais do que uma final.
É uma lição de vida e de superação. A Praça Duó, na Barra da Tijuca, foi palco para os melhores paraskatistas da modalidade Street mostrarem do que são capazes.
No fim, consagrou Felipe Nunes, referência e maior nome do Paraskate mundial, como o grande campeão.
“Isso aqui pra gente não é um campeonato, e sim um show pra mostrar para as pessoas que podemos o que a gente quiser, independentemente das dificuldades. E cada vez aparece mais paraskatista com algum tipo de limitação e com seu jeito de andar de skate. Eu ando sentado e faço manobras com as mãos. Hoje, apareceu esse menino, o Bryan, que tem apenas uma perna e anda com as muletas. Mostramos que a limitação está na cabeça”, declarou Felipe.
Realmente, os paraskatistas nunca deixaram os termos “não dá”, “não posso”, “não consigo”, “é impossível” derrubá-los. Jamais foi uma opção.
Mas tiveram que aprender com as adversidades que a vida lhes proporcionou, seja pela genética ou por algum acidente. E foi no esporte que se encontraram.
Todos eles costumam dizer que “o skate me salvou!”. No STU, não há uma divisão de classes funcionais, que numa Paralimpíada, por exemplo, é organizada por tipo de deficiência (física, visual e intelectual).
Bryan Félix, citado por Felipe Nunes, o mais novo da turma, com 16 anos, só tem a perna esquerda e anda com ajuda de duas muletas. Daniel Amorinha não tem os dois braços e as duas pernas e anda sentado só com o movimento do corpo.
Léo Almeida só tem 15% da visão de um olho e anda amparado por uma muleta. Já Renatinho é um skatista com nanismo.
O próprio Felipe Nunes, assim como Tony Alves, Kauê Augusto e David Soares, não têm as duas pernas. Na pista, cada um dos oito paraskatistas teve direito a três voltas, valendo sempre a melhor delas para a classificação final.
No fim, Felipe Nunes foi campeão, com a nota 88,03, com Tony Alves terminando em segundo (78,77) e Kauê Augusto, que levou o título no Street no ano passado, em terceiro (77,47).
Felipe, que há menos de um mês, em Brasília (DF), sagrou-se campeão brasileiro na modalidade Street, agradeceu por mais este momento.
“Mais uma vez, temos esse grande evento de fim de ano no Rio de Janeiro, a casa do STU, e estou muito feliz de estar aqui novamente. O sol e o tempo ajudaram a gente, o clima está ótimo. Na minha primeira entrada na pista, fiz uma volta para garantir, uma volta segura. Fiz a mesma coisa na segunda e, na última, quis tentar dar uma arriscada e acabei errando. Mas o que importa mesmo é estar aqui com a rapaziada andando de skate. Muito obrigado a todos”.











