Velocista acreano chega a seu oitavo Mundial de atletismo paralímpico em Nova Déli

O velocista acreano Edson Cavalcante, da classe T37 (paralisados cerebrais), vai atingir uma marca histórica entre os 50 atletas e nove atletas-guia convocados para representar o Brasil no Mundial de atletismo em Nova Déli, na Índia, de 26 de setembro a 5 de outubro. Ele disputará a sua oitava edição da competição.

O evento esportivo na capital indiana será o primeiro Mundial de atletismo após a realização dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Na capital francesa, a modalidade rendeu 36 pódios ao país, sendo 10 ouros, 11 pratas e 15 bronzes. As provas serão realizadas no estádio Jawaharlal Nehru e esta será a 12ª participação brasileira em um Mundial da modalidade.

Edson Cavalcante participou pela primeira vez de um Mundial de atletismo em Assen 2006, na Holanda, mas a sua primeira medalha veio na segunda participação na história da competição. Em Christchurch 2011, na Nova Zelândia, foi bronze nos 100m, sua prova principal desde então.

Depois, ainda subiu ao pódio nos três Mundiais seguintes, totalizando quatro medalhas na competição em toda a carreira. Conquistou o bronze nos 100m também em Lyon 2013 e Londres 2017, além de uma prata na mesma disputa em Doha 2015, com o tempo de 11s23.

“Lembro sempre do meu primeiro Mundial. Cheguei como um desconhecido e ainda um atleta muito imaturo. Hoje, sendo convocado para meu oitavo Mundial, me recordo de tudo que passei na carreira. É um momento muito especial”, afirmou o atleta de 46 anos.

Edson conseguiu mais uma convocação na carreira ao bater o índice A dos 100m T37 pré-estabelecido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro como um dos critérios de entrada para Nova Déli 2025. No Desafio Brasil de atletismo, em julho, completou a disputa em 11s15 e foi mais rápido do que o índice de 11s20.   

“Neste ano, ter feito uma das melhores marcas da minha carreira, me deixa muito orgulhoso e alegre de ainda estar competindo. É isso que move um atleta. Essa ansiedade de experimentar o uniforme, chegar no local, ver os adversários. Agora é buscar mais uma medalha para aumentar essa coleção”, completou.

Entre suas participações em Mundiais, o velocista ainda terminou na quarta colocação nos 100m em Dubai 2019 e em Kobe 2024, quando também ficou em sexto lugar nos 200m. Edson ficou de fora da convocação somente na edição de Paris 2023.

Outras três atletas convocadas para Nova Déli 2025 também têm um grande histórico de presença em Mundiais e vão para a sétima participação em suas carreiras: a mineira Izabela Campos, a paulista Beth Gomes e a acreana Jerusa Geber.

A lançadora e arremessadora mineira Izabela Campos, da classe F11 (deficiência visual), estreou em Lyon 2013, quando conquistou o bronze no arremesso de peso. Desde então, ela subiu ao pódio em todos os Mundiais que participou – exceção a Paris 2023, quando foi sexta colocada no lançamento de disco e terminou na nona posição no arremesso de peso.

Ao todo, tem seis medalhas na história da competição. Foi medalhista de bronze no lançamento de disco nos Mundiais de Doha 2015, Dubai 2019 e Kobe 2024. Também levou a prata no lançamento de dardo e outro bronze no lançamento de disco em Londres 2017.

A paulista Beth Gomes, da classe F53 (que competem sentados), também disputará seu sétimo mundial de sua carreira. A estreia aconteceu em Lyon 2013, quando terminou em quinto lugar no lançamento de disco. O melhor desempenho até aqui foi com as conquistas das medalhas de ouro no arremesso de peso e no lançamento de disco no Mundial Paris 2023. Ao todo, a atleta de Santos (SP) soma seis pódios na competição, sendo quatro ouros, uma prata e um bronze.

Já Jerusa Geber, na sua primeira participação, em Christchurch 2011, na Nova Zelândia, subiu ao pódio três vezes: ouro no revezamento 4x100m, prata nos 100m e nos 200 da classe T11 (deficiência visual). Com isso, a velocista é a maior medalhista da atual delegação, com 11 medalhas na história da competição.