Paulo de Tarso se orgulha de desafio à frente de Camarões no Mundial feminino de vôlei

Brasileiro tem experiência adquirida na América do Sul, na Europa e na África como trunfo para auxiliar desenvolvimento do voleibol camaronês

Foto: Volleyball World
Foto: Volleyball World

O técnico Paulo de Tarso encara com orgulho e motivação a experiência à frente da seleção feminina de Camarões no Campeonato Mundial da Tailândia. A presença do brasileiro à beira da quadra entre as 32 seleções do torneio mais valioso da modalidade após os Jogos Olímpicos é um reconhecimento de sua importância no cenário internacional.

Paulinho assumiu a seleção camaronesa há menos de três meses, já com a missão de conduzir a quarta participação consecutiva do país na competição. Grande conhecedor do voleibol sul-americano, europeu e africano, o treinador soma passagens por Ruanda, onde comandou seleções masculina e feminina, e por clubes de destaque, como o Alianza Lima, do Peru, e o Al Ahly, do Egito. 

No currículo, estão resultados expressivos, como a classificação histórica do Alianza para o Mundial de Clubes e a medalha de prata africana com Ruanda.

Além da experiência internacional, o brasileiro acumula conquistas relevantes no Brasil. Foi campeão em todas as categorias do vôlei feminino, da base ao adulto, conquistando uma Copa do Brasil com o Pinheiros, único título nacional da equipe. Agora, aposta em um projeto de médio e longo prazo para fortalecer Camarões no continente e sonhar com uma vaga olímpica.

“Estou no continente africano desde 2010, com uma trajetória que começou em Ruanda e se estendeu até 2023. Esse histórico, aliado à minha experiência internacional, consolidou o convite para assumir Camarões, que considero, ao lado de Quênia e Egito, uma das três grandes potências do voleibol feminino no continente”, lembra o brasileiro, em entrevista ao Team GM, agência responsável por sua carreira.

O treinador destacou que o time camaronês vive um processo de renovação. O grupo é jovem e ainda carece de maior repertório técnico e tático. Mesmo assim, ele enxerga no Mundial uma oportunidade de aprendizado em alto nível e um passo importante na formação da equipe. 

“É uma equipe com grande potencial físico, mas pouco repertório técnico e tático, reflexo da ausência de competições de base no país. Sabemos das dificuldades, mas também enxergamos muito espaço para crescimento. O Mundial é um laboratório de alto nível para medirmos forças com as melhores seleções do mundo”, afirma Paulo de Tarso. 

Após derrotas para os favoritos Japão e Sérvia, com demonstração de garra em diversos momentos, mesmo com a diferença técnica em relação aos oponentes, o time africano volta à quadra contra a Ucrânia, na quarta-feira (27/8), pelo Grupo K.

“Sabemos o quanto é difícil alcançar reconhecimento em nível internacional, mas o voleibol brasileiro mostra a sua força em exemplos como o do Paulinho. Ele tem sido muito valorizado lá na África, e a participação no Mundial é a prova disso. É um profissional que ampliou seu repertório técnico e tático de maneira impressionante. Fez história com o Alianza Lima no Sul-Americano, vencendo até o Praia Clube, e agora proporciona uma vivência única para a jovem seleção camaronesa”, avalia Raphael Vinhedo, agente do Team GM.

O planejamento, no entanto, não se restringe ao curto prazo. Com contrato de três anos e meio, válido até os Jogos Olímpicos de 2028, em Los Angeles, o técnico estruturou um projeto que mira conquistas continentais e a classificação para a Olimpíada. 

“Assinei por três anos e meio, até a Olimpíada de 2028. O grande objetivo é conquistar o título africano e garantir a classificação para os Jogos. Paralelamente, sigo no comando do Al Ahly, um clube com estrutura exemplar e metas globais. Conciliar os dois trabalhos é desafiador, mas extremamente enriquecedor”, disse o treinador.

Radicado em Douala, cidade onde treinou a seleção para o campeonato, Paulo de Tarso ressalta que a vivência no exterior moldou sua carreira e abriu portas para novos desafios. 

“Sair do Brasil foi um passo determinante. Vivi diferentes culturas, aprendi a adaptar metodologias e levei a visão brasileira de voleibol a novos cenários. Agora, espero que todo esse trabalho abra portas em grandes clubes da Europa e no Brasil no futuro. Tenho resultados consistentes e estou preparado para outros desafios”. 

Redação Surto Olímpico

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Desde 2011, vivendo os esportes olímpicos e paralímpicos com intensidade o ano inteiro. Estamos por trás de cada matéria, cobertura e bastidor que conecta atletas e torcedores com informação acessível, atualizada e verdadeira.
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