Mundial terá inicio dia 26
Velocistas do Brasil poderão correr seis sprints (corrida de velocidade em curta distância) por um período de até nove dias relativos ao Mundial de atletismo paralímpico em Nova Déli, que acontece entre os dias 26 de setembro e 5 de outubro, na Índia. Em alguns casos, serão seis “tiros” em quatro dias.
A competição na capital indiana será o primeiro Mundial de atletismo após a realização dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Na capital francesa, a modalidade rendeu 36 pódios ao país, sendo 10 ouros, 11 pratas e 15 bronzes. As provas serão realizadas no estádio Jawaharlal Nehru e a delegação brasileira contará com 50 atletas e nove atletas-guia. Esta é a 12ª participação brasileira em um Mundial da modalidade.
Em Mundiais e Jogos Paralímpicos, dependendo da classe e da quantidade de atletas inscritos para cada disputa, as provas podem conter até três fases de classificação: eliminatórias, semifinais e finais. É o caso dos 100m, 200m e 400m feminino das classes visuais (T11, T12 e T13) e para atletas com deficiência em membros superiores (T47).
Com isso, velocistas como a acreana Jerusa Geber (T11), a potiguar Thalita Simplício (T11), a maranhense Rayane Soares (T13) podem passar por essa intensidade de provas em um curto período de tempo caso avancem até a final.
“Já estamos acostumados com esse ritmo de provas. Isso já acontece em Jogos Paralímpicos e Mundiais, o calendário é o mesmo. Mas é óbvio que isso exige uma preparação especial para isso. Tentamos simular isso nos treinos, quando damos vários tiros em pouco tempo para poder chegar com o corpo preparado. Ao mesmo tempo, temos de ter cuidado para não lesionar”, analisou Jerusa Geber, que vai ter uma das agendas mais apertadas na Índia: vai correr as suas seis provas em 6 dias, caso avance às finais dos 100m e 200m.
Estreantes em Mundiais, a potiguar Clara Daniele (T12) e a baiana Daniele Jesus dos Santos (T12) também podem ter uma programação ainda mais intensa e participar de seis provas em quatro dias caso tenham sucesso nas eliminatórias de cada disputa. Em alguns dias, estão programados dois “tiros” no mesmo dia para as velocistas.
“Por uma questão estratégica, vamos competir somente nos 100m e nos 200m neste Mundial. Mesmo assim, serão seis tiros. Mas a preparação não mudou muita coisa. Continuou muita intensa, já que são provas muito rápidas. Estamos preparados para chegar lá e ter um bom rendimento fisicamente”, completou Lorraine Aguiar, que foi medalhista de prata nos 100m e nos 400m, e bronze nos 200m, no último Mundial, em Kobe 2024.
O grande volume de sprints em um curto período de tempo não é novidade em competições paralímpicas nem para as atletas do Brasil. Nos Jogos Paralímpicos de Tóquio em 2021 e no Mundial de Paris 2023, por exemplo, Thalita Simplício chegou a dar nove tiros ao disputar três provas: 100m, 200m e 400m. Nos dois eventos, a brasileira subiu ao pódio em todas as distâncias.
Entre os homens, o paulista Thomaz Ruan, que vai competir os 100m e os 400m da classe T47 (amputados de braço), o fluminense Ricardo Mendonça e o paulista Christian Gabriel, ambos participantes dos 100m e 200m T37 (paralisados cerebrais), além do maranhense Bartolomeu Chaves, dos 200m e 400m T37, devem correr a maior quantidade de provas em Nova Déli. Serão quatro sprints ao todo caso consigam a classificação até a final.
