Decisão da IJF faz Ucrânia boicotar Mundial
A Ucrânia não participará do Campeonato Mundial de Judô, marcado para junho em Budapeste, devido à participação da Bielorrússia na competição, anunciou a Federação Ucraniana de Judô em 29 de maio.
A decisão foi tomada após o Comitê Executivo da Federação Internacional de Judô (FIJ) confirmar, após um apelo de Kiev, que atletas bielorrussos estão autorizados a participar de todas as competições internacionais sob símbolos nacionais a partir de 1º de junho de 2025.
Desde o início da guerra em larga escala em Moscou, a Ucrânia tem repetidamente exigido a proibição de atletas russos e bielorrussos participarem de competições internacionais, incluindo as Olimpíadas de Paris de 2024. Em última análise, esses atletas foram autorizados a competir apenas como “atletas neutros individuais” em disciplinas individuais, sem usar quaisquer símbolos nacionais relacionados aos seus países.
Embora a Bielorrússia, aliada da Rússia, não tenha participado diretamente da guerra, permitiu que o Kremlin usasse seu território como base para suas operações contra a Ucrânia.
De acordo com o comitê ucraniano, a federação afirmou em sua resposta que “a FIJ está comprometida em garantir que o esporte sirva como plataforma para diálogo, união e entendimento — construindo pontes, não muros”.
A Federação Ucraniana de Judô condenou a decisão, afirmando que ela contradiz “os princípios fundamentais de justiça, responsabilidade e solidariedade no movimento esportivo global”.
“Acreditamos firmemente que permitir que atletas de países agressores compitam sob símbolos nacionais não é apenas um caso de cegueira política, mas também um flagrante desrespeito às vítimas da guerra e ao direito internacional”, diz o comunicado.
Até março, 591 atletas e treinadores ucranianos foram mortos pela Rússia na guerra, com 22 mantidos em cativeiro e 11 desaparecidos, informou o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia.
