Com experiência nas comissões técnicas de seleções europeias, Jelena Todorovic terá no Brasil seu primeiro desafio como head coach
O Fortaleza Basquete Cearense terá uma treinadora para comandar sua equipe masculina na temporada 2025/26 do NBB: Jelena Todorovic. Ela se tornará a primeira mulher na história do basquete brasileiro a comandar uma equipe masculina.
“Estou aqui não apenas como treinadora, mas como representante da minha família, do meu povo e do meu país. E estou totalmente comprometida a deixar uma marca significativa e duradoura no basquete brasileiro. Uma marca que vá além das vitórias e derrotas, e alcance o coração da comunidade”, disse Jelena.
Quem é Jelena Todorovic?
De 31 anosm Jelena tem dupla nacionalidade, sérvia e australiana, e vem de uma família ligada ao basquete. Ela é neta de Borislav Stankovic, ex-Secretario Geral da FIBA por quase 30 anos.Jelena teve a carreira de jogadora abreviada por uma lesão em 2011. Desde então se especializou como treinadora. Após dirigir a base do estrela vermelha feminino, em 2013 foi para a Austrália onde trabalhou como auxiliar técnica de equipes masculinas até 2022. Depois disso, trabalhou nas comissões técnicas das seleções da Sérvia em 2022, Grécia em 2023 e Espanha em 2024.
Jelena teceu elogios para o NBB em entrevista ao site da liga: “É a principal liga de basquete da América Latina, uma liga altamente competitiva, em pleno crescimento, que exibe um talento impressionante e uma grande paixão pelo jogo. Já acompanho há algum tempo, especialmente pelo trabalho incrível de amigos e colegas como Leo e Pablo Costa (irmãos e técnicos do Minas e Unifacisa, respectivamente), que vêm realizando grandes feitos com seus times. Costumamos nos encontrar todos os anos no congresso anual da EuroLeague Head Coaches Board, na Europa, do qual tenho orgulho de ajudar a organizar. Também tive conversas valiosas com o técnico Aleksandar Petrović, que construiu um legado importante no basquete brasileiro. As percepções dele me deram um entendimento mais profundo sobre a identidade da liga, a mentalidade dos jogadores locais e as características culturais únicas que moldam o basquete no Brasil.”
Sobre o desafio de ser uma mulher comandando uma equipe masculina, Jelena foi enfática: “Eu venho da Sérvia, um país onde o basquete não é apenas um esporte, é um estilo de vida, uma religião, parte da nossa identidade. Assim como o futebol é para o Brasil. Eu não enxergo o papel de treinador como algo de homem ou de mulher, vejo como uma questão de ser a pessoa certa para o trabalho. E eu trabalhei muito para me tornar essa pessoa. A Sérvia, a antiga Iugoslávia, produziu algumas das maiores mentes do basquete mundial, a partir de uma população de apenas 7 milhões de pessoas. Tenho orgulho de carregar esse legado comigo”
